Postado em: 03/11/09 às 23:14:52 por: James
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“Os apóstolos voltaram para junto de Jesus e contaram-lhe tudo o que haviam feito e Ele disse-lhes: Vinde à parte, para algum lugar deserto, e descansai um pouco. Porque eram muitos os que iam e vinham e nem tinham tempo para comer. Partiram na barca para um lugar solitário, à parte. Partiram na barca para um lugar solitário, à parte. Mas viram-nos partir. Por isso, muitos deles perceberam para onde iam, e de todas as cidades acorreram a pé para o lugar aonde se dirigiam, e chegaram primeiro que eles. Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e compadeceu-se dela, porque era como ovelhas que não têm pastor.
E começou a ensinar-lhes muitas coisas. A hora já estava bem avançada quando se achegaram a ele os seus discípulos e disseram: Este lugar é deserto, e já é tarde. Despede-os, para irem aos sítios e aldeias vizinhas a comprar algum alimento. Mas ele respondeu-lhes: Dai-lhes vós mesmos de comer. Replicaram-lhe: Iremos comprar duzentos denários de pão para dar-lhes de comer? Ele perguntou-lhes: Quantos pães tendes? Ide ver. Depois de se terem informado, disseram: Cinco, e dois peixes.
Ordenou-lhes que mandassem todos sentar-se, em grupos, na relva verde. E assentaram-se em grupos de cem e de cinqüenta. Então tomou os cinco pães e os dois peixes e, erguendo os olhos ao céu, abençoou-os, partiu-os e os deu a seus discípulos, para que lhos distribuíssem, e repartiu entre todos os dois peixes. Todos comeram e ficaram fartos. Recolheram do que sobrou doze cestos cheios de pedaços, e os restos dos peixes. Foram cinco mil os homens que haviam comido daqueles pães.” (Mc 6, 30-44)
Estamos diante de um milagre maravilhoso que é narrado pelos quatro evangelistas. Vamos ver nesta passagem do evangelho que basta o pouco que temos à nossa disposição para que se realize um milagre. Mas apenas somos capazes de dar, quando antes somos capazes de receber.
São Mateus escreve que Jesus pregava a uma multidão em um monte, mas depois São Marcos nos fala que o lugar que estava deserto. São João, por sua parte, nos declara que se aproximava a Páscoa dos Judeus, e o episódio ocorre na outra margem do mar da Galiléia.
“Jesus, porém, reuniu os seus discípulos e disse-lhes: Tenho piedade esta multidão: eis que há três dias está perto de mim e não tem nada para comer. Não quero despedi-la em jejum, para que não desfaleça no caminho” ( Mt 15 ,32).
Então, o Bom Pastor, mesmo sabendo o que fazer, quer unir-se a seus discípulos, para que encontrem uma terceira opção.
Jesus apresenta as duas possibilidades conflitantes: por um lado já não pode permanecer com Ele, pois já não come há três dias; por outro, se manda a multidão voltar, ela pode desfalecer pelo caminho. As duas opções são arriscadas e problemáticas.
"Mandou, então, a multidão assentar-se na relva, tomou os cinco pães e os dois peixes e, elevando os olhos ao céu, abençoou-os. Partindo em seguida os pães, deu-os aos seus discípulos, que os distribuíram ao povo" (Mt 14,19).
Jesus levantou os olhos sobre aquela grande multidão que vinha ter com ele e disse a Filipe: Onde compraremos pão para que todos estes tenham o que comer?
“Falava assim para o experimentar, pois bem sabia o que havia de fazer. Filipe respondeu-lhe: Duzentos denários de pão não lhes bastam, para que cada um receba um pedaço. Filipe respondeu-lhe: Duzentos denários de pão não lhes bastam, para que cada um receba um pedaço. Um dos seus discípulos, chamado André, irmão de Simão Pedro, disse-lhe: Está aqui um menino que tem cinco pães de cevada e dois peixes... mas que é isto para tanta gente?” (Jô 6, 5b.7-9)
Felipe centra-se no próprio problema: duzentos denários de pão não são suficientes para que cada pessoa possa se alimentar. Para Felipe, o problema não tem solução. André vislumbra uma possibilidade: aqui há um menino que tem cinco peixes e dois pães de cevada.
