Postado em: 20/05/16 às 10:01:52 por: James
Categoria: Destaque
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Leia a primeira parte deste artigo aqui!
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Nota Espacojames: Vale lembrar que o foco deste artigo é extrair a ideía de que existe um chamado a ser seguido, todos os personagens são encorajados a seguir sua vocação. O autor tem conhecimento que todos as produções aqui citadas são mudanas e fantasiosas incompatíveis com a fé católica.
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Será que há filmes de Hollywood que remetem (secretamente) à vocação religiosa?
Quando comecei a discernir sobre a vocação à vida religiosa, três anos atrás, saí vasculhando o YouTube inteiro em busca de qualquer coisa que tivesse a ver com o processo de discernimento.
De vídeos promocionais de alta qualidade a soporíferas sessões de perguntas e respostas, entulhei o meu cérebro hesitante com todas as pistas digitais-espirituais que pude encontrar. Eu sentia que Deus estava me chamando à vida religiosa, mas ainda aninhava uma grande apreensão.
Algum tempo depois, zapeando pelos canais de filmes da televisão, topei com “Homem-Aranha 2”, um dos meus favoritos, e assisti à história de cabo a rabo. Enquanto iam subindo os créditos finais, eu já sabia que Deus me chamava mesmo a ser padre. Pois é: o Espírito Santo tinha trabalhado, como sempre, por meio das coisas mais comuns e banais do mundo.
E isso me fez pensar: será que há outros filmes de sucesso de Hollywood que também abordam temas relacionados com o discernimento vocacional?
Depois de um pouco de “brainstorm” pessoal e de algumas conversas com os meus irmãos, fiz uma lista de cinco filmes que eu recomendaria a quem está passando pelo processo de discernir a própria vocação religiosa.
Ontem falei de dois deles, na primeira parte deste artigo: “Homens de Preto”, “Homem-Aranha 2” e… o discernimento vocacional.
Agora falo dos outros três. CUIDADO: o texto contém revelações sobre o enredo!
3) “O Senhor dos Anéis – A Sociedade do Anel” (The Lord of the Rings – The Fellowship of the Ring)
A lenda literária católica J.R.R. Tolkien merece crédito incomensurável por ter delineado um universo ficcional tão sutilmente cristocêntrico que até os não crentes vagaram por ele completamente capturados, mas para aqueles de nós que são preguiçosos demais para ler os seus livros (de pelo menos 1.500 páginas), a trilogia “O Senhor dos Anéis“, do diretor neozelandês Peter Jackson, tenta levar o mesmo universo para as telas (e, em grande medida, consegue).
E quem não ama os hobbits? Como nós, eles adoram uma boa lareira, uma boa festa entre amigos e um bom almoço. E é um desses singelos e pacíficos hobbits, Frodo, que recebe a notável tarefa de levar o Anel do Poder até Mordor, tendo que passar seus dias em lutas épicas contra orcs e aranhas gigantes quando podia muito bem ter ficado em casa, no conforto do Condado.
O jovem hobbit ilustra a realidade mais extraordinária do discernimento vocacional: o nosso desejo de seguir a vontade de Deus muitas vezes nos leva para longe de casa, mas as aventuras que enfrentamos no caminho sempre tornam a jornada digna de ser vivida. Talvez o momento mais decisivo da saga de Frodo aconteça no final de “A Sociedade do Anel”. Confrontado com a decisão de continuar ou não o trajeto rumo à Montanha da Perdição, Frodo se lembra de uma conversa que tinha tido com seu amigo mago, Gandalf:
“Eu gostaria que o anel nunca tivesse chegado até mim! Gostaria que nada tivesse acontecido”, disse Frodo. E Gandalf respondeu: “Vale para todos os que vivem em tempos como estes, mas não cabe a eles decidir; só podemos decidir o que fazer com o tempo que nos é concedido”.
4) “Matrix”
Qualquer um que já sentiu o chamado ao sacerdócio ou à vida consagrada teve certamente um pensamento comum: existe algo que vai além daquilo que podemos perceber com os nossos sentidos.
Na obra-prima de ficção científica de 1999, “Matrix”, o programador Thomas Anderson, ou Neo, está ponderando sobre a verdade mesma, o que serve como pontapé inicial para uma batalha de 136 minutos contra os programas de computador “humanoides” superinteligentes que vigiam a sua falsa realidade a fim de impedi-lo de descobrir que a humanidade é “armazenada” por ciborgues.
O que torna Neo muito interessante é que ele tem certeza de que essa batalha não é dele. Alguns dos que lutam a seu lado concordam com o fato de terem escolhido o homem errado para a missão, mas, vários punhos na cara e balas esquivadas depois, Neo decide que não há maneira de voltar para a sua vida ordinária agora que ele conhece a verdade.
Com o futuro da humanidade em jogo, ele segue em frente, percebendo, no final, que era realmente ele o homem de quem tinha sido profetizado que derrotaria a Matrix.
5) “Star Wars: O Despertar da Força” (Star Wars: The Force Awakens)
O que é um Jedi se não um monge com um sabre de luz? Eles usam até batina!
A minha esperança secreta é que o próximo episódio das guerras nas estrelas dê o passo lógico e mostre um Jedi usando um cordão com três nós que representam os votos de pobreza, castidade e obediência. Por todas as vezes em que fui confundido com um Jedi em público, seria muito justo.
O último filme da série Star Wars é, até o fundo, uma história de discernimento. Rey aceitará a Força que está nela ou negará o seu poder? Perseguirá a sua verdadeira identidade como Jedi ou rejeitará a responsabilidade? O sabre de luz de Luke Skywalker terá o seu legítimo herdeiro ou ficará inutilizado enquanto a Nova República é sistematicamente aniquilada?
CUIDADO: SPOILER!
Tudo vai bem. A Força – também conhecida como Espírito Santo – está sempre em ação, mesmo numa galáxia muito distante. Quanto a Rey, ela mostra sempre muita humildade. Depois de entender o poder da Força que está nela, um personagem lhe pergunta o seu nome. Ela responde simplesmente: “Eu não sou ninguém”.