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Artigo N.º 6207 - ATENÇÃO, PAIS!
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Postado em: 15/09/10 às 12:37:22 por: James
Categoria: Artigos Site Aarão
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Muitas pessoas, especialmente mães, têm me pedido para que escreva algo para os jovens. Entretanto vejo que preciso primeiro escrever para os pais, pais de filhos pequenos, porque nós, os adultos e pais, ao darmos ouvidos à serpente, e aos psicólogos dela, pecamos demais na condução e educação de nossos filhos. Só os casais novos teriam chances de mudar as novas gerações. E mesmo sabendo da necessidade eu nunca me motivei, por outro lado porque muito poucos jovens irão ler estas páginas. Entretanto, se alguns deles lerem, pode daí ter início uma corrente que levará à libertação de muitos outros, porque vamos fazer aqui alguns desafios, podem ter certeza. Então eu escrevo aqui como se fosse para os jovens – e podem ler – mas serve mesmo é para os pais observarem o que acontece com os seus filhos. Falo por experiência!

A você, pai ou mãe de algum filho jovem, moço ou moça, e mesmo menino ou menina a partir da idade da razão, peço que me escutem. Para os pais eu peço atenção para os comportamentos de seus filhos, para os filhos eu começo fazendo algumas perguntas: Para você, jovem, que ler este texto eu pergunto: quais são seus sonhos? Tem algum? O que você quer ser na vida, quando adulto! Sabia que tudo aquilo que você será mais adiante, depende 100% daquilo que você faz hoje da sua vida? Você quer ser feliz? Você quer formar uma família feliz? Se você não tem sonhos, nem um bom projeto de vida, nem luta tenazmente por eles – lembra que nem todo projeto é bom – cuidado: você é um jovem semimorto, preparado para a infelicidade, sua e de sua família.
 
Vamos fazer algumas perguntas, para podermos fixar bem meu objetivo. Imagine que hoje, tal como você está agora, e com as habilidades que tem se acaso num acidente você ficasse sozinho numa ilha deserta, conseguiria sobreviver? Sabe diferenciar uma cobra de um lagarto? Tem alguma idéia do que poderia comer ou não? Saberia como achar água, essencial para sua subsistência? Teria alguma idéia de quais bichos são perigosos ou não? Conseguiria fazer uma fogueira? Não sabe fazer nada disso? Então remato perguntado: como é que você, se não é capaz de lidar com coisas tão naturais, “se acha” tantas vezes, e pensa que é alguma coisa? Tudo isso é essencial para a vida, e necessário para a formação rija de sua personalidade! Mas o que você sabe então?
 
Vamos para coisas mais simples: Você, menino ou rapaz, lava seu tênis quando chega sujo da rua? Sabe lavar a louça e ajudar sua mamãe, e faz isso com amor e gosto? Sabe fritar um ovo pelo menos? Tem seu quarto em ordem e faz a cama assim que levanta? Mantém ordem em seu material de estudos, e faz seus deveres de casa sem pressão? É obediente, e não respondão ou malcriado e verdadeiro moleque? Acaso tem noção de horários, e é capaz de levantar sozinho para ir à escola sem pressão? Você avisa sua mamãe quando se ausenta, não mente para onde vai e cumpre horário de volta como prometido? Ou fica no computador centenas de horas por semana, em molecagens e coisas fúteis que não prestam? Se você não faz nada daquilo acima, e cumpre assiduamente apenas o último, pode ter certeza de que você é um pequeno traste, que nunca dará nada na vida! E tolamente ainda se acha! E zomba dos outros!
 
