Postado em: 18/08/10 às 08:09:54 por: James
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MEXICO D.F., 17 Ago. 10 / 04:34 pm (ACI).- A Conferência do Episcopado Mexicano (CEM) deu a conhecer hoje um comunicado no qual os prelados rechaçam a decisão da Suprema Corte de Justiça da Nação (SCJN) que permite as uniões homossexuais equiparadas ao matrimônio e a possibilidade que lhes deram para adotar a menores, pois não só vai contra a ordem natural mas também atenta contra a vontade da maioria da população.
A seguir a tradução do texto "Responsabilidade e livre expressão, um direito de toda pessoa" na íntegra:
"Escutamos durante estes dias o bombardeio nos meios sobre o tão controvertido tema das uniões entre pessoas do mesmo sexo e a adoção decrianças por elas.
É conhecida de todos a aprovação que a Assembléia do Distrito Federal realizou tempo atrás onde se dava consentimento a este tipo de uniões. Tal aprovação, obteve-se de maneira acelerada, sem as consultas necessárias aos diferentes autores sociais e sem atender o consenso das maiorias, que estava em desacordo de tais uniões e especialmente da adoção de crianças. O trator do partido dominante se impôs e o debate social se fez de lado em detrimento de uma sociedade majoritária que mostrava estar em contra.
A Procuradoria Geral da República interpôs um recurso constitucional ante a SCJN mostrando sua inconformidade. Ontem a SCJN terminou o debate sem ir ao fundo do assunto, somente confirmou a legalidade do processo jurídico realizado pela Assembléia de Representantes do D.F. (da capital).
Os Bispos do México, sensíveis à opinião majoritária não só na Cidade do México, mas também do país inteiro, manifestamos no exercício da liberdade de expressão garantido por nosso regime político democrático, nosso total desacordo com a sentença emitida pela SCJN; sem que isto signifique falta de respeito às Instituições do Estado Mexicano. Acreditam que equiparar com o nome de matrimônio a estas uniões é uma falta de respeito, tanto à essência mesma do matrimônio entre uma mulher e um homem, expresso na Constituição do País em seu 4º artigo, como aos costumes e a própria cultura que nos regeram por séculos.
A Igreja, da que formamos parte todos os batizados, vela pelos direitos dos que não podem se defender, e neste caso, os mais fracos como são os infantes. Por isso os Bispos como Pastores, apoiados na lei natural e em nossa fé, sempre nos pusemos e nos poremos do lado dos direitos dos não-nascidos, dos que não podem valer-se por si mesmos, dos que são vexados e explorados em todo âmbito.
O Santo Padre, Bento XVI, em diferentes momentos e com atinadas reflexões, insistiu na importância de proteger os valores fundamentais da pessoa humana desde que é concebida até a morte natural. Assim mesmo, expressou a importância de respeitar e proteger a criação, a natureza em geral e em particular a humana. A consciência ecológica que tantos adeptos vai somando para proteger as distintas espécies respeitando seus processos naturais, deve incluir a espécie humana, a mais digna e consciente de seu próprio desenvolvimento. Por isso, na mesma natureza a Igreja descobre a dignidade do matrimônio entre um varão e uma mulher. Isto nos anima a impulsionar a dignidade do casal e sua prole apelando aos valores naturais e morais.
Lamentamos que ao manifestar estes conceitos na opinião pública, existam aqueles que recriminem e ameacem alertando a intolerância, quando a tolerância é a possibilidade de que todos expressemos nossa opinião e posições. Por isso, expressamos nossa solidariedade e nosso sentir aos Senhores Cardeais Norberto Rivera Carrera e Juan Sandoval Íñiguez sobre este delicado tema.
O momento que vive o México requer um debate de altura que nos una e no qual todos os membros da sociedade em seu conjunto coloquemos adiante os múltiplos problemas que nos afligem: insegurança, violência, corrupção, desemprego, etc. Em nossa Pátria é urgente terminar com as ataduras da intransigência, da exclusão, dos prejuízos de qualquer tipo e de classe, e que todos como irmãos nos esforcemos por construir um México onde todos caibamos e se respeitem os direitos de todo indivíduo, onde a transparência e o bom uso das liberdades democráticas façam de nosso país uma nação próspera apoiada nos valores transcendentes.
Os Bispos como Pastores do povo de Deus e irmãos de todos, chamamos os fiéis a orarem a Santa Maria de Guadalupe pelas decisões dos governantes e por todas as crianças que não têm voz mas sim têm o direito de ter umafamília que seja para eles exemplo de virtudes".