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Artigo N.º 5323 - COM A ALMA
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Postado em: 30/05/10 às 08:27:38 por: James
Categoria: Artigos Site Aarão
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Noutro dia, escrevi um texto, falando da abissal diferença que existe entre o buscar este mundo finito e tudo mísero e de ilusório que ele representa, e o buscar as sensações do eterno e que podem ser vividas ainda aqui, e depois por toda a eternidade. Há realmente um abismo, e tão grande que poderia se dizer quase infinito, pois se deve medi-lo pelos anos de sua duração. Quanto dura uma vida humana nesta terra, com tudo que ela pode nos dar? Míseros dias, tristes dias! Quanto dura uma eternidade? É o sem fim, o interminável, o incomensurável, o inatingível..

Temos aqui este corpo carregado de sensações – e por causa disso carregado de pesos extras – entrementes nele habita uma leve alma, que é imortal. Vejam, para escrever-lhes estas linhas, eu uso de meus sentidos. Uso do meu tato, que permite tocar cada uma das teclas! Uso minha visão, que determina o local dos toques. Escuto os sons característicos dos toques... E naturalmente faço uso da graça de me comunicar, dom que o Senhor houve por bem me dar, sem mérito algum, mistério insondável de Sua graça.
 
     Na realidade, em gostaria de ir além, falar além, penetrar mais fundo nos corações de cada um de meus leitores, e lhes falar não com meus sentidos exteriores, mas sim com a minha alma, ou se preferirem, falar com o coração. E fico imaginando: como ficaria um texto, se eu conseguisse lhes falar com minha alma, apenas com ela, sem a interferência dos sentidos externos que empanam, atrapalham, e quem sabe dão peso extra a tudo que pretendemos falar, dizer, escrever? Mais ou menos como falar, de alma para alma...
 
     Hoje, por uns quinze minutos, fiquei em frente à televisão, com minha família. Isso não é normal, porque cada um tem seus gostos e graças ao bom Deus a TV não é nada importante, essencial, insubstituível, para nenhum de nós. Normalmente, nos Domingos à noite o programa oficial é o fantástico, que eu assisto apenas para ver os gols. Mas hoje, passava um filme bem antigo, e por acaso começamos todos a assistir, e num átimo minha mente voltou atrás ao tempo antigo, quando eu era criança, doce lembrança daquele tempo que não volta mais.
 
     Eu senti então, novamente um abismo. Voltar no tempo, para 50 anos atrás, voltar a ser criança, rememorar as lembranças ternas e os sentimentos carinhosos daquele bom tempo, tudo isso me fez chorar, tal que, furtivamente via lágrimas me escorrendo da face. Meu Deus, como tudo mudou. E mudou para pior, especialmente na questão do amor, do diálogo, da partilha de sentimentos da alma. Sim, havia mais rudeza nas mãos, e de certa forma até nos corações, mas então brotava ternura daquelas mãos rudes, e afeto sincero daqueles corações, de meus pais, meus avós... E as cantigas que cantávamos juntos!
 
     Sim, hoje existem mais facilidades e mais comodidades. Já não se vê – nem se sente mais – o toque de mãos calejadas pois tudo se modernizou e máquinas fazem hoje o que mãos obravam, e tudo se tornou mais fácil. Entretanto, como já previra São Nilo – que viveu no ano 430 de nossa era – as criaturas se tornariam irreconhecíveis em nosso tempo, e realmente estão assim: irreconhecíveis! Ao tempo em que aumentaram todas as comodidades e facilidades, embruteceram-se os corações, corromperam-se as almas.
 
     Foi realmente, como se os homens tivessem perdido alma. Nestes últimos 50 anos, desapareceu o calor das gentes, falo daquele sentimento terno, quase de criança, aquela ternura nos gestos, onde – nos filmes – até os beijos simulados dos atores tinham ternura, alma, uma coisa superior que nunca deveria ter desaparecido. É como se a criatura humana tivesse perdido a candura, a doce inocência, a ternura, a doçura... E realmente por tantas vezes eu hoje chorei em especial quando ouvia aquelas velhas canções, rimando com as paisagens, com as montanhas, os lagos, os riachos, os jardins e as plantas, que desfilavam inocentes diante das câmeras. 
 