E para você, menina, ou jovem adolescente, pergunto também: Sabe passar suas roupas a ferro, e faz isso com amor e carinho? Consegue preparar um jantar, mesmo simples e trivial? Tem alguma noção de economia doméstica, sabendo o que pode e não gastar? É obediente aos seus pais, e não se ausenta de casa sem autorização da mãe que sabe onde você está? Você se veste dignamente, como uma futura esposa, ou apenas para atrair sexualmente como uma mariposa com seus feromônios? Você se prepara para ser mãe e dona de casa, para formar um lar santo e feliz? Ou você passa o tempo inteiro em futilidades com as coleginhas? Pois bem, se você não é capaz de nenhum dos outros, apenas do último, saiba que você é um pequeno traste, que se prepara para uma vida fútil e infeliz. Para ser fêmea e não esposa! E destruir seu lar!
 
Você, menina ou moça, caso é capaz deste gesto tão simples de pudor e recado, de lavar sua roupa íntima, sem que a mãe o faça ou a empregada? Acaso fica corada quando algum menino ou jovem a olha com cupidez para seu corpo exposto, devido à sua roupinha apertada, parte de seus seios à mostra, suas pinturas e extravagâncias? Você não se sente mal com a barriga e o umbigo de fora, com calça jeans de corte baixo, e tantas transparências? Pois bem, se acha isso correto e normal saiba que você está se preparando não para ser uma mulher feliz, mas antes para ser uma mulher vulgar, sem pudor, sem vergonha, sem recato, e, portanto, um OBJETO descartável que se usa e joga fora. Tais coisas é o diabo que ensina! Você já pensou em quantos milhões de lares desfeitos, de famílias destroçadas pelo divórcio? Saiba então que 90% da culpa disso tudo é de mulheres exatamente como você, que fogem da missão divina e suprema que o Criador lhes destinou, a exemplo de Maria.
 
Você, menina, mocinha, quer um exemplo de como ser infeliz? Conheço uma família de cinco irmãs, e todas elas, desde o começo, lutaram para se livrar da casa, odiavam o serviço caseiro e saíram a buscar emprego. Deixavam tudo para a mãe fazer, nem suas calcinhas lavavam! Ou raramente faziam, mas com raiva! Todas se formaram, casaram e estão bem aposentadas, mas tenho certeza absoluta de que nenhuma delas foi ou é feliz. Nenhuma é realmente realizada. Nenhuma delas pode dizer que foi corretamente mãe de família, e pode dizer que fez seu marido feliz. Nem os filhos! Que vantagem houve nisso? Nem elas, nem seus esposos, nem seus filhos realizados plenamente! Todos, de certa forma, infelizes, porque elas construíram suas vidas de forma fútil, em cima do erro, da fantasia do mundo que bota a mulher fora de casa, disputando emprego, justamente para destruir os filhos e arrasar os lares.
 
Vamos adiante perguntando: jovem leitor, qual é a sua história? O que você tem para me contar sobre sua história, sua vida? O que você já fez até hoje, de bom e de ruim? Quantas páginas de caderno você é capaz de escrever contando aquilo que você fez até este dia, sem repetir os fatos e sem exagerar? Se você disser: passei mil horas em frente ao computador ou a TV, isso dá apenas uma linha! E tudo aquilo que você viu, disse ou fez ali é pura bobagem! Comer comida que a mãe faz dá outra linha! E quantas linhas de ser preguiçoso, malcriado, respondão, desobediente, cínico, arrogante e coisas mais? Mais seis linhas? Orgulhas-te disso? E faço outra pergunta: você tem certeza de que é capaz de escrever a sua história? Tem capacidade de colocar no papel aquilo que você viveu, se é que vive? Viu, eu fiz outra pergunta: acaso você vive neste mundo, ou apenas vegeta? Digo isso, porque tenho certeza plena de que você vegeta! E vai ser um vegetal pelo resto da vida! Nunca sairá dos cueiros!
 
