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Artigo N.º 466 - OS TERRORES DO INFERNO
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Postado em: 16/09/08 às 18:25:39 por: James
Categoria: Inferno/ Condenação
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(Seguem diversos textos enviados por Thomas, que destacam a realidade do inferno, e mostram inclusive a visão que santos dele tiveram. Num tempo em que se tenta, de todas as formas, evitar falar nesta assombrosa e terrível realidade, é preciso que voltemos a lembrar o que muitos padres esqueceram, na vã ilusão de que, esquecendo dele, passa então a não mais existir. Com isso os demônios passam a não existir ou a ser bonzinhos)
"Assim será na fim dos tempos;
os anjos virão a separar os maus de entre os justos,
e botaram-nos na fornalha de fogo;
lá é o pranto e o bater dos dentes "
(Mateus 13:49-50).

A doutrina do inferno é uma das doutrinas as mais negligenciadas em toda a Escritura. Quando o inferno é mencionado hoje, é ridicularizado geralmente, como se a idéia inteira do inferno estiver tanto fora da moda que somente os ingênuos e os ignorantes acreditariam que tal lugar existe realmente. Isto não é duro de compreender. Os homens naturais odeiam a idéia de render contas pelas suas vidas a um Deus santo, porque amam o pecado e desejam viver com ele.

A mente impura apresenta uma objeção após outra objeção à idéia do inferno porque não quer enfrentar com essa realidade. Os homens vivem suas vidas pensando que talvez se ignorarem uma dificuldade o suficiente, ela haverá desaparecer finalmente. Mesmo os líderes religiosos conservadores estão atacando agora o inferno. Deixemos os homens fazer o que eles quiser, seguros de que as objeções frívolas dos ignorantes não farão desaparecer o inferno.

Entre o clamor para aniquilar o inferno, aqueles que acreditam a Bíblia como o caminho verdadeiro têm obrigação de falar. Considerar os terrores do inferno pode ser uma das coisas mais importantes que você pode fazer nesta vida. "aquele que ouve o som da trombeta, e não faz caso do aviso, vem uma espada e leva-o, o seu sangue cairá sobre a sua cabeça" (Ezequiel 33:4). Por favor, eu imploro que o leitor tome o tempo para ler este livrinho até o final.

Por que devemos nós preocupar-nos sobre o inferno? Por que devemos nós gastar este tempo de leitura sobre o inferno? Há diversas razões para o nosso beneficio:
1) Ouvir sobre os terrores do inferno pode chocar a sua consciência e esperta-lo da sua falsa segurança.
2) Ouvir sobre o inferno ajuda aos homens a se deter no seu caminho de pecado. O piedoso e o malvado são persuadidos de não pecar tanto quando são lembrados regularmente dos terrores do inferno.
3) Ouvir sobre os terrores do inferno pode ajudar a espertar aqueles entre nós que podem pensar que são salvos porque acreditam em Jesus-Cristo ou nos fatos do Evangelho, mas que não são salvas realmente e estão em caminho ao inferno, mas não o sabem.
4) Predicar a doutrina do inferno é beneficioso ao justo e ao injusto, como será demonstrado.

Por que não são as gentes temerosas do inferno? Parece haver hoje uma falta real de medo da realidade do inferno. Isto aplica-se àqueles que estão na igreja e àqueles que estão no mundo. A gente não teme o inferno. Por que?

Você não estaria temeroso de um leão quando é pintado somente em um retrato em cima de uma parede. Por que é isto? Porque é somente um retrato. Você sabe que não é real. Mas se você fosse deixado sozinho em uma selva e viesse a se enfrentar com um leão real que rosnasse ferozmente, você ficaria estarrecido. As consciências dos homens são como o homem que vê somente o leão pintado. Nós ouvimos do inferno na Bíblia. Nós sabemos que o senhor Jesus falou do inferno. No fato, Jesus-Cristo falou mais do inferno do que qualquer outra coisa nas Escrituras.

Por que os homens não acreditam que o inferno é real? Porque não ouvem bastante sobre ele. Nós não estudamos a palavra das Escrituras sobre o inferno. Não é somente o que ouvimos qual faz o que nós acreditamos, o que nós não ouvimos também ajuda a dar forma ao nosso sistema da opinião. Somente o Espírito de Deus pode apresentar os terrores do inferno aos nossos corações em tal maneira para vê-los vivos ante nós. A doutrina do inferno foi usada por Deus mais freqüentemente à conversão dos pecadores do que toda outra doutrina nas Escrituras. Ore agora que você lê este capítulo para que o Espírito Santo possa mostrar-lhe o inferno ante você tanto real como é.

A NECESSIDADE DO INFERNO

A maioria dos que hoje se burlam do inferno obram provavelmente assim por diversas razões. Preliminar entre elas é um desejo de prosseguir os seus próprios trajetos de pecado sem ter as suas consciências incomodadas sobre as conseqüências das suas ações. Não querem ouvir que o que estão fazendo é errado. Não querem ouvir que o seu pecado será punido.

Eu posso ouvir alguém dizer, "mas não é o tormento eterno no inferno inconsistente com um Deus misericordioso e amoroso? Como poderia um Deus bom punir à gente no inferno para sempre?" Um engano do caráter de Deus e da natureza do pecado pode facilmente conduzir a tais perguntas. Por que é o inferno necessário? Examinemos diversas razões sobre a necessidade do inferno.

1) A grande maldade do pecado e a santidade de Deus. A dificuldade que a maioria da gente têm em compreender a necessidade do inferno é relacionada com uma compreensão incompleta e inadequada de como é terrível o pecado, e de como é Deus glorioso. Nós não vemos o grande mal que há no pecado mais pequeno, nem nós compreendemos a santidade de Deus, a Sua justiça, e a Sua ira.

Se nós víssemos o pecado como o mal mais grande do mundo e soubéssemos que cada pecado é uma rejeição do governo de Deus sobre nós, uma burla nEle, um murro na sua cara, botar esterco nEle, nós começaríamos a compreender um pouco do que o nosso pecado é para Deus. Quando nós pecamos, nós levantamos um deus rival nos nossos corações. O pecado rejeita ao Criador como Deus que é e coloca uma criatura no seu lugar na forma de nós mesmos ou do nosso viço mais querido.

Se nós pudéssemos compreender a santidade de Deus e o que significasse ser santo, puro, perfeito, justo, e contaminado pelo menor pecado, nós teríamos uma idéia melhor de porque Deus odeia o pecado tanto muito. A Santidade Absoluta não pode tolerar o menor pecado "os Teus olhos são demasiado puros para olhar o mal, e não podes ver o agravo" (Habacuc 1:13). Se nós pudéssemos compreender a santidade e a pureza gloriosa de Deus e também da natureza abominável do pecado, então nós não teríamos nenhum problema com a necessidade absoluta do inferno.

"Mais enganoso que todo é o coração, e perverso, quem pode o compreender?" (Jeremias 17:9). O coração humano é doente. O coração humano é mau. O coração humano é enganoso. A corrupção do coração faz que nós sejamos enganados sobre o horrível do pecado e muitas outras coisas mais.

2)A Natureza Infinita de Deus. Para compreender o que nosso pecado é realmente, nós devemos vê-lo através dos olhos de Deus. Deus é um Ser infinito, eterno. Cada ato do pecado é cometido contra um Deus infinito e santo. Em cada ato do pecado nós destronamos a Deus colocamo-nos acima de Ele. Em cada pecado esta é a pergunta se fazer: "Qual é vontade que deve ser satisfeita: a de Deus ou a do homem? Agora, o homem pelo pecado coloca a sua própria vontade acima do Senhor, e assim coloca a Deus como lijo sob os seus pés. Um só pecado cometido contra um Deus santo e infinito merece uma punição infinita. É um mal infinito ofender mesmo uma vez um Deus infinito.

3)A Justiça Divina. Mesmo um pecado contra Deus obriga a Deus a vindicar o Seu nome e a Sua justiça punindo tanto inteiramente como merece. Deus pode e quer vindicar a Sua justiça. Promete fazer assim em Romanos 12:19 onde diz: "Amados, não façam vingança, deixem lugar para a ira de Deus, porque escrito está: Minha é a vingança. Eu hei pagar, diz o Senhor.'" Um dos predicadores mais grandes que viveram sempre, Jonathan Edwards, escreveu, "a glória de Deus é o bem mais grande; é aquela é a razão principal da criação; é de uma importância mais grande do que qualquer outra coisa. Mas há uma forma na qual Deus se glorificará também: na destruição eterna dos homens injustos, que glorificará a Sua justiça. Nisso aparecerá como o governador justo do mundo. A justiça vindicativa de Deus parecerá estrita, exata, assombrosa, e terrível, e conseqüentemente gloriosa."

