Postado em: 18/11/09 às 05:53:15 por: James
Categoria: Artigos
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A decisão assumida pela Corte do Direito do homem em Estrasburgo de tirar o Crucifixo das escolas era largamente previsível e, por certos casos, esperada. Nesta instituição está substancialmente catalisando o pior laicismo que tem uma conotação objetivamente anticatólica e é levado a eliminar até com a violência, a presença cristã da vida da sociedade e, até, os símbolos desta presença. Muitas pessoas e entidades sociais individualizaram a mesquinhez cultural desta decisão, a miopia, como afirmou o Vaticano, mas eu creio que se trata de uma vontade eversiva para com a presença cristã conduzida com arrogância e brutalidade e que só aparentemente quer mostrar uma neutralidade que deveriam ter as Instituições dos Direitos Humanos.
Dito isso, porém, é justo dizer – como pensavam os nossos antepassados, e nós esquecemos esta lição – nos perguntamos se nós, como povo cristão (católicos, ortodoxos, protestantes, anglicanos etc.) e até gostaria dizer como povo que vive nas respectivas Igrejas, não temos algumas responsabilidade por este comportamento anticristão frente à decisão assumida pelo Tribunal de Estrasburgo. Deveríamos ver se com a nossa vida, de alguma maneira, não fomos coniventes com esta decisão.
Neste sentido os fieis muçulmanos nos dão lição de sobra, quando um jornal da Dinamarca publicou algo de grosseiro a respeito do Profeta Maomé, o povo muçulmano exigiu as desculpas do Governo Dinamarquês e a obteve.... E em tempo breve, alias brevíssimo!
O que ocorreu em Estrasburgo na sua brutalidade é também conseqüência de demasiado irenismo que está atravessando o mundo católico há muitos anos e também o nosso Episcopado, preocupado não tanto com a nossa IDENTIDADE quando do dialogo a todo o custo, tentando conciliar até as posições mais distantes.
Este respeito das diversidades das posições culturais e religiosas, sustentada pelo ex-frade Leonardo Boff e de outros teólogos complacentes, cuja idéia de fundo é a equivalência das posições culturais e religiosas faz o Catolicismo e outras religiões cristãs perderem sua absoluta especificidade.
Um irenismo, uma abertura e uma vontade de diálogo a todo custo, que vem retribuída no único modo pelo qual o poder do mundo retribui sempre esses comportamentos desordenados: com o DESPRESO e a VIOLÊNCIA.
É necessário renovar a consciência da nossa identidade, da nossa especificidade nos confrontos de quaisquer outras posições, não na base de uma desmobilização da nossa identidade, mas como expressão ultima, critica intensa da nossa identidade.
No final resultará talvez uma prova significativa, uma prova que pode formar, uma prova através da qual – como amiúde nos é apresentadas pelos grandes Padres da Igreja – Deus continua educando o seu povo. Mas precisa que o julgamento seja claro e não pare a reações emotivas, mas se leia em profundidade a tarefa que temos pela frente: recuperar a nossa identidade eclesial e empenhar-nos no testemunho na frente do mundo com palavras e gestos significativos.
Escrito por um Cristão Autentico