Que aventuras você fez na vida? Correu, brincou, foi companheiro e buscou fazer a alegria dos outros? Preparou-se para a vida, buscando aprender tudo, desde as coisas mais simples às mais complicadas? Sabe preparar um anzol, trançar uma rede, fazer um estilingue, empinar uma pipa – sem cerol, que isso é maligno – construiu alguma coisa, desmontou e montou objetos, é capaz de trocar uma lâmpada ou uma chave de luz, consertar um cano de pia, pintar uma mancha na parede? Você, menina, é capaz de pregar um botão, fazer uma bainha de calça – deveria usar sempre vestido – fazer um bolo para a festa de aniversário ou dar conta de todo o serviço de uma casa, sem desesperos e gritos? Nenhum dos dois fez nada disso? Que lástima! Isso não é vida, não é história, é antes uma derrota vivida, e uma derrota anunciada! 
 
Não gosto de me citar como exemplo, entretanto eu posso lhe afirmar que desde os dois anos de idade começou minha história e minha memória, das coisas que me lembro bem ter dito e feito. Sem querer ser gênio, eu me lembro de fato, de que aos nove meses meu tio Lino me ensinava a andar, fazendo-me ficar em pé na beirada de uma varanda. Tenho isso tão vivo na memória, como se fosse hoje. Lembro-me bem que aos três anos começava a gostar de futebol e lembro de uma pessoa que me fazia correr atrás da bola, e lembro que aos quatro anos minha mãe me mandava na venda comprar sabão, e eu queria que o dono da loja embrulhasse com jornal.
 
Quando ele me perguntou por que eu disse: porque quero ler! Minha mãe é testemunha disso! Aos três anos de idade fui à “venda” comprar um carretel de linha branca numero 40. Estou me vendo hoje ainda, diante do balcão, e o Chico Machado se debruçando e me perguntando o que eu queria. Eu não tinha levado papel, e tinha nas mãos uma moeda, que lhe dei. Depois, falando com minha mãe ele disse: eu pensei, se está errado o que ele pediu, depois a Adelina troca! Nem imaginam o forte abraço que recebi de minha mãe quando cheguei em casa com a compra certa!
 
Minha história foi construída então na extrema simplicidade. Quando criança era capaz de ficar brincando num barranco, com alguns chanfros de pau como caminhão, durante tantas horas que esquecia até de comer. Um simples cavalo de pau, ganho no Natal, me fazia correr horas inteiras ao redor de uma pequena lagoa, e a disparar pelos pastos como se estivesse realmente montado. Nunca perdi um só momento em futilidade e bendito seja Deus que não havia computador nem TV naquele tempo. Uma criança feliz jamais deve assistir TV ou lidar com computador. Ela deve criar, e deve brincar e se divertir com pequenas coisas, e deve cansar tanto de tanto brincar que quando anoitecer dormirá feliz por horas seguidas e acordará feliz para outro dia.
 
Claro que a nem todos é dada esta memória, mas o que quero afirmar aqui é que tenho uma história. E não falo somente de mim, mas de meus avós, meus tios e meus pais. Eles viveram, igual a mim, suas aventuras de criança. De fato, eu ficava por horas e horas escutando, embebido em linda imaginação, tentando visualizar tudo o que me contavam, como havia acontecido, o que eles haviam vivido, feito e sentido, seus trabalhos, lutas, esforços, vitórias, derrotas, amores, sonhos, estudos, orações, brigas, compras, vendas, animais que haviam tido, bons e ruins, de tal sorte que de cada um deles posso contar um livro, tão incrivelmente cheias foram suas vidas. E mesmo tendo alguns deles já falecido, sua memória, sua história perdura.
 
Na realidade muitas destas histórias deles que ouvi dezenas de vezes durante os anos em que convivi com meu avô Fernando, um homem forte, valente, trabalhador, honesto, homem de fé e de oração, homem de comunidade que era capaz de pagar de seu bolso empregados para fazerem suas lavouras, enquanto ele ia cavar as primeiras estradas que conduziram o progresso à nossa localidade. Gratuitamente! Por anos inteiros ele fez isso. Também assim minha mãe, meu pai, todos eles têm histórias vastíssimas, e podem passar horas inteiras contando o que fizeram na infância, sem esgotar assunto. Quem tem história viveu, quem não tem está morto e não sabe!
 