     O homem moderno morreu muito nestes últimos 50 anos. As guerras, certamente, o tornaram duro. A competição feroz, o tornou rígido. A modernidade, o encheu de uma quase higidez cadavérica, pois quase um robô desalmado, um autômato que não mais respira. Sim, respirar, sorver o ar puro, da natureza ainda viva e não poluída. Até o arfar pulsante da atriz diante do mocinho, transmitia um afeto, um carinho ímpar, sensação de delicada ternura, algo que não mais se vê hoje onde o agarramento é descarado, e diante do comportamento antigo, se poderia dizer hoje é totalmente pornográfico.
 
     Alguém poderia dizer que fiquei velho, e a que nostalgia tomou conta dos meus afetos, mas penso que não se trata de velhice, pois somente envelhece a alma que não consegue mais sentir ternura – esta já se revestiu de higidez cadavérica – ou que não sabe diferenciar entre a inocência antiga e a malícia moderna. Ó sim, quem não viveu naqueles tempos, quem sabe não poderá sentir isso, mas então eu pergunto: por qual motivo meus filhos, de 17 e 21 anos, se emocionaram da mesma forma? Na verdade, a ternura é um dom do Altíssimo, é uma prova de um Amor maior, da presença de Deus, aquela centelha portentosa que acende os corações e os faz bater mais forte.
 
     Quem não se extasia diante de uma linda paisagem, ao som de um bom coral, ou de uma música afinada, daquelas canções antigas? No extremo oposto, quem não se embrutece ouvindo o baque surdo de uma bateria de um destes conjuntos desalmados? Digo-vos com certeza, qualquer pessoa que, ainda hoje – e mesmo hoje – não consegue penetrar dentro da própria alma vendo uma coisa assim, certamente perdeu o sentido do divino Amor, essência de Deus. Esta pessoa é realmente morta, foi já espremida por satanás, sugada até as entranhas, e mesmo que ainda chocalhe seu esqueleto, de forma alucinada, ao som de um rock, ou qualquer destes ritmos frenéticos – bum, bum, bum – que hoje fazem cozer os cérebros de nossos jovens, já morreu e não sabe.
 
      Quero dizer: toda pessoa que não mais consegue viver aquela ternura antiga, aquele doce idílio das canções de ninar, canções que fluíam como a brisa, o vento leve a farfalhar as folhas, canções que rimavam com as cascatas, com os riachos límpidos a roçar as pedras, tudo canções de Deus, na realidade não está se preparando para viver no Céu. Nunca se ouvirão no Céu músicas alucinantes. Estas coisas são sim o torturante ritmo do báratro infernal. No Céu nunca se ouvirá nada de perturbador, de agressivo aos ouvidos, nada que atormente, que enerve, ou quebre o ritmo suave, doce e santo da vida eterna. Quando satanás inventou o rock e o tambor, inventou uma forma de preparar seus seguidores para a tortura eterna, antecipando-lhe já os suplícios. Berros vêem dele!
 
     Entrementes, Deus prepara silenciosamente, uma imensa ruptura nos sentimentos humanos. Com perfeição eterna, Ele age portentoso no meio do tumulto, e se pode antecipar já uma quebra violenta nos corações de todos nós. Deus, num tempo muito breve, fará a todos os homens pararem, se imobilizarem completamente, e cessará todo o ruído da terra. Nada, então nem mesmo o barulho do vento se ouvirá, para que as almas finalmente se voltem para o silencio interior, para onde mora a alma, e possam avaliar a negridão, o rombo e os estragos que o tumulto atual já provocou nelas. E milhões de almas acordarão como de um sonho mau, de um terrível pesadelo, porque realmente, este mundo tornou-se um pesadelo para as almas e corações sensíveis.
 
     O homem moderno, simplesmente não mais consegue perceber nem sentir ternura e afeto. Seu coração tornou-se um mísero motor de aço, batendo entre fogos e explosões, entre calor e mau cheiro nauseante. O corpo humano, adquiriu a brutalidade do concreto que se ergue em prédios e colunas. Que constrói muros duríssimos para dividir e lotear. Sua alma já se tornou negra, como piche do asfalto, e por conseguinte sem vida, pois nada resiste a um ambiente tão inóspito, tão desolador. Como a rudeza das cidades, a rigidez dos prédios, assim a brutalidade dos corações humanos...
 
