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Artigo N.º 4816 - O ESCAPULÁRIO DE NOSSA SENHORA DO CARMO
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Postado em: 05/04/10 às 17:52:34 por: James
Categoria: Artigos
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1. Origem do Carmelo

Segundo a tradição, os carmelitas tiveram sua origem nos profetas Elias e Eliseu e seus seguidores, continuados depois pelos filhos dos profetas — instituição surgida na época do profeta Samuel — e mais tarde pelos essênios. E, já na era cristã, pelos ermitães que povoavam o Monte Carmelo (cerca do ano 83 DC).

      Uma capela foi construída em honra a Nossa Senhora no Monte Carmelo por esses ermitães. Em 1185 um monge grego chamado João Focas foi visitar o monte Carmelo e lá encontrou São Bertoldo com cerca de dez eremitas que com ele viviam junto à gruta do Profeta Elias.

 

2. Origem do escapulário (do Latim = scapulae = ombros)

     No século VI, com São Bento, o escapulário era constituído por uma faixa em forma de cruz posta sobre o peito e costas para auxiliar o ajuste do hábito nos afazeres.

     Um século mais tarde, mudou de significado, tornou-se uma espécie de capuz alongado que protegia a testa e os ombros da chuva, frio e neve. Em 821 essa peça já descia até os joelhos, depois descendo até os pés (1200). A imposição nas formas de profissão monástica, se deu gradualmente sendo hoje parte integrante de quase todos os hábitos religiosos.

 

3. Ordens terceiras e oblatos

     Com o tempo as ordens religiosas masculinas foram se desdobrando, surgindo os ramos femininos (ordem segunda) e de leigos (terceira ou oblatos); esses “irmãos” leigos recebiam um hábito mais simples, que usavam continuamente ou, nos domingos e festas.

     Não se encontra menção do escapulário no hábito dos primeiros oblatos beneditinos, nem é mencionado na regra da Ordem Terceira de São Francisco de 1221; porém, depois tornou-se usual portar sobre as vestes um escapulário de tamanho considerável, do mesmo tecido que o das ordens primeiras.

 

4. Confrarias

     Para muitos leigos que por motivos diversos não poderiam ingressar nas Ordens Terceiras foram fundadas as confrarias. Os confrades participavam dos bens espirituais das Ordens a que estavam ligados, mas não tinham votos. A confraria de Nossa Senhora do Carmo é a mais antiga (1280).

     Para essas confrarias, surgiu então uma miniatura do escapulário dos religiosos, seus confrades deveriam portá-lo continuamente.

     Finalmente, várias Ordens religiosas receberam da Igreja a faculdade de benzer pequenos escapulários e impô-los aos fiéis, independente de estarem os fiéis ligados ou não a confrarias.

 

5. São Simão Stock (1165-1265)

     Nascido na Inglaterra, sua mãe o consagrou antes de nascer à Santíssima Virgem. Negava-se a mamar se a mãe antes não rezasse uma Ave-Maria. Viveu 100 anos.

     Aprendeu a rezar com pouquíssima idade e começou pelo Pequeno Ofício da Santíssima Virgem e o Saltério. Aos 7 anos, iniciou seus estudos das Belas Artes no colégio de Oxford, foi nessa época que também consagrou sua virgindade à Santíssima Virgem.

     Aos 12 anos abandou a família e foi viver em uma gruta em uma floresta isolada. Tinha uma cruz, uma imagem de Nossa Senhora, bebia água da chuva e comia ervas e raízes. De vez em quando, um cão misterioso levava um pedaço de pão para ele, assim viveu por 20 anos.

     Nossa Senhora revelou a ele que desejava que se unisse com os monges que viviam no Monte Carmelo, na Palestina.

    Estudou teologia e recebeu depois as sagradas ordens na Inglaterra. Recebeu o hábito no ano de 1213, e 13 anos depois foi nomeado Vigário Geral de todas as províncias européias.

     Na manhã do dia 16/07/1251, suplicava à Mãe do Carmelo proteção pelos ataques que se faziam contra a ordem carmelitana. Então, como ele mesmo narrou ao seu secretário e confessor Padre Pedro, "a Virgem me apareceu em grande cortejo, e, tendo na mão o hábito da Ordem, disse-me: 'Recebe, diletíssimo filho, este escapulário de tua ordem como sinal distintivo e a marca do privilégio que eu obtive para ti e para todos os filhos do Carmelo; é um sinal de salvação, uma salvaguarda nos perigo, aliança de paz e de uma proteção sempiterna. Quem morrer revestido com ele será preservado do fogo eterno'".

     Essa graça foi difundida rapidamente pelos lugares onde os carmelitas estavam estabelecidos e foi autenticada por muitos milagres.

     A Ordem do Carmo se multiplicou sob a direção desse santo. Poucos anos depois de sua morte, no fim do século XIII, a Ordem contava com 7.500 mosteiros e solidões e também com 120 mil religiosos.

     Ao morrer com 100 anos, de seu sepulcro saíram raios de luz durante 15 dias depois de sepultado. O bispo então mandar abrir o túmulo, e o corpo do santo emitiu raios de luz, e exalou delicada fragrância.

     6. Graças ou privilégios concedidas por Nossa Senhora a quem portar devotamente o escapulário ou a medalha-escapulário

 

Escapulário do Carmo 
 


     — A Grande Promessa: aquele que morrer piedosamente, não padecerá das penas do inferno, receberá à hora da morte a graça da perseverança final (estado de justiça); ou então a graça de conversão e perseverança final.