UMA DESCRIÇÃO DO INFERNO

O inferno é uma fornalha do fogo inextinguível, um lugar de punição sem fim, onde as suas vítimas estejam atormentadas nos seus corpos e nas suas mentes de acordo com as suas naturezas pecadoras, os pecados que cometeram em vida, e a quantidade de luz espiritual dada e rejeitada por elas. O inferno é um lugar do que a mercê e a bondade de Deus foram retraídas, onde a ira de Deus é revelada na forma de um fogo estarrecedor, onde os homens injustos vivem com os seus viços e desejos sem os poderem realizar, num tormento para sempre e sempre.

Em Mateus 13:47-50 o senhor Jesus diz uma parábola sobre o Julgamento. Nos versículos 49-50, o Senhor descreve o final dos maus: "Assim será na fim dos tempos; os anjos virão a separar os maus de entre os justos, e botaram-nos na fornalha do fogo; lá é o pranto e o bater dos dentes".

Em examinando estas palavras do senhor Jesus nós devemos primeiramente observar que o inferno está descrito como uma fornalha de fogo. A fornalha de Nabucodonosor foi aquecida sete vezes mais quente do normal e é descrita como "uma fornalha de fogo chamejando" (Daniel 3:23).João o Baptista falou "do fogo inextinguível" e a Apocalipse descreve o inferno como "um lago de fogo que arde com enxofre" (Apocalipse 19:20). Podemos nós realmente imaginar o horror do que estas palavras falam?

Imagine cada parte do seu corpo no fogo ao mesmo tempo, de modo que cada fibra do seu corpo está sentindo o tormento intenso da queimadura. Quanto tempo poderia você resistir tal punição? Jesus-Cristo diz-nos que "será o lamento e o ranger dos dentes." Os condenados lamentaram-se amargamente e rangeram os seus dentes por ter que resistir e sofrer a dor mais intensa que eles sentiram jamais de umas flamas que os consomem e queimam constantemente cada parte de seus corpos. E não haverá nenhum alívio.

Jonathan Edwards descreve em língua gráfica como serão os fogos do inferno: "alguns de vocês viram edifícios em fogo; imaginem, conseqüentemente, que pouca e deficiente ajuda vocês fariam na luta contra as flamas, se vocês estiverem no meio de tanto grande e feroz fogo. Você viu freqüentemente uma aranha ou algum outro inseto lançado no meio de um fogo feroz, e observou como imediatamente rende à força das flamas. Não há nenhum esforço longo, nenhuma luta contra o fogo, nenhuma força exercida para se opor ao calor, ou para voar dele; mas estica imediatamente adiante e rende-se; e o fogo toma possessão dele, e rapidamente se torna completamente uma faísca de fogo.

Esta é uma imagem pequena do que você será no inferno, a não ser que você se arrependa e busque a Jesus-Cristo. Consolar-se a você mesmo pensando que pode carregar com os tormentos do inferno, é justo como se um verme que esteja a ponto de ser lançado em uma fornalha incandescente, se preparasse e fortalecesse para lutar contra as flamas."
O inferno é descrito também como um lugar da escuridão. O Senhor diz-nos do convidado apresentado ao casamento sem roupa ajeitada que foi lançado "na escuridão exterior" (Mateus 22:13).

Judas escreve daqueles que estão no inferno "para quem a escuridão preta tem sido reservada para sempre" (Judas 13). Christopher Love diz em seu livro Hell's Terrors (Os terrores do inferno): "a escuridão é terrível, e os homens são mais preparados para temer a obscuridade que a luz: o inferno é descrito, conseqüentemente, tanto terrível para fazer os corações dos homens tremer; não somente é a escuridão, mas a obscuridade mais tebrosa".

O inferno é comparado ao Tofet em Isaias 30:33. O Tofet era o lugar onde os judeus idólatras sacrificavam as suas crianças ao deus pagano Moloch lançando-as no fogo. Dia e noite ouviam-se nesse lugar chios, choros e lamentos, como dia e noite, ouviram-se chios, choros e lamentos no inferno.

Isaias fala do sopro do Senhor, como "um rio de enxofre" que prende o inferno. Há evidência suficiente na Escritura de que Deus mesmo será o fogo no inferno. Hebreus 12:29 diz, "o nosso Deus é fogo consumidor." Os ateus da terra ignorantemente dançam de alegria quando ouvem aos predicadores falar sobre o amor e a mercê de Deus, mas não serão os beneficiários de um nem da outra, a menos que eles se arrependam. Para eles Deus será todo fogo consumidor. Hebreus 10:30-31 adverte: "nós conhecemo-lo que disse, Minha é a vingança. Eu hei pagar. E outra vez, o Senhor julgará ao seu povo. É uma coisa estarrecente cair nas mãos de Deus vivo."

É uma coisa temível, horrível, cair nas mãos do Deus vivo! Você não escapará do inferno, pecador. Deus será o seu inferno e a Sua ira consumi-lo-á e será derramada em cima de você tanto por muito tempo como Él exista. "Quem compreende a potência da Sua raiva?" (Salmos 90:11).

É porque Deus mesmo será o fogo no inferno que as palavras não podem possivelmente expressar os terrores do amaldiçoado no inferno. "Não há nenhuma razão para suspeitar que os ministros do evangelho falem sobre esta matéria além do que é realmente. Essa possibilidade não é tanto temível enquanto se pretende. Depois de nós termos dito tudo o que é possível ou pensamos sobre o inferno, isso não seria mais que uma sombra em comparação com a realidade.

Em Lucas 16:19-26 Jesus-Cristo diz-nos de dois homens. Um deles era rico (foi chamado tradicionalmente Divas ou Epulão); o outro homem era pobre (o seu nome era Lázaro). Ambos os homens morreram. O homem pobre foi carregado por anjos ao Céu e o homem rico foi ao inferno. O homem rico não foi ao inferno porque era rico, nem o homem pobre foi ao Céu simplesmente porque era pobre. O Senhor mostra-nos com este contraste que as nossas circunstâncias podem mudar drasticamente quando nós passamos ao tempo da eternidade.

Nós não devemos ser parvos e pensar que apenas porque Deus não nos trate de jeito duro aqui, nesta vida, não vai fazê-lo após a morte. O lugar de morada eterna de ambos os homens resultou da condição dos seus corações ante Deus, quando estavam na terra. Lázaro era um seguidor verdadeiro de Deus. Divas não o era. Nós queremos destacar especialmente o que as Escrituras nos dizem sobre Divas e a sua condição, para que nós podamos aprender muito sobre o inferno.

Os versículos 23-24 indicam-nos que Divas está "no tormento." Que significa estar "no tormento?" Este tormento refere-se ao tormento no corpo e ao tormento na alma também. Como nós vimos, os corpos dos homens serão atormentados em uma fornalha do fogo. Cada parte do corpo sentirá a dor desse fogo. Os homens com dores severas do estômago podem estar numa grande agonia, mas a dor do inferno será bem muito mais grande. A morte por câncer é conhecida porque às vezes causar a dor extrema no corpo, mas a dor do inferno será longamente muito mais má. Se o seu corpo for afligido com muitas doenças diferentes e dolorosas todas ao mesmo tempo, você ainda não começaria a aproximar-se à dor do amaldiçoado no inferno.

As consciências dos homens também estarão no tormento no inferno. O consciência é o verme que não morrerá do que as Escrituras falam (Marcos 9:48; Isaias 66:24). A Divas diz-se-lhe: "recorde que durante a sua vida."

Os homens serão atormentados com dor extrema, mas serão também atormentados pelas suas próprias memórias. Recordarão os avisos sobre o inferno e as vezes que não acreditaram neles, rindo com burla. Recordarão ser advertidos e chamados a arrependerem-se, ou avisados de que era impossível receber a felicidade do Céu sem se submeter a Jesus-Cristo como Senhor, mas não fizeram caso nenhum àqueles avisos. Pergunto-me quantos homens e mulheres que lêem agora estas palavras, as recordarão -já sem remédio- quando estejam no inferno.

