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Artigo N.º 10825 - Livro: Gabriele Amorth - Exorcistas e Psiquiatras - Parte 1
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Postado em: 31/03/13 às 19:26:47 por: James
Categoria: Livro Aberto
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PADRE GABRIELE AMORTH
Famoso Exorcista da diocese de Roma.

O Revmo. Pe. Gabrielle Amorth, nasceu em Modena em 1925, formado em direito, é jurista e sacerdote da Pia Sociedade de São Paulo, nomeado Presidente da Associação Internacional dos Exorcistas; muito apreciado na Itália por seus livros sobre Nossa Senhora e sua atividade
jornalística tornou-se mundialmente conhecido com o lançamento de sua obra Um exorcista conta-nos, em 1990 com ampla experiência em exorcismos; relata inúmeros casos concretos.
Teve como Pai espiritual o Santo Padre Pio, com a qual se encontrou por vinte e seis anos (1942-1968), assim sendo uma testemunha ocular da vida do Santo.

Dede 1986 é o Exorcista oficial do Vaticano - Cátedra de São Pedro - Roma.

INTRODUÇÃO

“Estou aguardando o seu terceiro livro. Quando vai escrevê-lo?” É a música que ouço repetidamente há dois anos, de exorcistas e não exorcistas, de sacerdotes e leigos. Dizem que os meus dois livros anteriores foram realmente úteis e abriram os olhos a muita gente.

É mais ou menos o que falam também a respeito do programa que apresento todos os meses na Rádio Maria [Itália]. Não sei se são apenas palavras de encorajamento; a verdade é que me surpreendi por meus livros anteriores – ( Um exorcista conta e Novos relatos de um exorcista. Editora Palavra & Prece) (Em breve no espacojames).– passarem por várias edições e traduções (até em árabe) com tanta rapidez!

De modo que, aqui estou novamente, com mais de setenta anos e muito cansaço, sentado em frente à minha máquina de escrever velhinha. Procurei utilizar momentos que pareciam impossíveis de ser obtidos: quando dedico um pouco de tempo aos exorcismos, parece que faço desfeita aos muitos sofredores que batem à minha porta, dos quais consigo atender apenas a uma pequena quantidade. Por outro lado, parece-me que esta minha atividade secundária, e não prevista, de escrever livros e artigos, de dar entrevistas na televisão e nos jornais, participar de conferências radiofônicas ou televisivas, teve uma grande importância e impacto que, depois, reverteu-se em  benefício para as muitas pessoas que sofrem, pedem auxílio e querem ser ouvidas. Algo começa a mudar na Igreja, mesmo que lentamente. 

Este livro foi influenciado pela minha atividade durante esses anos, mas ainda não é aquele que, já há algum tempo, eu gostaria de ter escrito: um livro repleto de fatos, acompanhados por comentários. Pelo contrário, segui mais uma vez a linha que me parece ser mais útil aos sacerdotes e leigos. Nos últimos anos promovi três encontros nacionais de exorcistas, além de ter participado de dois encontros internacionais. Inesperadamente, ganhei as divisas de... cabo, ou seja, fui eleito Presidente da Associação Internacional dos Exorcistas. Mas, sobretudo, recebi aquele enriquecimento comum a todos os participantes, resultante da troca de experiências e das magníficas conferências pronunciadas pelos especialistas. Este livro é influenciado por este enriquecimento: por exemplo, o capítulo “As surpresas dos exorcistas” se refere, textualmente, ao testemunho de catorze exorcistas, todos eles de grande experiência.

Meus escritos assumem uma perspectiva prática; procuro reduzir ao mínimo as citações e não me refiro à bibliografia, como, ao contrário, é obrigatório nos livros acadêmicos. Contudo, não posso deixar de citar, pelo menos nesta introdução, algumas obras de colegas, exorcistas bem mais competentes do que eu. Tanto mais que o demônio sempre foi notícia e, por isso, livros sobre o diabo é o que mais existe atualmente; ultimamente, também saíram alguns livros sobre os anjos. Mas sobre os exorcistas há bem pouca coisa.

