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Artigo N.º 14740 - O Véu da Verônica: O que dizem os cientistas - Parte 2
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Postado em: 07/08/17 às 22:00:32 por: James
Categoria: Arqueologia
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Continução...

O Padre Pfeiffer S.J. defende que o Véu da Verônica chegou a Constantinopla no ano 574, proveniente de Cesárea, e após relatar diversos episódios históricos, conclui que ele foi enviado secretamente a Roma.

De fato, documentos atestam que o Véu estava em Roma pelo menos desde o século XII. O Papa Inocêncio III (1198-1216) incentivou muito seu culto, instituiu-lhe uma procissão anual e concedeu indulgências a seus devotos.

O Véu permaneceu exposto durante muitos séculos na Basílica de São Pedro. Conservam-se desenhos e gravuras de seu riquíssimo altar. O poeta Dante Alighieri (1265-1321) fala dele na Divina Commedia, no canto XXXI do Paraíso (Versos 103-111).

Porém, por ocasião da demolição da referida basílica medieval para dar lugar à atual renascentista, durante o pontificado do Papa Paolo V (1605-1621), tudo indica que o Véu foi roubado e vendido ilegalmente, tendo sido adquirido por um morador de Manoppello.

 

Altar relicário do Véu da Verônica, antiga Basílica de São Pedro no Vaticano

 

Por sua vez, em seu livro Sack of Rome, André Chastel avança uma hipótese diferente: que o Véu teria sido roubado por mercenários luteranos a serviço do imperador Carlos V durante o lutuoso saque de Roma e vendido em alguma taverna da cidade.

O Prof. Saverio Gaeta é da mesma opinião. A posição de ambos foi mencionada pelo Prof. Roberto Falcinelli durante o Simpósio sobre o “Santo Volto” acontecido de 4 a 6 de maio de 2010. (Ver mais dados embaixo)

As cópias

Durante muitos anos o Vaticano fez cópias do Véu da Verônica, as quais foram enviadas a igrejas ou a príncipes católicos. É por isso que em igrejas e museus de diversas cidades europeias se encontram algumas reproduções tidas como autênticas do “Véu da Verônica”.

Em 1616, o Papa Paulo V (1552-1621) proibiu a confecção de novas cópias. E o Papa Urbano VIII (1623-1644) renovou a proibição acrescida de excomunhão, além de ordenar a destruição de todas as cópias então existentes.

Por sua vez, em 1618, o arquivista do Vaticano Giaccomo Grimaldi constatou que o cristal do relicário do Véu da Verônica tinha sido violado e quebrado.

 

Pe Pfeiffer S.J. em confêrencia sobre o Véu da Verônica, Lucca, Itália


O Pe. Pfeiffer S.J. vê nas decisões papais o sinal de que nessa época o Véu não estava mais no Vaticano.

E acrescenta que no relicário de Manoppello foi encontrado um caco de cristal muito mais antigo, segundo noticiou a agência ZENIT.

O fato certo é que, de acordo com o “Relato histórico” redigido entre 1640 e 1646 pelo padre capuchinho Donato di Bomba, o Véu foi doado à igreja pelo Dr. Donato Antonio de Fabritis, segundo consta em ato notarial de 1646.

O mesmo cientista jesuíta saiu ao encalço das cópias espalhadas pela Europa antes da proibição, tendo descoberto nelas muitos detalhes – cor dos CABELOS, manchas de sangue, conformação do rosto, barba e até nas dobras do pano – que apontam provirem de um modelo único.

A Santa Sé também facilitou a inspeção do “Véu da Verônica” exposto à veneração dos fiéis na Basílica de São Pedro no dia da festa. Ficou constatado se tratar de uma das diversas cópias pintadas por ordem dos Papas. Lamentavelmente, o efeito do tempo se fez sentir: a pintura é quase inidentificável e a tela está muito danificada.

O Pe. Pfeiffer S.J. conclui que o único modelo do qual foram tiradas as diversas cópias é o Véu de Manoppello.