Serão atormentados vendo a distância as glorias do Céu (como Divas podia fazer), e sabendo que para toda a eternidade serão amaldiçoados. Serão atormentados por desejos insatisfeitos e pelos seus viços também insatisfeitos (Divas não pode receber mesmo uma gota de água para refrigerar a sua língua). Serão atormentados pelo conhecimento de que nunca se escaparão do inferno (Divas diz que "nenhuns de vocês podem passar aqui"). Serão atormentados pelos gritos, pelos lamentos, e pelas blasfêmias dos amaldiçoados em torno deles.

Os tormentos mais extremos que um homem pode experimentar na Terra serão como as mordidas de uma pulga comparadas aos tormentos do inferno. Jonathan Edwards fala dos homens incapazes de encontrar mesmo um momento do repouso no inferno. No seu Sermão sobre a Punição Futura dos maus diz: "Nunca encontrarão nada que possa aliviá-los no inferno. Nunca encontrarão um lugar de descanso lá; nenhum canto secreto que esteja mais fresco que o resto, onde possam ter um pouco de repouso, uma pequena redução da gravidade do seu tormento.

Nunca poderão encontrar um córrego ou fonte refrigerada em qualquer parte desse mundo de tormento; não, nem tanto muito como uma gota de água para refrigerar as suas línguas. Não encontrarão nenhuma companhia para dar-lhes nenhum conforto, ou faze-los estar um pouco melhor. Não encontrarão nenhum lugar onde poder remanescer, e descansar, e respirar em paz por um minuto: porque serão atormentados com fogo e enxofre; e não terão nenhum dia nem noite de descanso pelos séculos dos séculos.

A ETERNIDADE DO INFERNO

O aspecto mais estarrecedor do inferno é a sua duração. O inferno é eterno. O inferno durará para sempre. Pode você compreender a eternidade? Nenhuma equação ou fórmula matemática podem explicá-la. A sua mente não pode conceber a eternidade, mas é, não obstante, real.
Somente este aspecto do inferno deve fazer que os homens gritem em arrependimento.
Não é surpreendente que os escépticos de todos os tempos atacaram a natureza eterna do inferno, substituindo-a por doutrinas como a da aniquilação dos maus em seu lugar.
Olhemos as Escrituras para verificar a natureza eterna do inferno e para tentar compreender melhor a eternidade. Então nós exploraremos porque o inferno deve ser eterno.

"E o diabo que os enganava foi lançado ao lago de fogo e enxofre, onde estão também a besta e o falso profeta; e serão atormentados dia e noite pelos séculos dos séculos" (Apocalipse 20:10). Este versículo dá-nos claramente a duração do inferno. O inferno é para os séculos dos séculos. Como podia uma expressão mais forte, mais determinante ser usada? Se o Espírito de Deus quiser comunicar a natureza eterna do inferno aos homens que poderia comunica-la melhor que a expressão "pelos séculos dos séculos?"

A Escritura não tem nenhuma expressão mais elevada usada para denotar a eternidade que "pelos séculos dos séculos", porque ela mesma é frase usada para nos dizer da existência eterna de Deus, como na Apocalipse 4:9: "a Ele que se senta no Trono, a Ele que vive pelos séculos dos séculos." Alguém duvida que Deus vive por toda a eternidade?
Como então pode você duvidar que o inferno não durará toda a eternidade se a mesma expressão é usada para ambos?

Nós podemos imaginar pouco desta matéria; mas para tenta-lo imagine-se ser lançados em um forno impetuoso, ou uma fornalha grande, onde sua dor seja tanta mais grande do que aquela ocasionada acidentalmente tocando um carvão de fogo, porque o calor é mais grande. Imagine também que seu corpo devia se encontrar lá um quarto de hora, cheio de fogo, e de todo em plena consciência; que horror você sentiria na entrada de tal fornalha! e quanto tempo que o quarto de hora lhe parece!

E depois que você o tinha resistido um minuto, como insofrível lhe seria pensar que você têm que resistir ainda outros quatorze! Mas qual seria o efeito na sua alma, se você souber que você deve encontrar-se lá resistindo esse tormento ao cheio por vinte e quatro horas... por um ano inteiro... por mil anos! Oh, então, como o seu coração afundaria-se, se você souber, que você deve o carregar pelos séculos dos séculos! Que não teria fim nunca jamais! Que após milhões de milhões de milhões de anos, o seu tormento seria não mais próximo ao fim, e que você nunca, nunca seria livre!

Mas o seu tormento no inferno será imensamente mais grande do que esta ilustração representa. Jesus-Cristo, descrevendo o dia do grande Julgamento, diz da separação do mau e do justo usando estas palavras: "e estes entrarão na punição eterna, e os justos na vida eterna" (Mateus 25:46). Há alguém que negue que o Céu existe eternamente? As vidas do abençoados no Céu terá fim um dia futuro? Naturalmente não. Mas a mesma palavra grega que é usada aqui neste versículo para falar da vida eterna dos justos, é usada para falar da punição eterna dos maus.

O inferno durará durante o mesmo tempo que dure o Céu. No inferno haverá uns graus diferentes de tormento apontados para cada homem, como está indicado por um número de passagens das Escrituras. Lucas 12:47-48 diz: "e esse escravo que soube a vontade do seu Mestre e não se preparou nem obrou de acordo com a Sua vontade, receberá muitos chicotes, mas esse quem não a soube, mas as ações cometidas são dignas de uma punição, receberá poucos." Jesus-Cristo diz em Mateus 11:24: "não obstante, eu digo-lhes que será mais tolerável a punição para a terra de Sodoma no dia do julgamento que para vocês." Os versículos em Mateus indicam que a gente de Cafarnaum receberão uma punição mais grande no dia do Julgamento do que aqueles que tinham vivido em Sodoma.
Os versículos em Lucas falam de uma diferenciação no julgamento baseado na quantidade de Luz recebida: alguns receberão muitos chicotes e outros receberão poucos.
Aqueles que cometem uns pecados mais grandes que outros ou mais pecados que outros receberão uma punição mais grande no inferno (João 19:11).

Os hipócritas religiosos, aqueles que professam o cristianismo mas não são cristãos reais, serão punidos mais severamente que outros (Mateus 23:14-15). O senhor dissera de Judas Iscariotes, "seria melhor para esse homem se não fosse nascido" (Mateus 26:24). Como poderiam algumas destas coisas ser ditas como verdadeiras se a aniquilação fosse o que esperasse aos homens após a morte? A presença de graus diferentes de punição tem sentido somente à luz da capacidade de sentir o tormento. Poder-se-ia dizer que seria melhor para Judas se nunca fosse nascido se a aniquilação fosse todo o que o esperava? A aniquilação não é nenhuma punição em absoluto.

Cada vez que os não-crentes pecam incrementa-se o seu tormento no inferno. As pessoas que pecam o dobre que outras com luz similar receberão duas vezes mais punição. Cada dia que os pecadores continuam a viver e respirar aqui na Terra sem arrependimento, estão adicionando dor aos seus tormentos no inferno. Romanos 2:5 diz-nos: "mas por causa da sua obstinação e o seu coração não arrependido você está armazenando ira para você no dia da ira e da revelação do justo julgamento de Deus."

O senhor Jesus incentivou aos justos a acumular tesouros no Céu melhor que na Terra. O maus estão aumentando as suas iras e tormentos futuros no inferno cada dia que continuam pecando. Adicionam tormentos à sua punição diariamente.
No inferno os homens desejarão que nunca tivessem nascido.

Charles Haddon Spurgeon disse: "no inferno não há nenhuma esperança. Não há mesmo a esperança de morrer - a esperança de ser aniquilados. Para sempre --PARA SEMPRE-- são condenados para sempre! Em cada grão do inferno, lá é escrito "para sempre". Nos fogos, as flamas brilham com estas palavras, "para sempre". Acima de suas cabeças, leram, "para sempre". Os seus olhos são esfolados e os seus corações são doridos com o pensamento "para sempre".

Oh, se eu pudesse dizer que hoje à noite o inferno um dia estaria frio, e que aqueles que estavam condenados podem ser salvados, haveria uma festa selvagem no inferno somente com pensa-lo. Mas não pode ser --eles foram condenados "para sempre" nas tebras exteriores.