Da mesma forma posso dizer eu, porque não tenho a menor dúvida de que escreveria um belo livro, contando tudo aquilo que vivi. Eu nunca perdi um minuto em minha vida, nunca deixei de aprender nada do que me era possível aprender, e achava sempre o tempo mais perdido do mundo, aquele que eu passava comendo. E isso desde os meus quatro a cinco anos de idade. Eu sorvi a minha infância como néctar, bebi cada segundo como um sorvo, respirei todo ar puro que as florestas poderiam dar aos meus pulmões, corri pelos campos descalço e tal era que tinha a sola do pé tão grossa que nem os espinhos penetravam. Você já andou na geada, descalço?
 
Desde os seis anos de idade eu fazia meus anzóis e ia pescar, sem jamais ir sem antes avisar minha mãe que sabia onde eu estava. Ó quantas, dezenas, centenas de passagens posso relatar daquilo que pescava, cada peixe, cada lugar, cada aventura, tudo forma um imenso volume de situações, que basta percorrer o arquivo do cérebro para trazer a luz com nitidez maravilhosa. Sim, eu caçava passarinhos e não tenho nenhum medo de falar nisso, medo teria de mim se ao invés de andar pela natureza livremente eu estivesse preso em casa, escravo de um maldito computador. Sem me exercitar, sem correr, sem brincar, sem cada dia viver uma nova aventura!
 
Ó céus, quanto trabalho! Desde a mais tenra idade sempre trabalhei e meus pais e avós nos ensinaram o sentido extraordinário da ocupação produtiva, porque falar em trabalho em síntese é coisa de preguiçoso. Manter-se ocupado e produzir não somente para si mesmo, mas especialmente pelos outros, pela manutenção da família, sem se revoltar com a condição de pobreza, da alimentação escassa, das roupas pobres, dos calçados simples – sandálias havaianas – e de ter apenas uma roupa para domingo, e de calças remendadas para as lides do campo. Na lavoura, carpindo desde cedo, com uma minúscula enxada, e principalmente observando tudo o que meu pai e minha mãe faziam, para aprender. Para depois poder fazer igual! Ou melhor! Ser útil!
 
Quanta dificuldade passamos! De fato, quando aos 22 anos saí de casa para estudar contabilidade, eu saí com 10 reais no bolso, a passagem de ônibus paga e duas calças boas – a de formatura e outra que comprei com grande esforço – e tal é que minha tia lavava esta calça no domingo, para que na segunda feira eu fosse novamente para a escola, e somente um ano depois é que consegui ter mais mudas. Aquela calça tão surrada, finalmente rasgou nos joelhos, e foi com grande sacrifício que comprei outra. Carregando esterco de galinha, e tirando areia do rio com carroça de cavalos. Tudo isso foram escolas de vida, passagens de dor, para moldar a personalidade, temperar o espírito, domar os sentidos e forjar a alma para as batalhas que viriam a seguir.
 
Aos 13 anos já arava terra sozinho, com uma parelha de burros, em terra acidentada e embora franzino conseguia fazer mais trabalho num dia do que um adulto. Nenhum trabalho eu rejeitei na adolescência, era capaz de matar uma galinha e cortar em pedaços corretos, matar um porco e preparar a carne, e até vaca matei para fazer charque, pois não tínhamos geladeira e freezer naquele tempo. Embora disso eu não gostasse de fazer, meu pai é que era bom nisso! Ia ao mato derrubar madeira, e tanto cortava de machado como acompanhava meu pai na serra, tirando toras para a serraria. Jamais deixei de aprender algo, e de fazer algo, para ser depois capaz de construir uma casa, como já fiz, com todo serviço de pedreiro, carpinteiro, servente, eletricista, pintor e encanador. Motorista de carro, caminhão e trator. Tanto pronto para ganhar a vida com uma motosserra, quanto mais tarde com um computador.
 