    — O Privilégio Sabatino: no século XIII Nossa Senhora apareceu ao Papa João XXII, prometeu especial assistência aos que trouxessem o escapulário do Carmo, dizendo que os livrariam do Purgatório no primeiro sábado após a sua morte.

     — A Participação de todas as boas obras que se praticam em toda a Ordem do Carmo. Tudo o que cai sob o comum denominador de “boas obras”  — como virtudes, satisfações, imolações, frutos das missões, prática dos votos, austeridades da vida do claustro  — forma um acervo comum que é compartilhado por todos os carmelitas.

     — Medalha-escapulário: em 1910, São Pio X concedeu a permissão para se usar uma medalha de metal, devendo ter em uma das faces o Sagrado Coração e na outra a Santíssima Virgem. Deve ser levada ao pescoço ou de outra maneira conveniente, ganhando-se com o seu uso quase todas as indulgências e privilégios concedidos aos pequenos escapulários. O Santo Papa desse modo quis atender aos apelos dos missionários de zonas tórridas em favor dos nativos, porquanto os pedaços de lã dos escapulários ficavam logo em condições intoleráveis devido ao intenso calor, às vezes sendo ninho de vermes.

 

 

7) Observações

     — Para se gozar todos os privilégios, é necessário que se tenha recebido a benção e a imposição do escapulário de lã. Ao contrário do que se dá com o escapulário de lã, no qual basta só o primeiro ser bento, cada medalha-escapulário que se troca precisa ser benta.

     — É preciso tê-lo recebido devidamente de um sacerdote; atualmente qualquer sacerdote ou diácono com o uso legítimo de ordens tem o poder de impor o seu uso; excetuam-se os soldados, que têm a faculdade de impor a si mesmo o escapulário (já bento) em tempo de guerra.

     — Tem que ser feito de dois pedaços de lã, de forma quadrangular ou retangular, ligados entre si por fios ou cadarços, nas cores marrom, café ou negro; uma de suas partes deve cair sobre o peito e a outra sobre as costas; a própria pessoa poderá confeccioná-los ou adquiri-los.

     — Observe-se a castidade segundo o estado, perfeita para os solteiros, e matrimonial para os casados.[1]

     — Que se rezem as orações prescritas pelo sacerdote que o impôs; a prática que geralmente era imposta, era a recitação dos Sete Padre-Nossos, Ave-Marias e Glória em louvor das Sete Alegrias de Nossa Senhora, mais jejuns prescritos. Note-se que o uso do Escapulário exige no mínimo a oração de três Ave-Marias em honra a Nossa Senhora do Carmo.

     — Pode ser imposto mesmo em pecadores moribundos que o aceitem, pois lhe será penhor de salvação.

     — Quando o escapulário é substituído e sai do uso, o mais correto é queimá-lo ou então enterrá-lo.

     — O Papa Pio XI, por decreto (1925), aprovou o escapulário protegido por plástico ou outro material qualquer (mas tem que ser de lã).

 

8. Os santos e o Escapulário

     Foram numerosos os santos que usaram o escapulário. Por exemplo, Santa Teresa de Jesus zelava para que suas religiosas dormissem com ele posto. Santo Afonso Maria de Ligório recomendava-o aos fiéis; seu escapulário permaneceu incorrupto no sepulcro e é venerado num relicário em Marianella, sua terra natal. O mesmo aconteceu com São João Bosco, pois em 1929, ou seja, 41 anos depois da sua morte, seu escapulário estava em perfeito estado de conservação.

     Nossa Senhora apareceu numerosas vezes em Fátima, Portugal, em 1917. Na última aparição, mostrou-se como Nossa Senhora do Carmo e segurava o escapulário na mão. Irmã Lúcia, vidente de Fátima, em 1950 explicou a razão disso, conforme relatou John Mathias Haffert, autor do livro "Maria na sua Promessa do Escapulário" : "É que Nossa Senhora quer que todos usem o Escapulário". [2]

 

9. Oração a Nossa Santíssima Mãe e Rainha do Carmo

Nossa Senhora do Carmo


 
     Ó Virgem do Carmo e Mãe amorosa de todos os fiéis, mais especialmente dos que vestem vosso sagrado Escapulário, em cujo número tenho a dita de ser incluído, intercedei por mim ante o trono do Altíssimo.

 

     Obtende-me que depois duma vida verdadeiramente cristã, expire revestido deste santo hábito e, livrando-me do fogo do inferno, conforme prometestes, mereça sair quanto antes, por vossa intercessão poderosa, das chamas do purgatório.

     Ó Virgem dulcíssima, dissestes que o Escapulário é a defesa nos perigos, sinal do vosso entranhado amor e laço de aliança sempiterna entre Vós e os vossos filhos. Fazei, pois, Mãe amorosíssima, que ele me una perpetuamente a Vós e livre para sempre minha alma do pecado.

     Em prova do meu reconhecimento e fidelidade, ofereço-me todo a Vós consagrando-vos neste dia os meus olhos, meus ouvidos, minha boca, meu coração e todo meu ser. E porque vos pertenço inteiramente, guardai-me e defendei-me como coisa própria vossa. Amém.

     “Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós que recorremos a Vós!!!”

 

     _________

 

     Notas:

    [1] Tenha-se sempre presente o tradicional ensinamento da Santa Igreja: o Escapulário não é um sinal de proteção mágica ou amuleto da sorte; não é garantia automática de salvação; nem dispensa de cumprir as exigências da vida cristã, evitar o pecado e observar os Mandamentos.

    [2] Cf. John Haffert, Maria na sua promessa do Escapulário, Edições Carmelo, Aveiro, Portugal, 1967.   

 


Fonte: http://www.sacralidade.com/espiritualidade/0213.escapulario.html



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