Cristopher Love usa uma ilustração para tentar-nos ajudar a compreender o que a eternidade significa: "suponha que todas as montanhas da Terra são montanhas de areia, e que muitas mais montanhas foram adicionadas ainda, até que alcançaram até o Céu e um pássaro pequeno vem uma vez cada mil anos e toma um grão de areia desta gigantesca montanha, haveriam passar uma quantidade inumerável de milhões de anos antes de que essa massa da areia fosse consumida, e ainda assim este processo teria um final; e seria feliz o condenado, se o inferno não durasse mais que esse tempo; mas esta é a miséria do homem no inferno, ele não terá mais esperança de sair depois que transcorridos milhões de anos, que quando foi lançado primeiramente lá dentro; porque os seus tormentos serão pela eternidade toda, sem fim, porque o Deus que o amaldiçoa é eterno."

Anteriormente olhamos a necessidade do inferno ou por que deve haver um lugar como o inferno. Agora nós olharemos por que o inferno não deve somente existir, mas porque deve existir eternamente. Por que é necessário que o inferno seja eterno? Há diversas respostas que nós exploraremos brevemente. A primeira razão que nós olharemos é a mencionada por Cristopher Love na passagem citada. O Deus que condena aos homens é um Deus eterno.

"A eternidade do inferno está baseada finalmente na natureza de Deus."
É eterna a palavra de Deus? É a natureza de Deus eterna? A Escritura diz-nos: "Jesus-Cristo é o mesmo ontem e hoje, e pelos séculos" (Hebreus 13:8). "A Sua Justiça resiste para sempre" (Salmos 111:3). "A palavra do Senhor permanece para sempre" (I Pedro 1:24). Se a palavra de Deus é eterna, se a Justiça de Deus é eterna, se Deus mesmo é eterno, então por que não deve a Sua ira ser eterna também? Como eternamente Existente, todos os atributos de Deus são eternos e imutáveis; conseqüentemente, o inferno, como uma expressão da ira de Deus, deve ser eterno.
O inferno deve ser eterno porque a justiça de Deus nunca ficaria satisfeita pela punição finita dos pecadores, não importa quanto muito tempo durasse. Jesus-Cristo explicita isto quando fala sobre fazer as contas com o seu acusador antes de que chegue o Julgamento, se não você será conduzido à prisão e "eu digo-lhe que você não ha partir de lá até que pague o último centavo" (Lucas 12:59). O homem não pode dar nada para pagar pelos seus pecados. Nenhuma quantidade de punição no inferno, não importa quanto dure, pode limpar os pecados. É impossível; conseqüentemente, o inferno deve ser eterno.

Em terceiro lugar, o inferno deve ser eterno porque a Escritura nos diz que o verme que culpa a consciência dos homens no inferno nunca morre. "O seu verme não morrerá, e o seu fogo não será extinguido" (Isaias 66:24). O seu verme nunca morrerá nem o seu fogo nunca se extinguirá, então aqueles que são atormentados pelo verme nunca morrerão.
Por último, o inferno será eterno porque os homens continuam a pecar no inferno. Aumentarão e agravarão a sua culpa lá.

O inferno é um lugar onde os condenados blasfemarão contra Deus e contra deles mesmos. Os homens maus aumentarão os tormentos uns aos outros, ao se acusarem e se condenarem entre eles. Os homens não se arrependem no inferno porque o caráter dos pecadores não muda. Remanescem pecadores para sempre. Os homens continuam a pecar toda a eternidade, conseqüentemente, Deus puni-los-á eternamente.
APLICAÇÃO A CRENTES, ATEUS E AGNÓSTICOS

Os profetas do Antigo Testamento advertem-nos repetidamente dos perigos do inferno: "quem entre nós viverá com o fogo inextinguível?" (Isaias 33:14). "quem pode resistir diante da Sua indignação? E quem pode resistir o ardor da Sua raiva? A Sua ira derrama-se como o fogo "(Nahum 1:6). Pecador, é você tanto arrogante para pensar que pode resistir a ira de Deus quando seja derramada em toda a sua potência sobre você?
Você pode pensar que o inferno não é tanto quente e que você poderá resisti-lo bem. Se você acreditar isto, você é algo mais que um parvo. Os terrores do inferno fazem que mesmo os diabos tremam. É você tanto louco para permanecer imóvel a respeito deles ou mesmo se esquecer deles?

Não pense que simplesmente porque você vai às vezes à igreja, ou acredita intelectualmente nas verdades do Cristianismo, que você escapará do inferno.
Você que professa ser cristão, mas ora pouco e não lê muito a Bíblia : como pensa você escapar da punição do inferno? Você que não é incomodado especialmente por pecados pequenos nem pelos pensamentos vãos e sujos que você tem: esta você pronto para ir ao inferno?

Você que pensa que o reino de Deus consiste em uma profissão verbal de fé em Jesus-Cristo ou em acreditar intelectualmente que Jesus morreu pelos seus pecados, mas que não está interessado em viver uma vida santa, justa e piedosa, abdicando quase nenhum pensamento a Deus durante a semana: você está preparado para resistir os tormentos do inferno, de dia e de noite, pelos séculos dos séculos? Você deve estar preparado para elo, porque se estas coisas fossem verdadeiras de você, você já está dirigido em linha reta para o inferno, a menos que você se arrependa.

Não se engane a você mesmo! O Cristianismo não consiste nas palavras, ou em afirmações piedosas, ou na mera opinião intelectual, mas em um coração novo e em uma vida nova dedicados a não pecar e viver para a glória de Deus. Se o seu coração e a sua vida não forem mudados por Deus, você está ainda nos seus pecados. Se você estiver vivendo na expressa desobediência à palavra de Deus e for indiferente sobre ela, você não tem nenhum direito a supor que está indo ao Céu: todo ao contrário, você está, na sua maneira, já no inferno!

Arrependa-se de todos os seus pecados e volte a Jesus-Cristo e rinda-se a Ele como Senhor. Escute as palavras de Jesus-Cristo: "Se o seu olho faz que você tropece, arranque-o para fora, e lançe-o longe de você. É melhor para você incorporar-se a vida com um olho, que tendo dois olhos ser lançado no inferno de fogo"(Mateu 18:9). O mesmo diz sobre a mão. Estas parábolas referem-se àqueles ídolos aos que consagramos a nossa vida esquecendo que Deus é o verdadeiramente importante. Esqueça os ídolos que o conduzem ao inferno e situe a Deus na cimeira da sua vida, no lugar que realmente Lhe corresponde.

Recorde que a dificuldade de abandoa-lo todo por Jesus-Cristo é nada comparada com suportar a eternidade no inferno. Eu não acredito que alguém possa espantar-se com a idéia de passar a eternidade no Céu, mas sim no inferno, de modo que possam começar a procurar a Deus com todo o seu coração, e implorar a Jesus-Cristo ter misericórdia deles.
Os homens estão no borde mesmo do abismo do inferno e estão prontos para cair de cabeça nele.

No entanto são completamente inconscientes de que eles estão em perigo. Se ouvir falar sobre o inferno puder fazer que os homens de outra maneira insensíveis considerem as Verdades Eternas, então predicar sobre o inferno é certamente valioso. É melhor ver agora o inferno, quando você viver, e ser estarrecido por ele, que ter que suportar para sempre o inferno enquanto você morra.

Eu não quiser que você estiver mais receoso do inferno que do pecado. O pecado é o seu inimigo real. O pecado é mais mau que o inferno porque o pecado deu nascimento ao inferno. Você estaria disposto a ir ao inferno para toda a eternidade a cámbio de uns de poucos prazeres e luxúrias imorais aqui na terra? Fuja do pecado! Fuja de viver para si e para a auto-gratificação e volte a Jesus-Cristo. Quando você morra já será tarde de mais.
Toda oportunidade de arrependimento limita-se à vida na Terra. Esta doutrina é útil ao justo assim como ao injusto.

A doutrina do inferno deve levar ao justo a temer a Deus. Um temor santo é útil em muitas maneiras. Esse quem teme a Deus no seu coração tem um respeito mais grande pelos mandamentos de Deus. Quem teme verdadeiramente a Deus não temerá aos homens e preferirá desagradar aos homens que a Deus (Isaias 8:12-13).

Esta doutrina deve aumentar a sua fidelidade e alegria em Jesus-Cristo porque você foi salvado dos tormentos do inferno e deve do mesmo modo aumentar o seu amor por Jesus-Cristo que resistiu a ira de Deus em cima da cruz no lugar de você. A doutrina do inferno deve produzir dentro de você medo ao pecado. Deve causar-nos temor mesmo dos pecados mais pequenos e ter cuidado de confessa-los rapidamente para limpar o seu coração e a sua vida. Deixe que a doutrina do inferno evite em você a prática do pecado.