O Pe. Pfeiffer explicou: “Quando há diversos detalhes reunidos em uma só imagem, esta deve ter servido de modelo para todas as demais. Todas as outras pinturas imitam um único modelo: o Véu da Verônica que se encontrava em Roma. Por isso, temos que concluir que o Véu de Manoppello não é senão o Véu da Verônica original”, informou Zenit.

Sob raios ultravioletas e análises digitais


O prof. Niels Svensson da Dinamarca
concede entrevista a TV diante de painéis
com fotos comparativas do Santo Sudário e do Véu da Verônica
O professor Donato Vittori, da Universidade de Bari, executou um exame do Sacro Volto de Manopello em 1997 valendo-se de raios ultravioletas.

Ele concluiu que os fios do Véu não possuem nenhum tipo de cor, fato que concorda com as observações no microscópio.

Esses resultados apontam que a relíquia é “aqueropita”, ou seja, que não foi feita por obra humana.

Exigentes estudos fotográficos com técnicas de maximização digital constataram que a imagem é idêntica em ambos os lados.

Por seu lado, o professor Giulio Fanti, da Universidade de Pádua, estudou o Véu em 2001 e julgou que “no microscópio ótico aparecem substâncias corantes em vários traços anatômicos”. Porém, a presença desses elementos é tão fraca que não permite negar que a imagem seja aqueropita.

Saverio Gaeta, autor de um livro sobre o “Santo Volto”, acha que os “resíduos de pigmentos” encontrados em pequenas áreas das pupilas poderiam tratar-se de algum “retoque realizado na Idade Média para reforçar a intensidade do olhar”.

Concordâncias entre o Véu de Manoppello e o Santo Sudário

Superposição fotográfica sobre o Santo Sudário de Turim  apresentou resultados muito sugestivos
Superposição fotográfica sobre o Santo Sudário de Turim
apresentou resultados muito sugestivos
O sacerdote Enrico Sammarco e a religiosa trapista Sóror Blandina Paschalis Schlömer – uma especialista no Véu da Verônica citada no post anterior – compararam as dimensões antropomórficas do Véu de Manoppello com as do Santo Sudário de Turim.

E constataram que são as mesmas.

Veja vídeo
Clique para ver a
superposição digital do
Santo Sudário e do
Véu da Verônica
Ainda mais, segundo esses estudiosos, as duas imagens podem ser sobrepostas.

A grande diferencia é que no Véu de Manoppello a boca e os olhos estão abertos, enquanto no Santo Sudário não.

Dir-se-ia à primeira vista que os dois Rostos se excluem mutuamente: enquanto o Santo Sudário apresenta uma imagem com traços esfumaçados, o “Santo Volto” apresenta uma nitidez quase fotográfica. Difusas no primeiro, as cores são fortes no segundo.

De um lado temos o rosto majestoso e solene de Nosso Senhor morto, e do outro um rosto humano cuja beleza aflora após uma paciente contemplação.

Porém, superpondo-se o negativo do Santo Sudário à parte anterior do Véu de Manoppello definem-se dez pontos de congruência que permitem fazer a superposição, como explicou a especialista trapista na Conferência Internacional realizada no Centro de Pesquisas do ENEA.

40 cientistas estudam o Véu em Conferência Internacional


Professores.Treppa, Aszyk e Jaworski, da Polônia
analizam fotografias digitais das mudanças fisionomicas
O ENEA (Agência Nacional Italiana para a Energia e as Novas Tecnologias) reuniu 40 cientistas e professores de diversas especialidades e países – EUA, França, Áustria, Canadá, Dinamarca, Alemanha, México, Israel, Polônia, Espanha e Itália – para estudar os aspectos químicos, físicos, mecânicos e médicos das mais famosas imagens “aqueropitas” (quer dizer, não feitas por mãos humanas), a saber, o Santo Sudário de Turim, o manto ou “tilma” de Guadalupe e o Véu de Manoppello.

Esta Conferência Internacional se realizou no Centro de Pesquisas do ENEA em Frascati, de 4 a 6 de maio de 2010. Confira os sites respectivos: Acheiropoietos e Holly Face of Manoppello.  