E nunca, ninguém me viu de cara cheia, nem vivia como boêmio pelos bares, voltando tarde para casa, jamais de madrugada correndo atrás de mulher – primeira namoradinha aos 19 anos – e nunca sem ter avisado minha família de onde poderia me encontrar. Minha mãe tinha então confiança em mim, e tal era que, quando mais tarde consegui meu primeiro emprego decente, a empresa confiava só em mim e emprestava uma Kombi para eu levar as moças para a praia nos domingos, e as mães das meninas somente deixavam elas irem porque iam comigo. Assim, de nada preciso me envergonhar, e jamais deixei de honrar meus compromissos, como me ensinaram meu pai e minha mãe. Sim, três anos depois de sair de casa, voltei para as férias já com meu automóvel, fruto do esforço pessoal.
 
Quando criança, ainda, eu corria pelos pastos atrás dos carneiros do meu avô e fiz com certeza algumas “artes” que me levaram a apanhar umas boas surras. Mesmo que tenha havido algumas totalmente injustas, eu jamais me revoltei contra os meus pais, porque eles nunca, nem por uma única vez, deram razão para nós quando ocorria alguma briga com algum colega ou nem tanto. Antes apanhávamos nós, do que um deles nos apoiar, porque diziam: quando um não quer, dois não brigam! Claro é impossível escrever aqui tudo o que passei atingir a maioridade, porque daria livros inteiros de febril atividade, e de vida sorvida aos largos haustos. Posso dizer com certeza plena de que a minha vida foi estupenda, da infância à juventude.
 
Sobre os estudos já falei alguma coisa em outros textos, e devo condescender com muitos jovens pelo fato de Deus ter me dado certos dons de aprendizado fácil e de memória viva. Entretanto, antes do primeiro ano de escola, onde entrei aos seis anos, eu tinha lido toda a nossa “biblioteca” com pelo menos uma centena de livros. Lia à noite à luz de velas, ou luz de querosene, nos minutos de folga ao meio dia, não perdia um só segundo e enquanto minha mente fervilhava planejando a aventura do domingo seguinte eu ajudava meus pais em tudo, desde lavar louça para minha mãe, até passar veneno na plantação de fumo, tratar dos animais, e tirar o leite das vacas. Enfim, teria de mentir se dissesse que uma só tarefa do campo deixei de fazer. Dormia em cama de palha de milho, com coberta de penas de marreco. E como dormia bem!
 
Volto agora a você jovem e começo pelos meus filhos, os três que tenho ainda em casa. Vou lhes dizer uma coisa, meus filhos não têm história, não têm nada a contar, não fizeram aventuras, nem caçadas, nem pescarias, nem tiveram de dar duro na lavoura, nem tiveram de lutar pela vida, nem passaram fome, nem tiveram falta de roupas e de calçados, dormiram sempre em camas fofas e ganharam tudo praticamente de mão  beijada. Vivem o paraíso terrestre! Nunca quiseram aprender nada, mal sabem trocar uma lâmpada, e se tiverem de mexer numa chave de luz é um desespero. De fato, termino um parágrafo fechando a vida deles, vazia de atividade física e embora tenham sempre se saído bem na escola, não têm sequer o conhecimento do mundo, que eu tinha quando aos 11 anos terminei o “admissão”, antes do ginásio.
 
Quando começo a contar as histórias de minhas aventuras na infância e juventude, eles param a escutar de boca aberta, e só dizem: mas não que o pai fez isso! Eles não acreditam que a vida que vivemos naqueles tempos antigos era tão difícil, mas ao mesmo tempo tão gratificante. Tão formadora da personalidade! A dureza da vida me fez adquirir uma natureza rija de modo que acima da casa seis ainda jogo futebol de salão três vezes por semana, enquanto meus filhos estão estourados dos meniscos, sua estrutura física é morta e se tiverem de caminhar longe acredito que perdem para mim. Eles já se formaram no mesmo mundo podre que lhes é dado viver hoje.
 