Antes de continuar, é com prazer que cito o livro do padre Matteo La Grua, A oração de libertação1 e ainda, deste autor, A oração de cura2. Cito igualmente outros livros escritos por exorcistas, frutos não só do estudo, mas também da experiência direta: de Raul Salvucci, Indicações pastorais de um exorcista3; Pellegrino Ernetti, A catequese de Satanás4, G. Battista Proja, Homens, diabos, exorcismos5, René Laurentin (teólogo), O demônio, mito ou realidade? 6. Outras obras também mereceriam, certamente, ser mencionadas, mas quem quiser se aprofundar o tema facilmente as encontrará.

Neste meu terceiro livro, procurei também estimular pesquisas e estudos, sugeri temas importantes que ainda não foram tratados. Ficarei muito feliz se alguém acolher as indicações apresentadas. Tudo aquilo que nós fazemos enquanto exorcistas insere-se plenamente na pastoral global da Igreja e, nos dias de hoje, de acordo
com as indicações do Santo Padre, procura-se recuperar algo de importante que se tinha descuidado. Não foi certamente difícil, ao contrário, quando da elaboração deste livro, escrever com o desejo de contribuir para a preparação do Jubileu, tendo bem presente a Carta Apostólica do Papa João Paulo II Tertio Millennio Adveniente. Do mesmo modo, a ação do exorcista enquanto tal, tem a finalidade de promover aquela nova evangelização a que freqüentemente farei referência, como sendo a necessidade mais urgente do nosso tempo.

Por quê? Porque o homem afastou-se de Deus, “escondendo-se como Adão entre as árvores do paraíso terrestre (cf. Gn 3,8-10). O homem deixou-se desviar pelo inimigo de Deus (cf. Gn 3,13). Satanás enganou-o, persuadindo-o de que ele próprio era deus” (Carta Apostólica, nº 7). São afirmações ricas de conseqüências, que procuraremos nos aprofundar naquilo que mais diretamente nos diz respeito.

Para além do Jubileu, um outro ponto de referência que para mim permanece sempre vivo é a profecia de Fátima: “Por fim, o  meu Coração Imaculado triunfará”. Considero as aparições de Fátima como sendo o grande acontecimento e o grande desígnio de Deus para o nosso século. As várias aparições marianas, que nestes últimos anos foram se multiplicando em todas as partes do mundo, dão a impressão de uma mãe seriamente preocupada com os seus filhos. O afastamento de Deus, a perda de valores, a imoralidade corrente são fatos evidentes para quem quer que tenha os olhos bem abertos sobre este nosso tempo. Mas Deus não abandona o homem; procura-o “solicitado pelo seu coração de Pai”, como explica o Papa.

E a Imaculada, que atua sempre segundo a vontade divina, é o instrumento materno desta procura, sinal de esperança e de paz num mundo carregado de medo.

“O meu Coração Imaculado triunfará”. Entrego ao Coração de Maria também este meu modesto trabalho, para que o abençoe e utilize, se assim a agradar, para o bem das almas.

Padre Gabriele Amorth

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1 A oração de libertação. Padre Matteo La Grua. Herbita Editrice, Palermo 1985.

2 Oração de Cura. Padre Matteo La Grua. Herbita Editrice.

3 Indicações pastorais de um exorcista. Raul Savucci. Ed. Ancora, 1992.

4 A catequese de Satanás. Pellegrino Ernetti. Ed. Segno, 1992.

5 Homens, diabos, exorcistas. G. Battista Proja. Battistero San Giovanni, Roma, 1992.

6 O demônio, mito ou realidade. René Laurentin. Ed. Masimo-Segno, 1995.

 

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( Continua na parte 2 )

 

 


Fonte: Extraído do Livro Exorcistas e Psiquiatras - Gabriele Amorth



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