Bispos lamentam que se legisle contra instituições “naturais e fundamentais”


ROMA, sexta-feira, 8 de janeiro de 2010 (ZENIT.org).- O Parlamento de Portugal aprovou hoje a proposta de Lei do governo que permite o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. A possibilidade de que estes casais possam adotar crianças ficou fora da nova legislação.

 

A proposta foi aprovada com o apoio dos votos do Partido Socialista (PS), que governa em minoria com 97 das 230 cadeiras da Assembleia. O Partido Comunista de Portugal (PCP), o Bloco de Esquerda e os Verdes também apoiaram.

A agência do episcopado de Portugal, Ecclesia, recorda hoje que vários membros da hierarquia católica pronunciaram-se sobre esta tema nas últimas semanas.

Dom Ilídio Leandro, bispo de Viseu, lamentou que o governo legisle “contra instituições que são naturais e fundamentais sustentáculos” da sociedade.

Já o Cardeal-Patriarca de Lisboa, Dom José Policarpo, indicou que “o problema que está em questão não é a homossexualidade. Se a discutirmos, o discurso tem outros parâmetros. Neste momento está em causa a natureza do casamento. Que não é uma questão religiosa, antes cultural”.

“As culturas milenares consideram o casamento um contrato entre um homem e uma mulher, que dá lugar a uma instituição, a família. Mudar esta compreensão milenar do que é a família na humanidade pode ter consequências gravíssimas no futuro”, afirmou o cardeal.

Dom Manuel Clemente, bispo do Porto, reafirmou que o casamento é “baseado na alteridade homem/mulher, que está na base da construção da sociedade”.

“Digo isto como cidadão: há aqui um valor estruturante da sociedade, institucional, à volta de algo que a sociedade reconheceu de muito importante e, por isso, precisava de ser salvaguardado e promovido”, indicou.

 

Fonte: zenit.org