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Artigo N.º 3940 - Diário a bordo da Terra
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Postado em: 29/12/09 às 19:14:18 por: James
Categoria: Marisa Bueloni
Link: http://www.espacojames.com.br/?cat=123&id=3940
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Por Marisa Bueloni

Quem se atreveria a escrever um diário de bordo, contando de sua viagem na espaçonave Mãe-Terra? Já estamos inaugurando 2010, no final desta primeira década do chamado Terceiro Milênio. E houve uma multidão de gente na expectativa de que o mundo não passaria do ano 2000...

     Quem se atreveria a escrever um diário de bordo, contando de sua viagem na espaçonave Mãe-Terra? Já estamos inaugurando 2010, no final desta primeira década do chamado Terceiro Milênio. E houve uma multidão de gente na expectativa de que o mundo não passaria do ano 2000... 

     Quem sabe, existe alguém escrevendo um caderno de bordo, com as memórias bem presentes do que faz tremer o planeta azul. Talvez, em algum lugar do mundo, uma alma sensível e antenada com tudo, num estado de consciência profundamente místico, esteja registrando, dia a dia, cada movimento desta espaçonave. Sem saber, estaria anotando os acontecimentos que culminarão no cataclismo final? 

     Os cientistas preveem muitas catástrofes para um futuro próximo. O aquecimento global está sendo exaustivamente debatido, tornou-se uma questão de interesse mundial, pois diz respeito à sobrevivência da humanidade. Com o aquecimento, o resultado são tufões e chuvas torrenciais; degelo das calotas polares, podendo causar o ameaçador avanço dos oceanos sobre os continentes, atingindo cidades litorâneas densamente povoadas; mudanças climáticas drásticas, doenças, secas, perda de colheitas, escassez dos recursos hídricos. São desastres que afetarão a vida de bilhões de pessoas, muitas já sofrendo em áreas de desertificação, onde a água vale mais que o ouro. 

     Se alguém estivesse escrevendo um diário, certamente teria anotado que no dia 26 de dezembro de 2004 havia muita tristeza e luto no mundo, por causa dos milhares de mortos, vítimas do tsunami asiático, inacreditável tragédia, onde as ondas gigantes pegaram de surpresa as regiões costeiras de alguns países daquele lado do mundo. Os registros das primeiras cenas nos remetem a uma visão do Apocalipse. O bramido das ondas do mar.  

     Neste final de primeira década, surgem muitos profetas e mensageiros – os que dizem ter sonhos, visões e a chamada “locução interior”. Pessoas que afirmam ouvir uma “voz interna”, com mensagens de salvação e direcionamento para sobrevivência espiritual e física em meio ao caos futuro. Seriam meros presságios? A muitos foram mostrados os fenômenos no céu – “as forças do céu serão abaladas” (Mat 24,29) - e mesmo num luminoso dia de sol, os olhos são capazes de “ver” as trevas cobrindo a Terra. Interpretados também como avisos divinos, muitos sinais caem sobre esta geração todos os dias.    

     Um Anjo inspira uma tímida escrevente que mora no campo. Sob um céu de opalinas, o assombro se impõe. À noite, ela vasculha os astros. Já viu alguns fenômenos, como um objeto luminoso que inquieta seu olhar, no mesmo horário, pontualmente, a partir de um determinado mês do ano. Seria um balão meteorológico? Não sabe. Também a bola vermelha, em fogo, que riscou o céu numa noite cálida. Vê muitas estrelas cadentes, oscilações tremeluzindo na escuridão, mas ainda não viu as letras conforme as vê nos sonhos.  

     No campo, as estações são muito nítidas e a paisagem se torna luxuriante quando chove. Nos meses das chuvas, o gramado se apresenta verde e viçoso e há em todas as coisas uma atmosfera de brilho renovador. Tudo cresce rápido no verão. No frio, a flora hiberna e a natureza se recolhe em suas cobertas cíclicas. Na primavera, as buganvílias são exuberantes em suas cores hemorrágicas. E o outono é a entressafra da alma. 

     Bom é ouvir grilos, cigarras, coaxar de rãs. A escrevente lembra da amiga que mora praticamente sozinha, numa propriedade de cinco mil metros quadrados, no Paraná. E que ama tanto a natureza e os animais, a ponto de descer do carro numa noite de chuva, para espantar os sapos parados na estradinha que dá acesso a casa, temendo passar com o veículo por cima de um deles. A amiga paranaense conta que um sapinho arteiro sempre vem nadar na vasilha de água do cachorro. Então, ela colocou uma outra, ao lado da tina do cão, só para o bichinho ficar à vontade. 

     O mundo precisa desta consciência, desta solicitude, de almas delicadas que toquem a terra com as mãos e acariciem as flores. Precisa de quem se curve perante o Poeta maior, no respeito ao próximo e à vida em todas as suas formas. A humanidade estará salva quando este amor for praticado em grande escala, quando uma nova espiritualidade reger o planeta. Enquanto aguardamos o espetacular aviso, a vinda deste dom essencial, o mundo ainda passará por muito sofrimento. 

     Somente o Bem, em seu conceito mais pleno e digno, poderá resgatar a integridade do coração humano e a natureza tão estupidamente aviltada. Quem cultiva um diário de bordo sabe que a viagem está em perigo, em rota de colisão e que, talvez, esteja escrevendo as derradeiras páginas de um documento importante. A escrevente pressente a mudança, fareja um possível acontecimento intensamente perturbador – fulminante estratégia divina para transformar o homem e a Terra? 



Marisa Bueloni é formada em Pedagogia e Orientação Educacional - (marisabueloni@ig.com.br)



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