Postado em: 21/01/10 às 08:15:36 por: James
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Foram dados passos significativos no diálogo com ortodoxos e luteranos
Por Inma Álvarez
CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 20 de janeiro de 2010 (ZENIT.org).- O Papa Bento XVI repassou, durante a audiência geral de hoje, os recentes acontecimentos que mostram a aproximação entre os cristãos, especialmente no ano que acaba de terminar.
“No ano passado, os diálogos registraram passos positivos”, afirmou o Papa, sublinhando a transcendência dos encontros teológicos mantidos com os ortodoxos, assim como as relações com luteranos e outras comunidades cristãs ocidentais.
Em primeiro lugar, referiu-se à nova fase do diálogo com as igrejas ortodoxas, aludindo à reunião da plenária da Comissão Mista Internacional para o Diálogo Teológico, em Paphos (Chipre), em outubro de 2009.
Nela, começou-se a estudar “um tema crucial no diálogo entre católicos e ortodoxos: ‘O papel do Bispo de Roma na comunhão da Igreja no primeiro milênio’, isto é, no tempo no qual os cristãos do Oriente e do Ocidente viviam em comunhão plena”, explicou o pontífice.
Está previsto que este estudo se estenda durante o segundo milênio.
“Já pedi muitas vezes a oração dos católicos por este diálogo delicado e essencial para todo o movimento ecumênico”, acrescentou.
Também se referiu ao diálogo com as antigas igrejas ortodoxas do Oriente (copta, etíope, síria, armênia), cuja Comissão Mista se reuniu há quase um ano.
“Estas importantes iniciativas testemunham que existe atualmente um diálogo profundo e rico de esperanças com todas as Igrejas do Oriente não em plena comunhão com Roma, em sua própria especificidade.”
Ocidente
Com relação ao diálogo com as comunidades eclesiais do Ocidente, o Papa explicou que no ano passado se fez um exame dos últimos 40 anos de diálogo, “detendo-se em particular nos mantidos com a Comunhão Anglicana, com a Federação Luterana Mundial, com a Aliança Reformada Mundial e com o Conselho Mundial Metodista”.
“Com relação a isso, o Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos realizou um estudo para evidenciar os pontos de convergência aos que se havia chegado nos respectivos diálogos bilaterais e indicar, ao mesmo tempo, os problemas abertos sobre os quais será preciso iniciar uma nova fase de confrontação.”
Em especial, o Papa quis sublinhar a importância da Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação, que em 2009 cumpriu seu 10º aniversário, para o diálogo entre luteranos e católicos.
Também quis ressaltar a importância da última visita a Roma do reverendo Rowan Williams, arcebispo da Cantuária e cabeça da Comunhão Anglicana, e sublinhou que “o compromisso comum de continuar as relações e o diálogo são um sinal positivo, que manifesta quão intenso é o desejo de unidade, apesar de todos os problemas que se opõem”.
O Papa quis destacar, não obstante, que, apesar dos esforços humanos, a unidade “é, antes de tudo, um dom de Deus”: “existe uma dimensão da nossa responsabilidade em fazer todo o possível para chegar realmente à unidade, mas também há outra dimensão, a da ação divina, porque só Deus pode dar unidade à Igreja”.
“Uma unidade ‘autorrealizada’ seria humana, mas nós desejamos a Igreja de Deus, feita por Deus, que, quando Ele quiser e quando nós estivermos preparados, criará a unidade”, concluiu.