Vejam: eu jamais colocaria isso para me engrandecer, mas para mostrar um exemplo do que acontecia com as gerações que trouxeram você, jovem, à vida, e com a sua geração que é morta e sem vida. Ou será vida sentar diante de um computador, falar bobagens no MSN e porkut encher-se de tatuagens no corpo, ferrar seus membros e corpos com pircings, remodelar o corpo com implantes e apliques, aumentar ou diminuir narizes e seios, usar cortes exóticos e pintar os cabelos, andar pelo shopping se enchendo de vazio, ou destruir seu corpo com excessos de bebidas e até drogas? Ou será vida ser rebelde aos pais, brigar com os irmãos, encher as paredes dos quartos com fotos e até obscenidades, e chegar ao ponto de afrontar os próprios pais?
 
Acaso você assiste a novela malhação da TV globo? Ali o demônio te ensina tudo aquilo que um jovem deve ser para agradar ao diabo, menos agradar a Deus. Acaso você ajuda a sua mãe nas tarefas de casa, lava a louça após as refeições, faz sua cama ao levantar-se? É capaz de passar uma roupa a ferros, fritar um ovo, e preparar seu café sem escravizar sua mãe, que precisa fazer tudo, enquanto você como um moleque insensato e insensível, sente-se no direito de gritar alto contra ela? E você menina ou jovem tem coragem de berrar contra sua mãe quando sua calcinha não está lavada? E lhe pergunto: com que direito você faz isso? Quem te erigiu tirano de teus pais?
 
Quem é você jovem rapaz? Um pequeno homem em formação de vida, ou um traste inútil que se acha o tal? Quem é você menina ou moça? Uma esperança de mulher forte destinada a construir o mundo, ou aprendiz de fêmea destinada ao fracasso e à destruição dos lares e infelicidade de maridos e filhos? Você moça, acha mesmo que um emprego de modelo é uma escala de sucesso? Nada disso, é carreira rumo à desgraça, pela futilidade imunda que circula neste meio e que um dia te fará chegar diante de Deus, de mãos vazias e completamente nua. E assim, atores, atrizes, sejam de cinema ou do teatro, famosos cantores e cantoras, não queira ser nada disso, porque está aqui um dos caminhos que mais leva à perdição das almas.
 
Eu devo concordar com uma coisa: o que você jovem é obrigado a aprender na escola, não leva jamais ao aprendizado do útil, antes à cultura inútil e burra. Mas será que você não tem inteligência suficiente para se sublevar contra isso, e não aceitar que seja obrigado a aprender a ser inapto para a vida? Não terá capacidade de dar seu grito de liberdade, livrando-se do computador e desta escola maldita, que é caminho de ruína dos povos e destruição da sociedade? Certa vez li sobre uma profecia que dizia assim: o mundo mudará, no dia em que a juventude perceber que está sendo enganada, conduzida pelo caminho do erro e da infelicidade! Veremos isso cumprido?
 
Lembro, porém, que nada se consegue sem esforço e sem trabalho árduo. E tudo começa desde a mais tenra infância porque é dali que se inicia a forja da pessoa, e se molda o caráter daqueles que querem vencer, pelo bem. O que vemos hoje é este dilúvio de jovens moles, frouxos, maria vai com as outras, cheios de modismos, gírias tolas, conversas vazias, fúteis e inúteis, coisas que apenas deformam a personalidade e nada de bom trazem para a vida. São pessoas sem objetivo, sem tenacidade, sem segurança, sem vontade, sem fé, e quase na maioria, sem Deus.
 
