Catarina nasceu em Siena, Itália no dia 25 de março do ano 1347, sendo a 24ª filha de um tintureiro chamado Giacomo di Benincasa. Os seus pais eram burgueses comerciantes, com forte sentido religioso e familiar, próprio do seu tempo.
Aos 7 anos de idade Catarina consagrou a sua virgindade a Cristo e aos 15 ingressou na Ordem Terceira de São Domingos. Catarina encarou a sua clausura com seriedade e vivia encerrada no seu próprio quarto, onde, por intermédio da oração e diálogo afirmava que estava sempre com e em Cristo. Catarina abandonou a sua cela somente em 1374, quando a peste se alastrou por toda a Europa, ela decidiu cuidar dos enfermos e abandonados, tendo praticado grandes actos de caridade. Nesse mesmo ano (1374), ela teria recebido uma visão e ficou estigmatizada. Na visão Cristo lhe disse de d'ora em diante ela trabalharia pela paz, e mostraria a todos que uma mulher fraca pode envergonhar o orgulho dos fortes.
No ano 1376, quando toda a Itália estava envolvida em graves disputas políticas à volta do papado, organizaram-se nas cidades de Peruggia, Florença, Pisa e em toda a Toscânia milícias e revoltas contra o poder político do Papa Gregório XI. Catarina decidiu seguir até Avinhão, cidade onde os papas viviam desde há mais de 70 anos, e apresentar-se diante do mesmo para o convencer a regressar a Roma, pois que tal seria fundamental para a unidade da Igreja e pacificação da Itália. Tendo obtido esse grande sucesso em 1378, voltou para sua cidade, onde adoeceu e faleceu em 29 de Abril de 1380, dia em que se comemora a sua memória litúrgica. Tal sucesso foi no entanto de pouca duração, pois que a eleição seguinte tornou a mergulhar a cristandade em nova divisão: o Grande Cisma do Ocidente.
Embora analfabeta, Catarina ditou mais de 300 cartas endereçadas a todo o tipo de pessoas, desde papas, aos reis e líderes, e ao povo em geral, onde lutava pela unificação da Igreja e a pacificação dos Estados Papais. Uma das suas obras ditadas, Diálogo sobre a Divina Providência ( Leia o resumo deste livro clicando aqui ), é um livro ainda hoje considerado um dos maiores testemunhos do misticismo cristão e uma exposição clara de suas ideias teológicas e espiritualidade.
Em 1970, o Papa Paulo VI declarou-a Doutora da Igreja, sendo a única leiga a obter esta distinção. O Papa João Paulo II declarou-a co-padroeira da Europa, juntamente com Santa Brígida da Suécia e Santa Teresa Benedita da Cruz.
Biografia
Casa tradicionalmente identificada como da família Benincasa. Primeiros anos Catarina Benincasa nasceu na cidade de Siena, na região da Toscana, que atualmente faz parte da República Italiana. Sua data de nascimento ainda é alvo de controvérsias historiográficas, sendo tradicionalmente identificada como 25 de março de 1347, o mesmo dia da festa da Anunciação.
Filha do tintureiro Giacomo di Benincasa e de Lapa Benincasa, que em seu vigésimo parto deu à luz, além de Catarina, uma menina que foi batizada Joana e que faleceu pouco tempo depois. Catarina era a penúltima da família e a mais nova dentre as filhas, tendo crescido em um ambiente piedoso. Seu pai provavelmente pertencia à classe dos Popolani (pessoas elegíveis ao governo da cidade). Em 1348, a família adota Tommaso della Fonte, uma jovem de 10 anos de idade e orfã em decorrência da peste, cujo tio Palmiere della Fonte era casado com a irmã mais velha de Catarina.
A infância de Catarina de Siena parece ter sido marcada por uma rápida e profunda inclinação à vida religiosa. Em 1352, quando contava com apenas 6 anos, vivenciou sua primeira aparição: sobre a igreja de San Domenico, a menina avista Jesus trajado como o pontífice romano. Esta esperiência apenas reforçou o fervor de Catarina. A educação religiosa que recebe consiste em ler histórias de santos, eremitas e dos Padres da Igreja. A jovem, então, tenta imitá-los através de uma vida de mortificação, ascetismo e quietude.
Obras
As cartas de Santa Catarina são consideradas um dos grandes trabalhos da literatura toscana. Mais de 300 cartas são conhecidas. Nas cartas para o Papa, ela com frequencia refere-se a ele afetivamente como Papai. Outros correspondentes incluem seus vários confessores, especialmente Raimundo de Capua, os reis da França e Hungria, o infame mercenário John Hawkwood, a Rainha de Napoles, membros da família Visconti de Milão, e numerosas figuras religiosas. Cerca de um terço das cartas foram enviadas para mulheres.
Outro texto de importância é o livro Diálogos da Divina Providência, escrito na forma de um diálogo entre uma alma que se eleva para Deus e este mesmo Deus, obra registrada em 1377 e 1378 por pessoas próximas. Diz-se que era analfabeta, mas Raimundo de Cápua conta que era capaz de ler em Latim e Italiano. Outro hagiógrafo, Tommaso Caffari, afirma que era capaz de escrever, mas que a maioria das cartas e o Diálogo foram ditados.