A doutrina do inferno deve ajudar ao justo a ser paciente sob todas as penas externas nos dias de aflição. Não importa como de grandes sejam as suas penas neste mundo, são mui distantes dos tormentos do inferno, dos que o Senhor livrou aos justos. Você puder ter que submeter-se a tormentos menores durante a sua vida na Terra, mas recorde que somente são provisórios e você foi livrado do mais grande de todos os tormentos, assim que você tem uma ração para alegrar-se mesmo nos momentos de mais grande pena.

Esta doutrina é útil e motivante para levar a outros a mensagem de Jesus-Cristo. Eryl Davies escreveu no seu livro A Ira De Deus: "a eternidade dos sofrimentos do inferno deve fazer-nos mais zelosos e ansiosos para proclamar aos homens quem é o Único que pode os salvar. Nós encolhemos não declarar estas solenes verdades? O pensamento do inferno desagrada-nos? Recorde que Deus será glorificado mesmo com os sofrimentos eternos dos que não acreditam no inferno. A Sua majestade ferida será vindicada...

O que é supremo no propósito de Deus na hora da eleição e a reprovação dos homens é a Sua própria glória, e o inferno também glorificará a Sua justiça, a potência, e a ira de Deus durante toda a eternidade. No ínterim é nossa a responsabilidade de orar e trabalhar para a salvação dos pecadores antes de que tal punição terrível os alcance."
Eu não posso marchar sem a uma palavra final àqueles que pensam que são convertidos, mas não o são; e também, àqueles que se sabem que estão sem converter.

Pode você conceber a eternidade? Pare agora e a tente imaginar ser atormentado incessantemente, para sempre, sem fim. Isto não o estarrece? Nunca terá uma possibilidade para o descanso, nem um só momento. Nunca terá uma gota de água para refrigerar a sua garganta torrada. Pense outra vez quanto tempo a eternidade é. Tente imaginá-la: o dia e a noite, pelos séculos dos séculos, queimado com fogo o mesmo que uma aranha dentro de uma fornalha em flamas. Chios, dor, lamentos, amaldiçoando o dia em que você nasceu; e sendo amaldiçoado pelos diabos e pelas outras almas amaldiçoadas em torno de você.

E todo isto eternamente. Recordando, sempre recordando as vezes que você foi advertido aqui, na Terra e como você ignorou aqueles avisos: auto-satisfeito e auto-enganado, pensando que tudo estava bem na sua alma. A esposa de Job dissera-lhe que amaldiçoa-se a Deus e morresse. A menos que você se arrependa e venha a Jesus-Cristo, quem é a sua única esperança, você será amaldiçoado por Deus e atormentado eternamente por Ele na Sua presença, na plenitude terrível da Sua ira, e você nunca morrerá. Você nunca morrerá. VOCÊ NUNCA MORRERÁ! A eternidade é para sempre!

O INFERNO DE SANTO ANSELMO

"Jazem nas trevas exteriores. Pois, lembrai-vos, o fogo do inferno não emite nenhuma luz. Assim como, ao comando de Deus, o fogo da fornalha babilônica perdeu o seu calor mas não perdeu a sua luz, assim, ao comando de Deus, o fogo no inferno, conquanto retenha a intensidade do seu calor, arde eternamente nas trevas. E uma tempestade que nunca mais acaba de trevas, de negras chamas e de negra fumaça de enxofre a arder, por entre as quais os corpos estão amontoados uns sobre os outros sem uma nesga de ar. De todas as pragas com que a terra dos faraós foi flagelada, uma praga só, a da treva, foi chamada de horrível. Qual o nome, então, que devemos dar às trevas do inferno, que hão de durar não por três dias apenas, mas por toda a eternidade?

"O horror desta estreita e negra prisão é aumentado por seu tremendo cheiro ativo. Toda a imundície do mundo, todos os monturos e escórias do mundo, nos é dito, correrão para lá como para um vasto e fumegante esgoto quando a terrível conflagração do último dia houver purgado o mundo. O enxofre, também, que arde lá em tão prodigiosa quantidade, enche todo o inferno com o seu intolerável fedor; e os corpos dos danados, eles próprios, exalam um cheiro tão pestilento que, como diz São Boa-ventura, só um deles bastaria para infeccionar todo o mundo. O próprio ar deste mundo, esse elemento puro, torna-se fétido e irrespirável quando fica fechado longo tempo.

Considerai, então, qual deva ser o fétido do ar do inferno. Imaginai um cadáver fétido e pútrido que tenha jazido a decompor-se e a apodrecer na sepultura, uma matéria gosmenta de corrupção líquida. Imaginai tal cadáver preso das chamas, devorado pelo fogo do enxofre a arder e a emitir densos e horrendos fumos de nauseante decomposição repugnante. E a seguir imaginai esse fedor malsão multiplicado um milhão e mais outro milhão de milhões sobre milhões de carcaças fétidas comprimidas juntas na treva fumarenta, uma enorme fogueira de podridão humana. Imaginai tudo isso e tereis uma certa idéia do horror do cheiro do inferno.

"Mas tal fedentina não é, horrível pensamento é este, o maior tormento físico ao qual os danados estão sujeitos. O tormento do fogo é o maior tormento ao qual o tirano tem sempre sujeitado suas criaturas. Colocai o vosso dedo por um momento na chama duma vela e sentireis a dor do fogo. Mas o nosso fogo terreno foi criado por Deus para benefício do homem, para manter nele a centelha de vida e para ajudá-lo nas artes úteis, ao passo que o fogo do inferno é duma outra qualidade e foi criado por Deus para torturar e punir o pecador sem arrependimento.

O nosso fogo terrestre, outrossim, se consome mais ou menos rapidamente, conforme o objeto que ele ataca for mais ou menos combustível, a ponto de a ingenuidade humana ter-se sempre entregado a inventar preparações químicas para garantir ou frustrar a sua ação. Mas o sulfuroso breu que arde no inferno é uma substância que foi especialmente designada para arder para sempre e ininterruptamente com indizível fúria. Além disso, o nosso fogo terrestre destrói ao mesmo tempo que arde, de maneira que quanto mais intenso ele for mais curta será a sua duração; já o fogo do inferno tem esta propriedade de preservar aquilo que ele queima e, embora se enfureça com incrível ferocidade, ele se enfurece para sempre.

"O nosso fogo terrestre, ainda, não importa que intensidade ou tamanho possa ter, é sempre duma extensão limitada; mas o lago de fogo do inferno é ilimitado, não tem praias nem fundo. E está documentado que o próprio demônio, ao lhe ser feita a pergunta por um soldado, foi obrigado a confessar que se uma montanha inteira fosse jogada dentro do oceano ardente do inferno seria queimada num instante como um pedaço de cera.

E esse terrível fogo não aflige os danados somente por fora, pois cada alma perdida se transforma num inferno dentro de si mesma, o fogo sem limites se enraivecendo mesmo em sua essência. Oh! Quão terrível é a sorte desses desgraçados seres! O sangue ferve e referve nas veias; os cérebros ficam fervendo nos crânios; o coração no peito flamejando e ardendo; os intestinos, uma massa vermelha e quente de polpa a arder; os olhos. coisa tão tenra, flamejando como bolas fundidas.

"Ainda assim, quanto vos falei da força, da qualidade e da ilimitação desse fogo é como se fosse nada quando comparado com a sua intensidade, uma intensidade que é justamente tida como sendo o instrumento escolhido pelo desígnio divino para punição da alma assim como do corpo igualmente. Trata-se dum fogo que procede diretamente da ira de Deus, trabalhando não por sua própria atividade, mas como um instrumento da vingança divina. Assim como as águas do batismo limpam tanto a alma como o corpo, assim o fogo da punição tortura o espírito junto com a carne.

Todos os sentidos da carne são torturados; e todas as faculdades da alma outro tanto: os olhos com impenetráveis trevas; o nariz com fétidos nauseantes; os ouvidos com berros, uivos e execrações; o paladar com matéria sórdida, corrupção leprosa, sujeiras sufocantes inomináveis; o tato com aguilhões e chuços em brasa e cruéis línguas de chamas. E através dos vários tormentos dos sentidos a alma imortal é torturada eternamente, na sua essência mesma, no meio de léguas e léguas de ardentes fogos acesos nos abismos pela majestade ofendida de Deus Onipotente e soprados numa perene e sempre crescente fúria pelo sopro da raiva da Divindade.