     Olhem para as criaturas humanas, voltadas como besta fera para as telas de TV. Que buscam elas, e com avidez? A sórdida novela, com todos as suas tramas maquiavélicas... para aprenderem e sorverem desta podridão imunda. Crimes, traições, trocas de casais, devassidão que vai se justificar aos pés da Virgem, e que usa o nome de Deus para trair e se prostituir. Buscam as cenas picantes e imorais, que somente os entopem de mais porcaria. Buscam um humor fajuto e mesmo corrompido, que apela com as mais degradantes cenas de imoralidade, e monta em cima de dísticos imorais, pornográficos, como os cassetas da vida. Tudo isso deturpa as mentes, destrói as almas e cria nelas uma couraça anti Deus, a quem não amiúde renegam.
 
    Mas não só neste sentido!  Olhemos agora para os seres bestializados pelo álcool. Com que sofreguidão crescente, nós vemos a juventude diante de copos e garrafas – coisa que as novelas insistem e tornar público como normal, porque a besta assim quer – justamente para que eles percam o real sentido da vida, e imaginem que deve ser assim, e errado, e fora de moda, e careta é quem não se embebeda contumazmente. A besta hedionda ama estas atitudes e se esbalda em ver a corrupção da mente humana, que se fragiliza assim pela bebida, caminho ótimo para drogas mais pesadas.
 
     Falamos em drogas, eis ai outro caminho de perdição e embrutecimento. Satanás conseguiu este molde para impor aos jovens como fábrica de valentia – tal como a bebida o é – pois somente depois de regados em álcool e entupidos pela fumaça das drogas é que os jovens se abrem, se soltam, mal sabendo que estão entrando na mais tenebrosa e sórdida de todas as prisões. Estas coisas não somente lhes mata o corpo, e lhes entorpece as mentes, como também embrutece as almas, que perdem a ternura necessária para buscar o divino, eis que se formam assim na rispidez, no ódio ao mundo, ódio às pessoas, ódio a Deus.
 
     O primeiro sinal do descalabro em que se encontram milhões de pessoas, pode ser notado pelo verdadeiro desprezo à vida humana, até mesmo pela própria vida. Começo por um Japão, país rico, nação de primeiro mundo, elevado padrão de vida, entretanto somam mais de 44 mil suicídios por ano. O suicídio é um ódio contra si mesmo, ódio que brota tantas vezes da impossibilidade de lidar com um mundo que se desfaz a olhos vistos e então as pessoas não enxergam mais perspectivas de futuro – porque sem Deus – e é quando decidem dar cabo da própria existência, para se livrarem do vazio da alma. Isso é um mal de gravíssimas proporções, que tem origem na falta de amor, na falta de afeto, na absoluta falta de conhecimento das questões da alma. Na falta de Deus!
 
     Mais que o ódio expresso contra si mesmo, mais terrível ainda, é o ódio que se atira contra inocentes, desprezando a vida alheia. Somente corações pétreos, somente almas de todo embrutecidas, são capazes de amarrar dezenas de quilos de explosivos no próprio corpo e faze-los explodir na tentativa insana de atingir o máximo possível de pessoas. E se o leitor pensa que é pequeno o número destes, deve saber que somente o Irã, que está sob ameaça de ataque internacional, tem mais de 40 mil pessoas sendo treinados para ações de terror, nelas inclusas o explodir-se a si mesmos.
 
     Pessoas assim, jamais sentiram um só afago da ternura verdadeira! Nunca provaram o efeito do verdadeiro amor de Deus verdade. Sequer sentiram o verdadeiro amor de pai e de mãe, pois pai e mãe que impõe ou aceita tal atitude de um filho, é fera desalmada, nada tem mais de humana. E se há um ser que manda os outros se explodirem matando inocentes, também este ser é um demônio odioso. Nosso Deus manda amar, amar, amar. Manda perdoar, perdoar, perdoar! Manda fazer o bem, manda ajudar, manda amparar. Nosso Deus é vida e não morte! E onde existe amor, ternura, perdão, afeto, ajuda, e vida já mais existirá a dor, o sofrimento, o sangue sendo derramado por causas ignóbeis. Vãs!
 