De fato, quanto mais fútil a vida de um jovem, mais distante de Deus ele está. E ali jamais poderá ser feliz! Quando você aprenderá que não deve ser aquilo que os outros são, nem guiar-se por modismos passageiros inventados pelo diabo, que visam preencher um vazio sufocante que jamais traz felicidade? Quando você dará um grito de liberdade, sendo bom e obediente aos pais e não um pequeno tirano e moleque desobediente? Quando você se libertará do computador, abrindo espaço para a vida, uma vez que diante dele é apenas morte, vazio, angústia, e caminho de infelicidade? Quando você admitirá que é escravo de modas tolas, que tem vergonha de ser diferente dos outros tolos, e que enfim dará um salto de futuro em sua vida?
 
Você menina, jovem adolescente, quando se vestirá com recato a modo de Maria, ao tempo em que conserva interiormente o recado das matronas dignas? Quando você terá coragem de não andar com a barriga exposta, nem de usar transparências que provocam os homens e atiçam seus sentidos, com metade dos seios à mostra, mas vestindo-se com fineza digna? Todo homem bom, capaz de lhe fazer feliz, não olha para seu corpo, mas para seu rosto, que é o espelho da alma. Cada um vende o que tem, e quem faz propaganda de si oferecendo o corpo, jamais chegará à verdadeira felicidade, aquela que brota de um coração puro, de uma alma santa.         
 
Menino, menina, moço ou moça, tenham coragem de dar um grito de liberdade. Comecem rejeitando tenazmente, todas as modas e modismo! Rejeitem as gírias e todo tipo de conversa fiada, que somente emburrece, porque isso vos torna vazios e sem experiência! Rejeitem tudo aquilo que as novelas oferecem, porque elas são feitas exatamente para vos destruir, nunca para vos fazer felizes. Se novelas fizessem a felicidade de alguém, não haveria tanta infelicidade na vida dos artistas! Tantas separações e divórcios! Rejeitem acima de tudo, aquilo que vos afasta de Deus.
 
No mais, olhem ao vosso lado: como está a juventude? Sem rumo, sem leme, sem ter objetivos, sem projetos, sem história, sem vida, quando não alienada, drogada, viciada e bêbada, porque não tem mais perspectiva de vida. Todos os projetos que façam de longo prazo, se tornam inviáveis na metade do caminho, e qualquer profissão que eventualmente escolham, antes de formados já está tão entupido o mercado, que são milhares os formados e desempregados. E olha quantos milhares, já adultos, ainda sob os cuidados dos pais, escondidos, covardes, ou mesmo desiludidos depois de haverem batido em milhares de portas sem achar emprego.
 
Tem saída? Tem esperança? Sim, tem e sempre haverá! E a primeira coisa é largar o computador e a TV, buscar todas as formas de ser útil aos outros. Na medida em que estuda e se forma, cada um deve procurar aprender tudo o que pode, para estar sempre o máximo preparado para qualquer eventualidade. Sempre há tempo para que você aprenda algo útil, buscando ser útil para sua família, sua comunidade, escola e também seus colegas. É este tipo de preenchimento de sua vida, que o fará feliz, na infância e na adolescência, e com certeza o fará feliz quando adulto e no casamento. De fato, jovem, você poderá mudar o mundo, se quiser! E sendo feliz! Como sempre fui!
 
Mesmo com o limite quase intransponível da vida em apartamento, em favela, em locais sem opção, acredite, sempre é possível crescer para a vida, desde que você tenha sempre um sentido de eternidade, não de imediatismo. Eu posso dizer que fui feliz a vida inteira, mesmo na dor, no sofrimento, na privação, na traição, na limitação financeira e pessoal, porque aprendi na dor, na dureza do trabalho, e em jamais perder tempo com o que é inútil ou deformador da personalidade. Esqueça o computador e a TV, e corra, busque a felicidade sendo útil! Mas nunca esqueça de que Deus vem antes de tudo. Sem Ele jamais alguém foi ou será feliz! (Este artigo foi escrito antes da matéria do Fantástico sobre o comportamento dos jovens)


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