“É como ir a Roma e não ver o papa”. Ou seja, perdeu-se o principal, deixou-se de presenciar algo importante.
Ver o papa pessoalmente talvez seja o sonho de todo cristão, de todo católico que faz parte da vida da Igreja. O papa é o grande pastor, o chefe supremo de uma instituição que atravessou séculos de história e continua iluminando o mundo.
No momento em que este líder espiritual visita um país, a chance de vê-lo de perto se amplia consideravelmente e pode tornar-se realidade para multidões de fiéis.
Eis que o papa Francisco pisa em solo brasileiro, para a Jornada Mundial da Juventude, sediada no Rio de Janeiro, onde deverão comparecer jovens de todas as partes do mundo. É o belo encontro do pastor com expressiva parcela do seu rebanho.
Além da sua estada na Cidade Maravilhosa, no roteiro do santo padre consta a visita à Basílica de Aparecida, num gesto que reforça a sua postura de aproximação com o povo, sobretudo com os mais humildes, os peregrinos que nos finais de semana lotam aquele centro religioso.
E é lá, no santuário mariano, que o papa pretende oferecer a Nossa Senhora uma linda oração. São palavras de ternura e de carinho para aquela que é considerada a rainha e mãe da Igreja. Nesta oração, o santo padre compromete-se a “não hesitar”.
De fato, as relações da Igreja com o mundo de hoje pedem uma ação firme e cada vez mais evangelizadora, entendendo-se que a sua missão principal é anunciar Jesus Cristo. Esta é a grande mensagem da Igreja, em todos os tempos.
Certamente, é desejo do papa Francisco ser portador desta mesma mensagem aos jovens aos quais irá dirigir a palavra. O santo padre mostra-se atento aos desafios impostos pelo mundo moderno e coloca-se como o fiel mantenedor de uma doutrina que ainda conquista almas e encanta os que com ela simpatizam.
Logo que iniciou seu pontificado, Francisco afirmou: “Todo poder deve ser usado como serviço”, numa clara referência de que ele próprio se inclui na condição de servidor. Ao mesmo tempo, sua frase contém um apelo de esperança e se dirige aos detentores de todo tipo de poder, para que se ponham a serviço. A serviço da sociedade, dos necessitados, de causas transformadoras que promovam o bem e a paz.
Identificamos no santo padre um pastor sorridente, cujas ações não deverão ficar restritas aos muros da Santa Sé, às suas questões internas e administrativas. Este homem “que veio de longe” parece ter um olhar profundamente misericordioso sobre o mundo, deixando-se comover pelos mais pobres, pelos humildes, buscando ajudar a Igreja que sofre.
Bem-vindo, papa Francisco. Que sua mensagem aos jovens seja um inflamado discurso de amor, de fé e de esperança. O mundo precisa de líderes que preguem a bondade, a caridade, o amor fraternal e a paz entre os povos. Seja a sua palavra gravada nos corações de uma juventude que, aqui em nosso país, bem recentemente, deu provas de inteligência e consciência política.
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