

Postado em: 26/06/15 às 13:05:10 por: James
Categoria: Marisa Bueloni
Link: http://www.espacojames.com.br/?cat=123&id=13463
Marcado como: Artigo Simples
Ver todos os artigos desta Categoria: Marisa Bueloni

Marisa Bueloni
Gosto muito desta frase de Shakespeare: “Somos feitos da mesma matéria dos sonhos”. Este dito me faz sonhar. Creio que nossos sonhos são a nossa esperança, desde o momento do nascimento. Vamos crescendo, reconhecendo as diferentes etapas da vida e os sonhos estão presentes em todas elas.
Jamais deixar de sonhar, eis um lema fundamental para cumprirmos bem nossa caminhada terrena, sem perder o interesse pela vida e a curiosidade que nos faz vivos, a cada respiração de nossa caixa torácica.
É ali, dentro do nosso peito que os sonhos vivem, junto do coração. A morada dos sonhos deve ser a casa mais bela que jamais vimos. Por onde anda a infância querida, na aurora da vida, quando os sonhos começavam a se formar dentro de nós?
E depois, nossa linda juventude, página de um livro bom, pronta para ousar e fazer dos sonhos um vislumbre de realidade, de concretude e solidez, coisa de poder pegar com as mãos e guardar numa caixa querida.
Na juventude, somos todos sábios e poderosos, com força mesmo para transformar o mundo. É nesta maravilhosa parte da vida que os sonhos fazem uma revolução em nossa alma. Mesmo que nos atormentem dia e noite, que nos tirem o sono, ainda assim somos reféns de sua beleza e vigor.
Impossível ver um jovem sem sonhos. É próprio da juventude o dom de sonhar e criar pequenas revoluções neste espaço de anos que acabará dando lugar à maturidade, quando os sonhos começam a nos fazer perguntas difíceis.
O que fizemos dos sonhos da juventude? A interrogação incendiária abrasa nossa inteligência, nossa vontade. Para onde vamos? Sim, ainda ontem éramos jovens, dará tempo de avançar e realizar o que sonhamos.
O tempo vai passando, a vida vai tecendo suas histórias, suas tramas, escolhidas ou não. E o sonho, tão inteiro e vivo, recusa-se a morrer. Ó, não! Não morra sonho meu! Vem me buscar agora que estou pronta para sonhar.
Quando é o momento de sonhar? Quando acordo e abro a janela, recebendo na face um raio do luminoso sol? Quando rezo, quando tomo banho, quando sinto que estou atravessando a noite escura e peço ajuda aos anjos? Não sei qual é a hora de sonhar, mas deixo que os sonhos me envolvam como a roupa que visto. Nada mais que isto.
Esta matéria dos sonhos percorre a nossa vida, junto conosco, a cada passo. Não se vai até a esquina, sem a esperança do sonho que nos sustenta. Sonhar faz parte do coração humano e cada um sabe o que mais projetou e cultivou dentro de si.
É ali, dentro do peito, no mais recôndito de nossa intimidade, que moram os sonhos. Alguns já adormeceram, cansados da viagem. Outros insistem em vigiar. Benditos os sonhos que nos cutucam e nos instigam. Penso que são os melhores e mais importantes, porque nos mantêm vivos.
Com a alma repleta de novos dias, vamos em frente. Carregando um imaginário buquê de rosas nos braços, acenando de longe para a esperança, finalmente abrimos o livro da coragem. O livro que a maturidade da vida nos dá. Novamente: o livro dos sonhos...