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Artigo N.º 3403 - MEU SACERDÓCIO E UMA DESCONHECIDA
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Visto: 3138
Postado em: 21/10/09 às 18:17:16 por: James
Categoria: Artigos
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Em 1869 estavam juntos o bispo de uma diocese na Alemanha e seu hospede, o bispo Ketteler de Mainz (1811-1877). Durante a conversa o bispo diocesano elogiava as tantas obras benéficas de seu hospede. Mas o bispo Ketteler explicou ao seu interlocutor:

 
“Tudo o que alcancei com a ajuda de Deus, o devo às preces e ao sacrifício de uma pessoa que não conheço. Posso somente dizer que alguém ofereceu a Deus sua vida em sacrifício para mim e graças a isso tornei-me sacerdote”.


 

E continuou: “Antes eu não me sentia destinado ao sacerdócio. Eu havia prestado alguns exames na faculdade de direito e desejava fazer uma rápida carreira que me permitisse ter um lugar de prestígio no mundo, ser respeitado e ganhar muito dinheiro. Um evento extraordinário, porém impediu-me tudo isso e conduziu minha vida em outras direções.


 


 

Uma noite, enquanto eu estava sozinho no meu quarto, abandonei-me aos meus sonhos de ambição e aos planos para o futuro. Não sei o que me aconteceu, não sei se estava acordado ou não. O que eu via era a realidade ou um sonho? Só uma coisa sei com certeza: vi aquilo que sucessivamente provocou a virada da minha vida. Claro e límpido, Cristo estava por cima de mim numa nuvem de luz e mostrava-me seu Sagrado Coração. Frente a Ele estava uma freira ajoelhada com as mãos erguidas em posição de imploração. Da boca de Jesus ouvi as seguintes palavras: ‘Ela reza ininterruptamente por ti!’.


 


 

Eu via com clareza a figura da irmã, e sua fisionomia me impressionou de maneira tão forte que ainda hoje a tenho frente aos meus olhos. Ela me parecia uma pessoa muito simples. Sua roupa era pobre e rude, suas mãos avermelhadas e calosas pelo trabalho pesado. Qualquer coisa que tenha sido, um sonho ou não, para mim foi extraordinário pois fui atingido no íntimo e a partir daquele momento resolvi me consagrar inteiramente a Deus no serviço sacerdotal.


 


 

Recolhi-me num mosteiro para os exercícios espirituais e conversei sobre tudo isso com meu confessor. Comecei os estudos de teologia aos trinta anos. O resto o senhor já conhece. Se agora o senhor acredita que algo de bom foi feito com minha intermediação, saiba de quem é o mérito: daquela irmã que rezou por mim, talvez sem sequer me conhecer. Tenho certeza que por mim se rezou e ainda se reza em segredo e que sem aquela prece eu não poderia alcançar a meta à qual Deus me destinou”.


 


 

“Tem idéia de quem reza pelo senhor e onde?” perguntou o bispo diocesano.


 


 

“Não. Posso somente pedir a Deus que a abençoe, se ainda vive, e que lhe devolva mil vezes o que fez por mim”.


 


 

No dia seguinte, o bispo Ketteler foi visitar um convento de freiras na cidade próxima e celebrou para elas a S. Missa na capela. Quando estava prestes a terminar a distribuição da S. Comunhão, já na ultima fileira, seu olhar deteve-se sobre uma irmã. Seu rosto empalideceu e ele ficou imóvel, mas logo retomou-se e deu a comunhão à freira que não percebera nada e estava devotadamente ajoelhada. Então concluiu serenamente a liturgia.


 


 

Para o café da manhã chegou ao convento também o bispo diocesano do dia anterior. O bispo Ketteler pediu à madre superiora que lhe apresentasse todas as irmãs e elas chegaram imediatamente. Os dois bispos se aproximaram e Ketteler as cumprimentava observando-as, mas via-se com clareza que não encontrava o que estava procurando.


 


 

Em voz baixa dirigiu-se à madre superiora: “Estão todas aqui as irmãs?”


 


 

Ela olhando o grupo respondeu: “Excelência, mandei chamá-las todas, mas de fato falta uma!”.


 


 

“E porque não veio?”


 


 

A madre respondeu: “Ela cuida do estábulo, e de maneira tão exemplar que às vezes no seu zelo esquece das outras coisas”.


 


 

“Desejo conhecer esta irmã”, disse o bispo. Pouco depois a freira chegou. Ele empalideceu e após ter dirigido algumas palavras a todas as freiras pediu para ficar a sós com ela.


 


 

“Você me conhece?” perguntou.


 


 

“Excelência, eu nunca o vi!”.


 


 

“Mas você rezou e ofereceu boas obras por mim?” queria saber Ketteler.


 


 

“Não tenho consciência disto, pois não sabia da existência de Vossa Excelência”.


 


 

O bispo ficou alguns instantes imóvel em silêncio, depois continuou com outras perguntas. “Quais devoções ama mais e pratica com maior freqüência?”


 


 

“A veneração ao Sagrado Coração”, respondeu a irmã.


 


 

“Parece que você tem o trabalho mais pesado de todo o convento!” continuou. “Ah não, Excelência! Certamente não posso negar que às vezes me repugna”.


 


 

“Então o que você faz quando é atormentada pela tentação?”. “Acostumei-me a enfrentar, por amor a Deus, com zelo e alegria todas as tarefas que me custam muito e depois oferecê-las por uma alma no mundo. Será o bom Deus a escolher a quem dar a Sua graça, eu não quero saber. Também ofereço a hora de adoração da noite, das vinte às vinte e uma horas, para essa intenção”.


 


 

“E como teve a idéia de oferecer tudo isso por uma alma?”


 


 

“E’ um costume que eu já tinha quando ainda vivia no mundo. Na escola o pároco nos ensinou que devíamos rezar pelos outros como se faz para os próprios parentes. E também acrescentava: ‘Seria necessário rezar muito para aqueles que correm o risco de se perderem para a eternidade. Mas visto que só Deus sabe quem tem mais necessidade, a coisa melhor seria oferecer as orações ao Sagrado Coração de Jesus, confiantes na sua sabedoria e onisciência’. E assim eu fiz, e sempre acreditei que Deus encontra a alma certa”.


 


 

“Quantos anos você tem?” Perguntou Ketteler. “Trinta e três anos, Excelência”.


 


 

O bispo, impressionado, interrompeu-se um instante e depois perguntou: “Quando você nasceu?” A irmã disse o dia de seu nascimento.


 


 

O bispo então fez uma exclamação: tratava-se exatamente do dia de sua conversão! Ele a vira exatamente assim, à sua frente como estava naquele momento. “Você não sabe se as suas preces e os seus sacrifícios tiveram sucesso?”


 


 

“Não, Excelência”.


 


 

“E não gostaria de saber?”.


 


 

“O bom Deus sabe quando fazemos algo de bom, isso me basta”, foi a simples resposta.


 


 

O bispo estava abalado: “Então, pelo amor de Deus, continue com essa obra!”. A irmã ajoelhou-se à sua frente e pediu a benção.


 


 

O bispo levantou solenemente as mãos e com profunda comoção disse: “Com os meus poderes episcopais, abençôo sua alma, suas mãos e o trabalho que elas cumprem, abençôo suas orações e seus sacrifícios, seu domínio de si e sua obediência.


 


 

A abençoo principalmente para sua última hora e peço a Deus que a assista com Sua consolação”. “Amém”, respondeu pacata a irmã e se afastou.


 


 

 


Fonte: Congregatio Pro Clericis



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