"Considerai, finalmente, que o tormento dessa prisão infernal é acrescido pela companhia dos condenados mesmos. A má companhia, sobre a terra, é tão nociva que as plantas, como que por instinto, apartam-se da companhia seja do que for que lhes seja mortal ou funesto. No inferno, todas as leis estão trocadas - lá não há nenhum pensamento de família, de pátria, de laços, de relações. O danado goela e grita um com o outro, sua tortura e raiva se intensificando pela presença dos seres torturados e se enfurecendo como ele.

"Todo o senso de humanidade é esquecido. Os lamentos dos pecadores a sofrerem enchem os mais recuados cantos do vasto abismo. As bocas dos danados estão cheias de blasfêmias contra Deus e de ódio por seus companheiros de suplício e de maldiçoes, contra as almas que foram seus companheiros no pecado.

Era costume, nos antigos tempos, punir o parricida, o homem que havia erguido sua mão assassina contra o pai, arremessan-do-o nas profundezas do mar num saco dentro do qual também eram colocados um galo, um burro e uma serpente. A intenção desses legisladores, que inventaram tal lei, a qual parece cruel nos nossos tempos, era punir o criminoso pela companhia de animais malignos e abomináveis.

Mas que é a fúria dessas bestas estúpidas comparada com a fúria da execração que rompe dos lábios tostados e das gargantas inflamadas dos danados no inferno, quando eles contemplam em seus companheiros em miséria aqueles mesmos que os ajudaram e incitaram no pecado, aqueles cujas palavras semearam as primeiras sementes do mal em pensamento e em ação em seus espíritos, aqueles cujas sugestões insensatas os conduziram ao pecado, aqueles cujos olhos os tentaram e os desviaram do caminho da virtude? Voltam-se contra tais cúmplices e os xingam e amaldiçoam. Não terão, todavia, socorro nem ajuda; agora é tarde demais para o arrependimento.

"Por último de tudo, considerai o tremendo tormento daquelas almas condenadas, as que tentaram e as que foram tentadas, agora juntas, e ainda por cima, na companhia dos demônios. Esses demônios afligirão os danados de duas maneiras: com a sua presença e com as suas admoestações. Não podemos ter uma idéia de quão terríveis são esses demônios. Santa Catarina de Siena uma vez viu um demônio e escreveu que preferia caminhar até o fim de sua vida por um caminho de carvões em brasa a ter que olhar de novo um único instante para tão horroroso monstro.

Tais demônios, que outrora foram formosos anjos, tornaram-se tão repelentes e feios quanto antes tinham de lindos. Escarnecem e riem das almas perdidas que arrastaram para a ruína. É com eles que são feitas, no inferno, as vozes da consciência. Por que pecaste? Por que deste ouvido às tentações dos amigos? Por que abandonaste tuas práticas piedosas e tuas boas ações? Por que não evitaste as ocasiões de pecado? Por que não deixaste aquele mau companheiro? Por que não desististe daquele mau hábito, aquele hábito impuro? Por que não ouviste os conselhos do teu confessor? Por que, mesmo depois de haveres tombado a primeira, ou a segunda, ou a terceira, ou a quarta ou a centésima vez, não te arrependeste dos teus maus passos e não voltaste para Deus, que esperava apenas pelo teu arrependimento para te absolver dos teus pecados?

Agora o tempo para o arrependimento se foi. Tempo existe, tempo existiu, mas tempo não existirá mais! Tempo houve para pecar às escondidas, para se satisfazer na preguiça e no orgulho, para ambicionar o ilícito, para ceder às instigações da tua baixa natureza, para viver como as bestas do campo, ou antes, pior do que as bestas do campo, porque elas, ao menos, não são senão brutos e não possuem uma razão que as guie; tempo houve, mas tempo não haverá mais.

Deus te falou por intermédio de tantas vozes, mas não quiseste ouvir. Não quiseste esmagar esse orgulho e esse ódio do teu coração, não quiseste devolver aquelas ações mal adquiridas, não quiseste obedecer aos preceitos da tua Santa Igreja nem cumprir teus deveres religiosos, não quiseste abandonar aqueles péssimos companheiros, não quiseste evitar aquelas perigosas tentações.

Tal é a linguagem desses demoníacos atormentadores, palavras de sarcasmo e de reprovação, de ódio e de aversão. De aversão, sim! Pois mesmo eles, os demônios propriamente, quando pecaram, pecaram por meio dum pecado que era compatível com tão angélicas naturezas: foi uma rebelião do intelecto; e eles. Estes mesmos, têm que se afastar, revoltados e com nojo de terem de contemplar aqueles pecados indizíveis com os quais o homem degradado ultraja e profana o templo do Espírito Santo, e se ultraja e avilta a si mesmo".

Santo Anselmo (Similitudes)



Sobre as punições que o nosso Senhor informou como advertência para todos os que vivem em pecado.


Um dos meios principais que o nosso Senhor utilizou mais freqüentemente para travar os corações de homens, e trazer-os à obediência das Suas ordens, foi pôr frente dos seus olhos as calamidades e as punições horríveis que estão preparadas para as pessoas rebeldes e transgressoras da Sua lei. Porque embora a esperança das recompensas que sejam prometidas na vida próxima ao que é bom, podem muito deslocar-nos para ele: com todo deslocamo-nos geralmente mais com as coisas que sejam-nos embaraçosas, que com as que são-nos agradáveis: vemos por experiência diária, nos que desagradam-nos mais as lesões feitas contra nós, que encantamo-nos com qualquer honra; e preocupa-nos mais a doença, que o conforto da saúde. E pela incomodidade da doença, vimos compreender a significado da saúde, porque uma coisa que percebemos melhor, é percebida de maneira mais sensível.

Por esta causa fez o mesmo o nosso Senhor em épocas afastadas. Utiliza de todo o que isto significa mais que qualquer outro método de conversão, como aparece o mais claramente possível nas Escrituras dos Profetas, as quais assinalam-nos por todas as partes das ameaças terríveis contra o pecado, com as quais o nosso Senhor deseja inculcar um saudável terror nos corações dos homens, para travar-os e submeter-o sob obediência da Sua lei.

E para este fato ordenou ao profeta Jeremias, que tomasse um livro em branco, e escrever nele todas as ameaças e calamidades que Ele tivesse-lhe revelado, a partir do primeiro dia que começou a falar com ele, até à esta hora presente, e estas palavras devia literalmente ler-as na presença de todas as pessoas, para que o destino de todos eles deslocasse-se cara arrepender-se, e alterassem as suas vidas precedentes, de modo que possam também alterar a determinação da Sua cólera, disposta a executar-se sobre eles.

E as Escrituras Sagradas dizem que quando o profeta tinha feito como como Deus Onipotente ordenou, e tinha lido todas as ameaças na presença das gentes, e os líderes; tal medo e terror apresentou-se entre elas, que espantados, alarmados como nunca imaginariam, miraram as faces dos outros, surpreendidos do grande medo que também eles tiveram concebido com estas palavras.

Este foi um dos meios principais que Deus Onipotente utilizou com os homens na época da Lei escrita, e assim também fez na época da graça: em a qual, o Santo Apóstolo disse que viera para revelar aos homens a maneira de agir de Deus, e revelar que existe também uma indignação e uma cólera, pela qual Ele punirá o que é injusto: por esta causa, Santo João Baptista (o precursor glorioso do nosso Cristo Salvador) foi enviado, com esta missão e embaixada a predicar ao mundo que o machado já tem sido posto na raiz da árvore, e que cada árvore que não dá bom fruto, deve ser destruída e ser lançada ao fogo.

Disse, por outro lado, que Outro vem ao mundo mais potente, que leva na sua mão uma vassoura, para abanar e limpar o seu solo, e que guardaria o grão na sua granja, enquanto a palha será queimada num fogo que nunca seja apagado. Esta era predicação e a embaixada que o santo precursor do nosso Jesus-Cristo Salvador trouxe ao mundo. E tanto grande era o trovão destas palavras, e os terrores que inspiraram nos corações dos homens tanto horríveis, que foram à ele pessoas de todos os estados e condições, mesmo os fariseus e publicanos, e também os soldados (que entre todos eram os mais viciosos, e os que tinham menos cuidado das suas consciências) e todos exigiram deste homem santo, que determinar que deviam fazer para obter a salvação, e escapar destas ameaças terríveis que anunciou frente a eles, tanto grande era o medo que tiveram concebido.