     As criaturas humanas estão se tornando duras como os muros que cercam, suas almas se enegrecem como asfalto, seus corações de concreto rejeitam a docilidade, porque não mais conseguem se apropriar dos efeitos da ternura. O ódio toma conta dos corações e se faz dono também das almas. A falta de perdão consome a milhares de pessoas. É por falta de perdão, por exemplo, que ainda ficaram estas 33 mil almas no grande purgatório. Porque os homens daqui, ainda se negam a perdoar.
 
     Querem exemplos? As ditaduras através do mundo, ceifaram milhares de vidas. Elas produziram carrascos em praticamente todas as nações da terra. Entretanto, nem todos estes verdugos, assassinos mesmo sanguinários se perderam depois da morte. Muitos deles, milhares mesmo, tiveram a graça da conversão, da contrição final. Entretanto, os parentes dos que foram mortos por eles, continuam a odiar. Continuam a clamar por vingança, e isso amarra a ambos no grande purgatório. Quem matou e quem odeia. Sim, também o que está vivo se amarra ao antigo assassino. Quando não o inferno toma a aos dois. E há milhares de casos assim, na maioria dos países da terra.
 
     Ora, o ódio não trará de volta a quem foi assassinado. A justiça humana idem, jamais conseguirá preencher todos os vazios que tantos crimes iguais deixam. E mesmo que se faça a justiça humana, ela baterá de frente com a Justiça Eterna, enquanto o perdão entre as partes, não abrir o caminho do Céu para os litigantes. Só o perdão recíproco tem tal pendor. Entretanto, os homens não conseguem mais perdoar, porque perderam a ternura no coração. Há um espírito de vingança que nem mesmo com o sangue se contenta, e quer ir além. E enquanto este espírito de iniqüidade permanecer latente, jamais haverá paz na terra. Somente o perdão incondicional derruba este espírito!
 
     Chego a imaginar, muitas vezes, que milhares de pessoas não têm mais alma. Alguém me dirá que enlouqueci, mas a alma é a fonte do afeto, da ternura, os formadores do amor. Vejam os animais, até mesmo as feras mais odiosas dos campos! Eles não atiram jamais os seus filhos à morte, os lançam em despenhadeiros, embora haja espécies que até comam seus filhotes. Até as feras demonstram certos carinhos com a prole, e por isso os pais, as mães dos homens bomba, nunca poderão dizer que sabem o que é amor.
 
     Já mencionei aqui, dois tipos de filhos das drogas e alucinógenos, mas que volto a lembra-los. Por todo mundo, especialmente nos países mais avançados, têm nascido homens e mulheres, que são totalmente destituídos de sentimentos. Nem de dor física em seus corpos, nem de amor em seus corações. Na realidade, os jovens, todos, que se enterram piercings no corpo – cada um no seu grau – já participam desta categoria de pessoas insensíveis.
 
     Fala-se de uma moça, da Escócia, que tem 1.350 deste piercings, dos mais variados tipos e tamanhos, nada mais que ferros espetados em todo corpo, inclusive nas partes íntimas, como se poderá dizer ainda humana, se não sangra, nem sente dor? Como dormir, se alimentar? Há jovens que se enterram ganchos de açougueiro nos músculos do peito, ou nas costas, e se penduram assim em praça pública, sem sentiram qualquer tipo de dor. Isso já nem mesmo é um animal, quanto mais normal. Seu corpo é como uma pedra viva, seu sangue água congelada. Se poderá dizer ainda humano, alguém igual?
 
     Outros não têm mais sentimentos na alma, de ternura e afeto. São como verdadeiros robôs, que se movem como se por comandos alienígenas, não mais por força humana. Temos notícias de que certos países, especialmente a Rússia e mesmo os EUA e China, estão selecionando este tipo de jovem autômato, filhos das drogas químicas, de ambos os sexos, para missões futuras onde se exija ausência completa de qualquer sentimento, ou sentimentalismo, nem dor física em si mesmo, nem pena, ou dó de seus alvos. Seus corações estão de tal forma, embrutecidos e destituídos de sentimentos de afeto, que não se importam de matar, nem morrer, e assim – se poderia dizer deles – já não têm alma.
 
