Postado em: 17/07/15 às 10:07:43 por: James
Categoria: Obras Malignas
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Através de uma petição chamada “Não toque na minha igreja” (Touche pas à Mon Eglise), que já colheu 25 mil assinaturas, católicos franceses estão regindo à proposta de ceder igrejas vazias para realização de celebrações muçulmanas. A ideia teria surgido em uma entrevista de Dalil Boubakeur, principal líder da Grande Mesquita de Paris, mas ele alega ter sido mal interpretado.
O movimento recebeu nesta semana o apoio do ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, que está em plena campanha para a presidencial de 2017 e tem mirado no combate ao radicalismo islâmico como plataforma eleitoral.
Alguns aliados de Sarkozy avaliam que o líder se engajou precipitadamente na campanha, que é encabeçada pela revista Valeurs Actuelles. Isso porque, na avaliação de muitos deles, há um certo exagero – para não dizer engano – em toda a polêmica.
Em uma entrevista concedida no mês passado, um dos principais líderes muçulmanos franceses, Dalil Boubakeur, foi perguntado se concordaria em utilizar igrejas católicas abandonadas ou vazias para suprir a carência de espaços para o culto islâmico. Boubakeur respondeu: “É um problema delicado, mas por que não?”. E argumentou: “É o mesmo Deus e os ritos são vizinhos, fraternais. Muçulmanos e cristãos podem coexistir”.
Foi o que bastou para o escritor Denis Tillinac lançar a campanha através da Valeurs Actuelles. Pesquisa encomenadada pela publicação indica que 67% dos franceses seriam contra a ideia – o número atingiria 72% entre os católicos. O manifesto ainda teve apoio de outro ex-presidente, Valéry Giscard d’Estaing (1974 – 1981), e do escritor Éric Zemmour, entre outras personalidades de direita.
De olho em 2017
Nesta sexta-feira (10), Boubakeur negou que tenha feito qualquer proposta ou que cogite a possibilidade de utilizar igrejas abandonadas. Para ele, o mal entendido estaria sendo utilizado politicamente. Desde que voltou a ser a principal voz da oposição, no posto de presidente do partido Os Republicanos, de centro-direita, Nicolas Sarkozy intensificou seus ataques ao radicalismo islâmico.
Com a retomada, ainda que lenta, da economia francesa, Sarkozy parece apostar todas suas fichas no fato de que o terrorismo e a segurança diante do radicalismo islâmico serão a grande questão do pleito de 2017 – ao contrário de 2012, quando a crise econômica barrou sua reeleição, conduzindo os socialistas ao poder. No último atentado em que um homem foi decapitado, próximo a Lyon, em junho, Sarkozy disse que há uma guerra em curso contra a França e, sempre que pode, evoca as “raízes cristãs” francesas.
Com informações RFI