E isto é o que (querido irmão cristão) faço no presente (no favor de Deus Onipotente) entregando-te esta mensagem, embora não com o mesmo fervor do espírito, nem santidade de vida mas -que é o que mais importa neste caso- efetivamente com a mesma verdade e certeza; porque tanto como a fé como o Evangelho tal como São João Baptista então predicava, incluso agora é o mesmo que ensino.

Agora, se estás desejoso para compreender em poucas palavras, como grande é a punição com a qual o Onipotente Deus ameaçou nas suas Santas Escrituras ao pecador, o que pode o mais depressa possível ser dito a propósito de este assunto é o que segue: tal como a recompensa de o que é bom é uma bondade universal, tão assim a punição do condenado é um mal universal, que compreende nele todos os mais que existem.

Para uma melhor compreensão, devemos observar que todos os mais desta vida são determinados, e por conseguinte não atormentam todos os nossos sentidos em geral, mas apenas um, ou alguns de eles. Como exemplo das doenças do nosso corpo, vemos, que um sofre uma doença nos seus olhos, outro nos seus ouvidos, um é doente no coração, outro no estômago, outro na sua cabeça. E os homens tanto diversos são doentes nas partes diversas do corpo, de modo que nenhuma das doenças fere geralmente todos os membros do corpo, apenas certa parte deles.

Vemos qual dor apenas uma destas doenças pode provocar-nos, e como é penosa uma noite de um homem que tornou doente de uma soa destas doenças, sim, embora fosse nada mais apenas uma pequena dor num dente. Pensemos agora o caso, de um homem convalescente de uma doença tanto universal, que não tenha nenhuma parte do seu corpo, nenhuma articulação, nenhum membro ou sentido, livre da sua própria dor, mas que ao mesmo tempo e momento sofre o mais e maior tormento na sua cabeça, os seus olhos, e nos ouvidos, nos seus dentes, e estômago, no seu fígado e coração: e para ser curto, em todo o resto os seus membros e articulações do seu corpo, e é disposto após esturricado na sua cama, doendo-se com estas penalidades e tormentos, cada membro do seu corpo tem os seu tormento e dor determinados: (Digo) que deve ser deitado assim danificado e afligido, que de grandes tormentos e de penalidades de espírito e corpo (pense-o) deve suportar?

Oh, qual coisa poderia homem imaginar mais infeliz, e mais digno da compaixão? Certamente, se visses um cão assim atormentado e afligido na rua, as suas mesmas dores deslocariam o teu coração a tomar compaixão de ele. Agora (meu caro irmão cristão), se qualquer comparação pode ser feita entre si, como sofre-se em esse lugar maldito e horrível do inferno, e não somente durante o espaço de uma noite, mas eternamente, para sempre jamais!!! Como os maus homens ofenderam a Deus Onipotente com todos os membros e sentidos, e fizeram uso de todos eles para servir ao pecado, assim serão atormentados lá cada um deles com o seu tormento adequado.

Lá os olhos insensíveis do pecador serão atormentados com a vista terrível dos diabos: os ouvidos com a confusão, gritos e lamentações horríveis que lá serão ouvidas: o nariz com o cheiro intolerável do feio lugar, cheirenta, e repugnante; o gosto, com a fome e a sede mais insaciáveis; o tacto, e todos os membros do corpo com um fogo extremamente ardente. A imaginação será atormentada pela concepção das penalidades presentes: a memória, tentando importar inutilmente prazeres distantes: o entendimento, considerando quais vantagens são perdidas, e quais misérias sem fim são por vir.

As Escrituras Sagradas avisam-nos desta multiplicidade de punições que cairão sobre nós quando afirma: Mateus Salmo 10 que no inferno haverá fome, sede, lágrimas, lamentações, tremer dos dentes, espadas de duplo gume, espíritos criados para a vingança, serpes, para, escorpiões, martelos, absinto, água pútrida, o espírito da trovoada, e outras coisas semelhantes. Onde mostra-nos -se (como numa figura) a multiplicidade e terror horrível dos tormentos e das dores mais horríveis que existem neste lugar maldito.

Haverá além disso obscuridade interna e externa, de corpo e alma, imensamente mais escura que a obscuridade do Egipto, que podia ser sentida mesmo com as mãos, Êxodo 10. Haverá fogo também, não como este fogo de aqui, que atormenta ligeiramente, e rápido termina, mas um fogo como o deste lugar maldito, que atormenta o que é inimaginável e nunca terminada.

E sendo isto a verdade, qual maior temor pode ser contado para os que crêem e admitem que isto é verdade, e vivem contudo com a negligência mais estranha possível? Qual caminho e quais dores um homem não está um disposto a suportar para escapar lá um dia apenas, sim, mesmo uma hora, destes tormentos? E assim então, compreendendo a impossibilidade de escapar das grandes dores e tormentos horríveis e sem fim, porque suportam tão pouco um curto caminho como o que é seguir na Terra o exercício da virtude? Certamente, a consideração desta matéria poderia fazer que qualquer alma pecadora temeria e ainda tremeria, no caso ser considerada profundamente.

E se entre o número tanto grande de dores, houvesse certa esperança de fim ou de interrupção momentânea, seria uma certa classe de conforto: mas não é assim. Quando as portas são fechadas, termina também qualquer esperança de conforto ou de cámbio. Em toda classe de dores e de calamidades que existem neste mundo, há sempre uma possibilidade para o doente possa às vezes receber certa classe de conforto às suas dores, às vezes a razão, às vezes um clima benigno, às vezes os seus amigos, o saber que outras pessoas sofrem a mesma doença, (nos menos casos possíveis) a esperança de um fim próximo pode às vezes incentivar-o ligeiramente: apenas estas dores e misérias extremas e mais horríveis existem no inferno, todas as portas de conforto são fechadas, e todos os confortos são anulados definitivamente, o infeliz pecador não pode esperar remédio às suas penalidades infinitas de nenhuma maneira, nem do céu, nem da terra, nem do tempo, nem do presente, nem qualquer época que pode vir, ou de nenhum outro meio imaginável.

As almas condenadas pensam, que todos os homens lançam os dardos contra elas, e que todas as criaturas conspiraram contra elas, e que eles mesmos são cruéis contra eles. Este é o sinal de socorro com o qual os pecadores são arrependidos como afirmaram o profeta dizendo: As dores do inferno cercaram-me muito ao redor minha, e as armadilhas da morte cercaram-me. Para qualquer lado que supervisionam ou dão regresso aos seus olhos, eles vêem cercam continuamente ocasiões de dor e de penalidade, e nenhum conforto em absoluto.

As virgens sábias (dizia o Evangelista) que estavam preparadas à porta do noivo, entraram dentro, e as portas imediatamente têm sido bloqueadas. Oh procurando eternamente, oh recinto imortal, oh leva de toda bondade que nunca será aberta outra vez. Para dizê-lo mais simplesmente, a porta do perdão, a a da misericórdia, a da bondade, a graça, a intercessão, a esperança, e o resto das maravilhas, é fechada para sempre jamais.
Seis dias e não mais cesto será colhido já, mas o sétimo dia, que era o dia de sábado, nenhum cesto podia ser encontrado: e por conseguinte jejuará por sempre, porque não tivesse feito em tempo apropriado a sua provisão de alimento.

É parvo (dizia o homem sábio) quem não trabalha a sua terra em inverno por medo ao frio, e por conseguinte deverá esmolar o seu pão no verão, e nenhum homem dá-lo-á para comer. E num outro lugar dizia: Aquele que sega em verão, é uns filho sábio, mas aquele que está consagrado a dormir nesta mesma estação, é o filho da confusão.

Qual confusão mais grande pode haver que a deste infeliz e sofrido homem rico, que caiu numa necessidade tanto extrema que pediu (sim, e pede por sempre inutilmente) apenas uma gota de água, e nunca obte-la-á. Quem não é afetado com este pedido do infeliz condenado, que gritou, "oh pai Abraham tem compaixão de mim, e envia a este mundo inferior à Lázaro, com a ponta do seu dedo molhada de água, e toca a minha língua, porque estas chamas horríveis me atormentam de maneira insuportável.