     Estas pessoas adentrarão as casas para missões de assassinato, e levarão a crueldade ao extremo do inaudito. Sempre houve criaturas “humanas” assim, desde os tempos imemoriais, e os carrascos que torturaram a Jesus são prova disso. A crueldade de Roma idem, os bárbaros, os mongóis, destes nem se fala. Mas hoje é diferente, porque Jesus veio nos trazer a nova linguagem do amor, antes não havia isto. Até mesmo Roma irá sentir em breve os efeitos desta horda, porque visões proféticas anunciam a morte de muitos padres, bispos e cardeais, justamente por pessoas deste tipo sanguinário.
 
     O homem, na realidade, sempre quis isto, sempre buscou isto, na medida em que resolveu se afastar de Deus, criando para si uma falsa cultura baseada em conceitos humanos e em princípios falhos. Satanás, o tenebroso, conseguiu afastar os homens do convívio divino, apresentando-lhe diante dos sentidos a ilusão, a falsidade, a miragem da possibilidade de os homens livrarem-se das mãos do Altíssimo. Como perdemos com isso! Como fomos tolos em aceitar estas falsas teorias, estas filosofias errôneas de satã! Um dia o mundo mergulhará nas dores do parto, com a desagregação de todos os elementos, tudo porque rejeitamos o Amor, porque perdemos a ternura, e desprezamos o afeto.
 
     Entrementes, Deus tem sido tão bom, paciente e misericordioso para conosco. Ontem mesmo, eu falava com um agricultor, lá do interior de nosso município em seu mundinho quase escondido até de Deus. E entrando aqui no meio destas pilhas de livros, sentiu-se até mal, nem sabendo que em seu município havia um movimento assim. Então eu lhe falei que Deus é realmente bom para com pessoas simples como ele, não permitindo que saibam das loucuras que acontecem no mundo, nem entendendo o sentido delas. Ao que ele me respondeu decidido: com certeza eu enlouqueceria!
 
     E realmente, grande parte dos homens já enlouqueceu, especialmente aqueles que já se esqueceram de Deus, que não sentem mais necessidade Dele, que acham que não precisam Dele, ou que até O desafiam, sabendo que Deus existe. Todos os que esquecem de rezar e na medida em que rezam pouco, já estão no lento caminho do abandono de Deus. Todos os que esquecem de agradecer por tudo que recebem de modo gratuito, achando que tudo isso é obra do acaso, morrem um pouco a cada dia, e mais cedo ou mais tarde, chegarão ao extremo de morte, do esquecimento completo.
 
     Mais simples ainda: todas as pessoas eu não tem mais tempo, ou não acham encanto na doce admiração da magnífica obra de Deus, que não prestam mais atenção a detalhes e perfeições desta gigantesca estrutura universal, começam já a ter o coração envolto em casca asfáltica. Pois o vento, a brisa, o rufar da cascata, o canto das aves, são canções, que arfam, pulsam, vibram como o eterno respirar de Deus, que se processa entre idílios e perfumes suaves. Mas quantos ainda se enternecem diante de um fio de capim?
 
   Também o gigantismo das montanhas, o ronco surdo dos vulcões ativos, o bramido do mar infrene, o vibrar de um terremoto, a fúria de um furacão, até estas coisas falam da grandeza e da perfeição de um Ser Supremo, que embora tudo isso, é apenas Amor em plenitude. Longe dele, distante dele, a alma definha, o coração resseca-se em enrijece, o homem fica destituído de sentimentos bons, passando a ser autômato, férreo, pétreo, cada vez mais insensível ao outro e sempre mais mergulhado em si mesmo. Defere-o das feras do campo, apenas a imagem, porque quanto ao espírito não é mais semelhança, e sim identificação plena. Quem sente ainda o temor de Deus, diante de tudo isto?
 
