espacojames



Página Inicial
Listar Destaque




Artigo N.º 5242 - Diplomacia evangélica: dimensão inevitável
Artigo visto 2702




Visto: 2702
Postado em: 23/05/10 às 07:18:47 por: James
Categoria: Destaque
Link: http://www.espacojames.com.br/?cat=41&id=5242
Marcado como: Artigo Simples
Ver todos os artigos desta Categoria: Destaque


Um curso reúne embaixadores latino-americanos em Roma

Por Edward Pentin

ROMA, sexta-feira, 21 de maio de 2010 (ZENIT.org). Um popular curso para ajudar os diplomatas a entenderem melhor a "ação humanizadora" da Santa Sé nos assuntos internacionais e como pode oferecer uma verdadeira e própria "diplomacia do Evangelho", está sendo realizado em Roma.

 

O quarto deste tipo, organizado principalmente pela Fundação Gregoriana e pelo Instituto Internacional Jacques Maritain, é dedicado este ano a diplomatas da América Latina.

Realizado durante 12 dias, primeiro em Roma e depois em Turim, ele ensina sobre os compromissos religiosos e diplomáticos da Igreja, e também seus compromissos sociais e humanitários para fomentar a paz, proteger a criação e promover os direitos humanos.

Os diplomatas têm recebido com entusiasmo o curso desde que começou, em 2006, vendo-o como algo que preenche um grande vazio.

"O fenômeno de interação entre religião e política internacional é uma das maiores realidades de hoje", explicou o embaixador do Brasil na Santa Sé, Luiz Felipe de Seixas Corrêa.

"Mas não é percebido deste modo pelas chancelarias governamentais na América Latina. É uma relação que talvez seja menos evidente [agora] que nos momentos em que também foi causa de conflito, mas continua sendo relevante."

Como muitos de seus colegas, acredita que, considerando que muitos países dão bastante importância a valores éticos ligados a crenças e práticas religiosas, é "muito importante" que os diplomatas sejam sensíveis a essas questões quando estiverem formuladas nas políticas estatais. Tudo isso ajuda, disse, a completar o verdadeiro objetivo do trabalho de um diplomata: achar "convergência" nos assuntos políticos.

Apesar de alguns elementos anticlericais em regimes esquerdistas, a maioria dos latino-americanos tem, ainda, uma elevada estima pela Igreja.

Como é conhecido, a Igreja Católica tem de confrontar um aumento da popularidade das igrejas evangélicas, especialmente no Brasil.

Mas o embaixador Seixas Corrêa acredita que essas comunidades estão cativando muitos, especialmente os jovens, não porque oferecem algo melhor espiritualmente, mas "porque elas tomaram posições mais liberais quando confrontaram problemas relacionados ao controle de natalidade".

O curso não busca responder a todos esses desafios, mas a Igreja, "como portadora de uma mensagem universal de transcendência que afeta a centralidade da pessoa humana, deve ter uma mensagem neste campo".

"Acredito que esses que se aproximam de nós reconhecem que temos esta mensagem. O Vaticano e a Santa Sé não têm as famosas ‘divisões' mencionadas por Stalin, mas apresentam uma mensagem de esperança à humanidade inteira."

***

Questões sempre presentes

Dirigindo a primeira sessão do curso na Pontifícia Universidade Gregoriana em Roma, o cardeal Jean-Louis Tauran falou de um modo eloquente sobre a importância da religião nas políticas e nos assuntos internacionais.

"Vivemos em um mundo paradoxal - disse o presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso em seu discurso de abertura. A sociedade francesa reivindica sua laicidade enquanto ao mesmo tempo nunca falou tanto sobre religião."

A religião, acrescentou, é "uma dimensão inevitável da existência humana" e a adoração é tão necessária ao homem como a vida econômica.

Citando o historiador Arnold Toynbee, realçou que "não houve qualquer grande civilização que não fosse religiosa"; os vestígios de mitos, rituais, templos e estátuas ao longo da história atestam que o homem é, por natureza, "religioso".

"É ele quem formula, para os outros e para si mesmo, as questões definitivas, sempre procurando a última razão de sua existência" disse.

Por essas razões, continuou o cardeal francês, restringir a liberdade religiosa significa subestimar o homem e ignorar a história. "Pode-se separar a Igreja e o Estado, mas não pode separar a religião da sociedade".

Enumerou três áreas importantes nas quais a religião contribui para o bem-estar da sociedade civil: relativizando a política, oferecendo respostas ao significado da vida que outras instituições não podem oferecer, e dar luz e força para o bem comum, porque a religião tem o poder de criar a comunidade e isso contribui para a coesão social.

Algumas religiões têm tendência de invadir a esfera privada, mas só o cristianismo "reconhece a laicidade da sociedade".

Nem o Evangelho, nem a doutrina social da Igreja "propõem modelos pré-fabricados de sociedade" e isto é uma "oportunidade para certa mediação - disse -, mas está claro que o cristianismo não pode colaborar na elaboração de leis que contradigam a revelação divina ou a natureza humana".

Concluiu pedindo perdão à audiência por mencionar Napoleão, mas lembrou que, apesar de ser um agnóstico anticlerical, ele reconheceu a importância da religião até mesmo em um discurso que deu ao clero de Milão em 5 de junho 1800.

"Ninguém pode passar por justo e virtuoso se não sabe de onde vem e pra onde vai - disse Napoleão. A razão, por si só, não pode alcançar este propósito: sem religião, o homem avança na escuridão e somente a religião católica lhe oferece alguma luz e certeza sobre seu princípio e finalidade última."

 


Fonte: zenit.org



Ajude a manter este site no ar. Para doar clique AQUI!

Saiba como contribuir com nosso site:

1) - O vídeo não abre? O arquivo não baixa? Existe algum erro neste artigo? Clique aqui!
2) - Receba os artigos do nosso site em seu e-mail. Cadastre-se Aqui é grátis!
3) - Ajude nossos irmãos a crescerem na fé, envie seu artigo, testemunho, foto ou curiosidade. Envie por Aqui!
4) - Ajude a manter este site no ar, para fazer doações Clique aqui!




Total Visitas Únicas: 9.873.578
Visitas Únicas Hoje: 1.316
Usuários Online: 367