Qual pedido mais pequeno podia ser desejado no inferno que esta? Não faz um pedido de uma vaso de água, nem, que Lázaro ponha a sua mão completa de água, nem mesmo (o que é pedir de mais) ele solicita tanto como um dedo completo, mas apenas a ponta do dedo mais pequeno, de modo que possa molhar a sua língua queimada; mas mesmo aquilo não se atribuir-lhe -ia.

Como podes perceber, a porta de toda bondade é fechada rapidamente, e de maneira universal e definitiva, até ao ponto de que este condenado e maldito rico não poderia mesmo obter um pedido ínfimo como aquilo. De modo que em qualquer parte na qual os condenados põem os seus olhos, e onde estiram as suas mãos, não encontrem nenhuma maneira de conforto, nunca, nem o mais pequeno.

E da mesma maneira que um náufrago que se encontra no meio do mar a ponto de afogar, dado que não encontra onde apoiar os seus pés, tenta nadar adiante sendo ajudado dos seus braços numa tarefa totalmente inútil (porque onde quer que nade, apenas encontrará a água líquida e fina, nenhuma terra sólida) também isto produzir-se-á com os que estão malditos no inferno, quando afogarem neste mar profundo de misérias infinitas, eles esforçar-se-ão e combaterão sempre com a morte, sem encontrar nenhuma ajuda ou pequeno canto onde possam descansar.

Esta é uma mais maiores penalidades dos condenados atormentados neste lugar maldito: porque se estes tormentos tivessem uma duração limitada por certo tempo, ainda que são mil, sim, cem mil milhões de anos, isto suporia certo conforto para eles, porque nada é perfeitamente grande, e em todo caso terá um fim mais ou menos afastado: mas não. Não têm nem sequer este conforto pobre e miserável: mas pelo contrário, as suas dores continuarão iguais em proporção com a eternidade de Deus Onipotente, e a duração das suas misérias equivalentes à eternidade da glória de Deus. Tanto como viverá Deus Onipotente, durará tanto assim a morte dos que são malditos: e quando Deus
Onipotente cesse de ser Deus, então também cessarão de ser como são.

Oh morrido em vida, oh morte imortal! Não sei se posso chamar-a vida ou morte: Porque se é vida quando ocorre o falecimento? E se é morte, quanto dura? No entanto, não é nem uma nem a outra, porque nos dois casos existe um algo bom: na vida existe o falecimento e na morte existe um fim (que é um grande conforto para o que está afligido) mas não existindo falecimento nem nenhum fim, qual classe de coisa é então? Temos o pior da vida e o pior da morte; Da morte temos o tormento sem fim e da vida temos a continuidade para sempre jamais.

Oh, composição amarga, Oh penoso esvaziado da cálice do Senhor! da qual, todos os pecadores da terra beberão a sua parte!!! Mantendo-nos nesta continuação desta eternidade, desejaria (oh meu caro irmão cristão) que você fixar um momento os olhos na consideração de um pequeno assunto: é que verificasses como até o que parece mais simples ele é finalmente insuportável se o alargamos o suficiente no tempo.

Esta tentativa fazeremos-a melhor se seguidamente consideras um momento as dores que um homem doente sofre numa noite infeliz, especialmente se o desagradam com qualquer penalidade veemente, ou doença continuada. Olhe como treme e se agita na sua cama, qual inquieta é, que soa e fastidiosa resulta uma noite ao seu lado, como por a sua causa contamos cada uma das horas do relógio, e quanto tempo parece alargar-se cada hora, como passa o tempo desejando que passem as horas faça dia; o que não parece ser melhor para ajudar-o a ser tratado da sua doença.

Se este resulta então tormento tanto grande, que classe de tormento será (pense-o) esta noite eterna no inferno, onde não haverá nenhuma amanhã, nem tampouco não nenhuma esperança de ver o dia? Oh, obscuridade mais que escura! Oh, noite eterna! Oh, noite maldita mesmo pela boca de Deus Onipotente e todos os santos! Quanto desejar um ver a luz, e nunca não a verá, nem só uma vez, mais nunca voltará a luminosidade da manhã. Considerem então qual classe de tormento será este, suportando uma noite eterna como esta, e deitado não numa cama lisa (como a do homem doente) mas em um forno ardente, incandescente, lançando, horríveis chamas furiosas de fogo abrasador.

Quais ombros podem suportar estes ardores terríveis? Se parece como coisa intolerável ter certa parte apenas dos nossos pés parados sobre um pedaço de terra tapeada com carvões ardentes, durante um espaço de tempo suficiente para pregar uma oração, qual deve ser (pense-o) ficar parado com o corpo e a alma a ser queimada no meio destes fogos que radiam reaquecidos e eternos no inferno, a comparação da qual, os fogos deste mundo não são apenas pinturas grosseiras?

Há talento ou sabedoria neste mundo? Têm os homens os seus sentidos aditivos? Compreendem que significam estas palavras? ou por ocasião são persuadidos do qual isto são apenas fábulas de poetas? ou pensam, aquilo não me pertence à mim, mas apenas foi destinado para outros? Nada de isto podem afirmar-o, porque a nossa fé não deixa a mais mínima dúvida a este respeito de que a maioria da humanidade herdar-o-á. E mesmo nosso salvador Jesus-Cristo, que continua por verdadeiro, gritou no seu Evangelho que o Céu e a terra passarão, mas as Minhas palavras não passarão.
Desta miséria seguirá outra tanto grande, que é, que as dores continuarão sempre num mesmo grau, sem nenhuma interrupção, ou diminuição. Todas as coisas que estão sob alcance do céu, deslocam-se e dão regresso em redor do mesmo céu, e nunca são paradas num estado ou ser, mas estão continuamente ascendentes ou descendentes. O mar e os rios têm seu vazar continua, os tempos, as idades, e a fortuna mutável de homens e de reinos continuam em movimento contínuo. Não há febre tanto fervente que não decline, nenhuma penalidade tanto mantida mas após ter aumentado muito, diminui a seguir imediatamente. Para ser curtos, todas as tribulações e as misérias diminuem com o passo do tempo, e como diz o provérbio, nada seca-se antes que as lágrimas.

Apenas esta dor no inferno continua fresca, apenas lá a febre não diminui nunca, apenas lá o calor extremo não diminui nem de amanhã nem de noite. Na época do dilúvio de Noé, Deus Omnipotente ordenou chover continuamente quarenta dias e quarenta noites, incessantemente sobre a terra, e estas foram suficientes para afogar o mundo completo. E em aquele atormentado lugar do inferno, choverá vingança eterna, e os dardos da fúria cairão sobre este lugar maldito por sempre, sem cessar nem mesmo um minuto, nenhum momento.

Agora, qual tormento pode ser mais grande, e mais terrível que sofrer continuamente desta maneira, sem nenhuma classe de modificação ou de alteração? Uma carne não é nunca tanto saborosa, que contudo no caso alimentamo-nos continuamente com ela, num tempo muito curto nos revelar-se-á muito répugnant, nenhuma carne não pode não ser mais preciosa e sensível que era o maná cesto, que Deus Omnipotente enviou aos Israelitas no deserto, mas porque continuamente comeram-o, foram feitos reticentes a ele, e, sim, provocava-lhes vómitos. O caminho que é muito plano (dizem) cansa mais que qualquer outro, porque a variedade (com efeito mesmo na punição) é também uma classe de conforto.

Diga-me então, se as coisas que são agradáveis e saborosas, quando repetem-se demasiado, são também uma ocasião para a aversão e a dor: qual classe de aversão será a causada às dores mais terríveis e tormentos do inferno, que continuam eternamente da mesma maneira?

Que quereriam as criaturas condenadas e maldita, quando elas estejam lá, completamente diadas e abandonadas por Deus Omnipotente, mas desejar simplesmente o esquecemento de certo pecado, para atenuar algo os seus tormentos? E tanto grande será a fúria e a raiva que lá conceberão contra Ele, que nunca deixarão de maldizer e blafemar continuamente o Seu nome santo.

Todas as dores, acrescentam-se também com a dor deste outro roedor eterno, a memória, o verme da consciência, que as Escrituras Sagradas menciona frequentemente, o "seu verme não morrerá nunca, e o seu fogo nunca será apagado". Este verme é a raiva furiosa, a tristeza e o arrependimento, já sem nenhum fruto, que o condenado padecerá sempre no inferno, levando à sua memória as ocasiões e o tempo que tinha, quando estava neste mundo, para escapar dos tormentos mais lame


Recados do Aarão



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