     Nesta altura, o homem virou uma pétrea máquina de ganância, um desenfreado ente em busca das coisas deste mundo, enlouquecido por preencher os vazios imensos de sua existência, com o fútil, com o inútil, com o perecível, com o supérfluo, e tudo aquilo que nunca levará para a eternidade. E assim, ao morrer, encontra-se nu diante do Juiz e mais vazio que um saco de vento. E percebe que jogou fora sua existência. Tarde, muito tarde!
 
     Agora é tempo de desapego! De se tornar nu de bens terrenos, e de acumular bens eternos, porque está próximo o dia da grande escalada. Que todos se desfaçam do peso do ouro, do excesso de títulos e recordes. Que todos se mantenham com os pés calçados, cingidos os cintos, de cajado em punho, a cabeça coberta, porque se aproxima o deserto. Aproxima-se o frio, a fome, a sede, o explodir da natureza que passará a negar tudo ao homem pétreo e mal agradecido, até transformar a terra inteira num deserto.
 
     Sim, os pés calçados com virtudes, cingidos com o cinto da temperança e do domínio das paixões, o cajado fortalecido dos Sacramentos e a cabeça coberta com o Amor. Sem estas armas de travessia, haverá milhões de pés sangrando, de ventres famintos, de membros claudicantes e de cabeças expostas à inclemência do clima. Milhões de seres humanos estão totalmente despreparados para a travessia, e se darão muito mal. São como as virgens imprudentes: virá o noivo e eles estarão sem azeite para as lâmpadas!
 
     Porque a natureza inteira se vingará do homem, mal agradecido, cego, e até blasfemo, que tendo tudo ao seu dispor e de graça, ao invés de ouvir as suaves batidas do coração amoroso de Deus, preferiu ouvir os batuques rufantes dos tambores do inimigo. E estes tambores, mataram até no mais recôndito de seu ser, tudo aquilo que é terno e doce, tornando as almas de milhões de homens em ambientes inóspitos, em terras áridas, em montanhas de pedregulhos, tudo lembrando a deserto, e morte, não mais vida.
     
     Mas para nós, que temos a firme esperança de um Reino que vem com Jesus, nos resta então empregar todo este tempo que falta na oração, especialmente oração de perdão, porque ela tem o efeito de quebrar mesmo as mais duras cascas que aprisionam almas, de dar carne renovada mesmo aos mais pétreos corações.
 
     Eis o que diz o profeta Ezequiel, em 11,  18Quando houverem reentrado e extirpado os ídolos e objetos abomináveis, 19eu lhes darei um só coração e os animarei com um espírito novo: extrairei do seu corpo o coração de pedra, para substituí-lo por um coração de carne, 20a fim de que observem as minhas leis, guardem e pratiquem os meus mandamentos, sejam o meu povo e eu o seu Deus.
 
     E em 36, 25Derramarei sobre vós águas puras, que vos purificarão de todas as vossas imundícies e de todas as vossas abominações. 26Dar-vos-ei um coração novo e em vós porei um espírito novo; tirar-vos-ei do peito o coração de pedra e dar-vos-ei um coração de carne. 27Dentro de vós meterei meu espírito, fazendo com que obedeçais às minhas leis e sigais e observeis os meus preceitos.
 
     Sim, brevemente o Senhor intervirá em meio a este caos espiritual, a este estado de morte das almas. Ele fará com que os homens voltem seus olhares para Ele, que ouçam finalmente a Sua voz, mesmo que, infelizmente, em meio à tempestade. Porque não será de outra forma, pois sem um abalo profundo no esqueleto, os homens nunca mudarão os seus procedimentos. Sem um abalo extremo, o homem irá se endurecendo sempre mais, até cair inerte nas mãos de satanás.
 
     Isso tudo vos digo com a alma. Não como imposição pelo medo, mas como carinho de verdade. Não tirado de minha cabeça, mas extraído da Palavra de Deus. Tudo com a simples observação do que nos rodeia, e sempre para levar a todos uma palavra de ânimo. Coragem, Jesus venceu o mundo, quem estiver com Ele vencerá sempre. Logo Ele estará em nosso meio, e nos servirá, imaginem isto. Não bastasse uma Mãe aparecendo como simples serviçal, imaginem um Deus? Como se desesperar a vista de tanto amor?
 
Quem está disposto a trocar sua pedra por um novo coração?
Arnaldo


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