O extraordinário interesse demonstrado pelos cientistas nos últimos anos implica um reconhecimento implícito do valor científico dos estudos ora realizados sobre o “Véu da Verônica” por um seleto número de pesquisadores.

Zbigniew Treppa e Karolyna Aszyk, analistas de imagem da Universidade de Danzig, Polônia, apresentaram seus estudos sobre as surpreendentes mudanças de expressão da imagem.

Eles sublinharam que as maiores movimentações se detectam na boca, particularmente em relação aos dentes. E apresentaram suas descobertas no livro Fotografia z Manoppello, publicado na Polônia.

 

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Clique nos botões para mudar a foto
(Fotos diversas colhidas na Internet com caráter meramente ilustrativo).

Jan S. Jaworski, professor de Química na Universidade de Varsóvia, documentou a tese de que o “Santo Volto” foi feita de bisso marítimo.

O Pinna nobilis, molusco semelhante ao mexilhão e quase endêmico no Mediterrâneo, forma fios delicados como seda, mas fortíssimos para aderir às pedras. Esses fios podem ser secados e trabalhados.


Foto acima: Pinna noblis e o byssus. Foto embaixo: colheita do byssus
O pano resultante é de altíssima qualidade. Além de refinadíssimo e caríssimo, apresenta uma extraordinária transparência e um brilho nacarado ou furta-cor muito prezado na Antiguidade.

Mas possui uma peculiaridade muito importante para o caso do Véu: é impossível de ser pintado.

Chiara Vigo, uma das raras especialistas nesta antiga arte têxtil que ainda perdura na região mediterrânea, foi a primeira a identificar em 01/09/2004 o bisso marítimo como a matéria-prima do pano, porque ela nasceu na ilha de Sant'Antioco, na Sardenha, onde se trabalha com esse fio.

Por fim, numa sessão de posters, a Irmã Blandina Paschalis Schloemer e o professor Andreas Resch apresentaram um conjunto fotográfico mostrando que o Véu de Manoppello e o rosto do Santo Sudário de Turim podem ser sobrepostos.

Jornalista alemão faz seu inquérito próprio


Paul Badde
O jornalista Paul Badde, correspondente em Roma do quotidiano alemão Die Welt, estudou durante vários meses o “segredo de Manoppello” e publicou suas conclusões no livro O outro Sudário (em francês L’autre suaire, Editions de l'Emmanuel - Editions du Jubilé; e em inglês The Face of God: A Rediscovery of The True Face of Jesus on The Holy Face of Manoppello, Ignatius Press, San Francisco, 2010, 350 pp.)

Ele explicou à agência ZENIT que “o Véu foi feito com um pano extremamente delicado, fabricado com bisso marítimo e no qual aparece o rosto de Cristo.

“Ora, é tecnicamente impossível pintar neste tipo de pano semelhante à seda, mas feito com filamentos de Pinna nobilis. Não se encontra nenhum pigmento ou pintura no Véu. A aparição do rosto sobre o Véu continua até agora sendo um mistério que faz parte do inexplicável”.


Irmã Blandina expõe mudanças na expressão
durante Congresso Internacional
Badde destaca neste Véu “a majestade do rosto de Cristo. Trata-se – diz – da imagem por excelência de Cristo, o antigo Vera Ikon, o tesouro mais precioso da Cristandade que durante séculos pareceu desaparecido e que agora foi redescoberto”.

E acrescentou: “É fácil patentear que se trata do Véu dito da Verônica, o qual foi venerado durante muito tempo na Basílica de São Pedro.

“Numerosas provas da época fornecem um testemunho convincente.

“O véu representa o mesmo rosto do Santo Sudário: o de Jesus de Nazaré. Mas o Santo Sudário representa-o morto, enquanto que o Véu o representa vivo, com as mesmas chagas no rosto!”

 

O Véu da Verônica, verdadeiro rosto de Cristo (em espanhol):

 

O Véu da Verônica, programa “Sulla Via di Damasco”, pela TV italiana RAI 2, 4 aprile 2015 (em italiano):


FIM




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