Ele já sofreu dois derrames – um em 1991, quando ainda era cardeal. E outro já como papa, em 2005. Em julho de 2009, quebrou o pulso direito numa queda. O papa também teria problemas na próstata.

Marcapasso, dificuldade de locomoção. Os problemas apresentados por Bento XVI não são incomuns na idade dele - 85 anos.

A saúde de Bento XVI foi motivo de especulações, desde sua eleição, em 2005. Nesta terça-feira (12), o Vaticano confirmou que Bento XVI usa marcapasso, que teve a bateria trocada há três meses, numa pequena cirurgia.

Segundo um jornal italiano, o aparelho foi colocado há dez anos, para corrigir uma alteração na frequência cardíaca.

O marcapasso, um aparelho eletrônico colocado no tórax, tem um gerador que produz pulsos elétricos. Eles estimulam o coração a bater normalmente.

Quando a freqüência não é adequada, o doente passa a ter tonturas, cansaço, palpitações e pode desmaiar.

“Você coloca um marcapaso para ajudar o sistema elétrico ou até para suprir o sistema elétrico para o bom funcionamento do coração. A pessoa volta a uma vida normal”, afirma o cardiologista Roberto Kalil.

Bento XVI tem um longo histórico de problemas de saúde. Ele já sofreu dois derrames – um em 1991, quando ainda era cardeal. E outro já como papa, em 2005. Em julho de 2009, quebrou o pulso direito numa queda.

O papa também teria problemas na próstata, segundo declaração de um integrante de uma equipe médica a uma agência de notícias.

A idade avançada tende a acentuar certos problemas de saúde e a provocar outros, típicos do envelhecimento - o que parece ser o caso do papa Bento XVI, pelo menos no que se refere à mobilidade.

Desde o ano passado, ele começou a usar bengala em público. A causa seria o desgaste nas articulações do joelho e do quadril. Mais recentemente, o papa também recorreu a uma plataforma, para se deslocar em cerimônias.

Segundo o geriatra Wilson Jacob Filho, com a idade, todos os órgãos e sistemas do corpo, que ao longo da vida funcionam com uma certa folga, vão sofrendo um desgaste. “Uma nova sobrecarga pode ser a mais, do que a minha capacidade de responder. Acho que foi uma decisão consciente, de quem conseguiu se autoavaliar, de quem conseguiu prever o que ele tem ainda pela frente, em termos de demandas, e conseguiu perceber que é chagada a hora de encerrar essa sobrecarga de uma maneira natural”, avaliou o médico.

 

Fonte: g1