Em cada situação da vida, encontraremos Felipes que dão importância ao joio no campo, aceitando e fortalecendo os problemas. Mas também, aparecerão Andrés, que vêem além das aparências e nos propõem meios de solução. Talvez, dentro de cada um de nós, existam também um “Felipe” e um “André”. De nós depende com qual deles desejamos entrar no cenário da vida.
André havia descoberto, no meio de toda aquela multidão, um jovem que estava muito atento à pregação daquela manhã, mas que era diferente de todos os outros. Sentado, tinha entre suas pernas uma cesta com alguns pães e poucos peixes, cobertos em frescas folhas de palmeira.
A primeira atitude que brilhou naquele jovem foi sua capacidade de acolher a Palavra de Jesus. Soube escutar e receber. Somente aquele que escuta a Palavra de Jesus é capaz de abrir seu coração para repartir o que tem e, mesmo que seja pouco, coloca-o à disposição de Jesus.
“Está aqui um menino que tem cinco pães de cevada e dois peixes”( Jo 6,9).
Pães de cevada era o alimento dos pobres, pois ricos comiam pães feitos de trigo. Dois peixes mortos. Os peixes do jovem estavam mortos e já não era possível consumi-los, pois se estragaram devido ao calor do deserto. Devia decidir rapidamente o que fazer com eles: vendê-los, comê-los ou jogá-los fora.
Jesus parte daquilo que somos ou temos. Mesmo que para nós ou para os outros seja pouco, nas mãos de Jesus, tudo pode se multiplicar.
Deus realiza o milagre com o que temos. Não importa quanto seja, só temos de depositá-lo nas mãos de Jesus para que seja multiplicado. Deus precisa da nossa colaboração. Assim como em Caná, os servos colocam a água nas talhas e Jesus fez o milagre.
Um jovem perdido entre a multidão mudou o panorama e ofereceu a matéria-prima, sem a qual não poderia acontecer o milagre. Aquela imensa multidão comeu até saciar-se, graças ao jovem que soube repartir o que tinha.
Cada um de nós, mesmo sendo um a mais na multidão, pode fazer a diferença e ser o ponto de partida para um grande milagre.
“Mandou, então, a multidão assentar-se na relva, tomou os cinco pães e os dois peixes e, elevando os olhos ao céu, abençoou-os. Partindo em seguida os pães, deu-os aos seus discípulos, que os distribuíram ao povo” (Mt 14,19).
Jesus confiou a seus discípulos a tarefa de repartir a comida com a multidão faminta. Nesse milagre se manifestou a sinergia divino-humana: o jovem contribuiu com o pouco que tinha; Jesus abençoou os pães e realizou o milagre; e os discípulos repartiram o pão partido por Jesus.
“Estando eles saciados, disse aos discípulos: Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca. Eles os recolheram e, dos pedaços dos cinco pães de cevada que sobraram, encheram doze cestos”(Jo 6,12-13).
Para Jesus é tão valioso o que somos e temos que nada se pode perder. Nossa mente e imaginação; nosso corpo, nosso tempo; os bosques, os lagos, a água, a energia elétrica; o alimento, a roupa, os móveis; os carismas e as capacidades; nossa juventude; nada pode ser desperdiçado.
Aquele jovem nunca imaginou o que aconteceria. Voltou levando uma cesta cheia, porque quando damos o Senhor nos devolve muito mais. Hoje, o mundo está carente de milagres, e as condições para que eles aconteçam são: escutar a Palavra, pois quem o faz, está disposto a repartir o que é e o que tem; colocar nossa cesta nas mãos de Jesus; repartir o que o Senhor nos dá e nos responsabilizar para que nada seja esbanjado.
Existem pessoas que não sabem receber, e por isso não sabem dar. Outros só sabem receber e não são capazes de dar. Este jovem do evangelho nos ensina a harmonia e o equilíbrio: receber para dar.
Deus não olha para nós e ver somente dois peixes e cinco pães. Ele enxerga em nós aquilo que muitas vezes os outros não vêem e nem nós conseguimos enxergar sozinhos. Mesmo que ainda não creiamos em Deus, Ele ainda crer em nós.E podemos olhar para céu e ver que Deus olha por nós.