Conheça o famoso restaurante que mistura a culinária francesa com a peruana e é administrado por freiras missionárias

O restaurante “L’Eau Vive Perú” (Água Viva) é um dos mais conhecidos de Lima, no Peru.Trata-se de um lugar especial, que é administrado por um grupo de religiosas missionárias. Como podemos ler em seu site, o restaurante é uma “abadia moderna aberta a todos… Um lugar de encontro… de espera… O encontro de Jesus com a mulher samaritana no poço de Jacó”.

De fato, o “L’Eau Vive Perú” é uma fusão da cozinha peruana com a francesa. O ambiente diferenciado e o atendimento impecável.

A conversamos com a irmã Anna Santivañez, a responsável pelo restaurante.

Confira!

Aleteia -“L’Eau Vive Perú” é um dos melhores restaurantes do momento. Qual é a o segredo do sucesso?

Ir. Anna Santivañez – “L’Eau Vive Perú” é um restaurante de especialidade francesa e internacional. Somos uma comunidade internacional e fizemos a formação inicial na França. Além dos cursos de instrução religiosa que recebemos, também aprendemos as bases da cozinha francesa para nos impregnarmos melhor na cultura daquele país. Como missionárias, devemos aprender a cultura do país de onde somos enviadas para poder amar e servir o povo do nosso país de missão. Conhecer o que nossos clientes gostam é essencial, não só para satisfazê-los, mas também para que eles possam experimentar o amor de Deus. Como uma mãe que cuida de seus filhos, dando-lhes comida, as irmãs preparam tudo com carinho, pensando e rezando por cada um dos clientes. Sem conhecê-los, elas fazem o melhor possível para que nossos clientes possam seguir adiante com ânimo em seus trabalhos e em suas famílias…

Falar de Lima é falar de comida. Mas restaurantes administrados por religiosas não são nada comuns. Como foi esse processo?

Temos um carisma missionário: levar a misericórdia de Deus aos diversos setores da sociedade. E isso se manifesta de diversas maneiras, segundo o contexto e a situação de cada lugar e país. Atraídas pelo amor e a missão de Santa Rosa de Lima, em 1978 duas irmãs vieram ao Peru para ver se haveria possibilidade de criar uma fundação aqui.

Com a ajuda do Pe. Guerrero, conseguiram alugar este casarão. Com seus sacrifícios e a ajuda de nossas missões presentes no mundo, foi possível construir a casa atual, respeitando seu estilo colonial. Buscando a maneira de complementar a missão da Igreja na diocese de Lima, abriu-se o restaurante “L’Eau Vive Perú” que simboliza Jesus no poço de Jacó (Evangelho de São João, capítulo 4). Um poço de Jacó em pleno centro de Lima, a fim de que todos os que passarem pelo local, seja por trabalho ou a passeio, possam receber a “água viva”.

O restaurante “L’Eau Vive Perú” é uma forma de apostolado que funciona há mais de 40 anos em Lima. Por ele, as irmãs empreendem esforços para se formarem na cozinha francesa e na peruana, pois sabem que a missão passa também através de pratos bem elaborados e acompanhados por suas orações e sacrifícios.

 

As pessoas se surpreendem quando sabem que religiosas administram o restaurante?

Sim, nem todos sabem disso. Quando abrimos a porta, alguns curiosos pensam que é um museu. Mas quando olham a presença da Virgem Maria na entrada, ficam admirados e perguntam se somos católicas ou de outra religião.

 

O que poderia nos dizer sobre sua congregação, das Irmãs Trabalhadoras Missionárias da Imaculada da Sociedade da Vida Apostólica Donum Dei?

A congregação foi fundada pelo padre Marcel Roussel Galle em 1950, na França. Ele recebeu a inspiração do Espírito Santo para reunir os jovens que se consagravam a Cristo, através do ato de oferta ao amor misericordioso de Deus, de Santa Teresinha de Lisieux.

Vivemos os conselhos evangélicos de pobreza, castidade e obediência.

Participamos da obra redentora de Cristo, especialmente do seu encontro com a mulher samaritana no poço de Jacó. Nossa missão é fazer entender o grito de Jesus, (“Dá-me de beber”) e conduzir os homens e as mulheres do nosso tempo à fonte de água viva, que surge no coração de Deus.

Qual é a finalidade de um restaurante ligado a esta congregação?

Buscamos uma maneira de fazer os homens chegarem ao evangelho… Amar e fazer amar a Deus é o nosso objetivo. Por isso, estamos a serviço do próximo, em especial os mais pobres e necessitados. Uma parte do lucro do restaurante serve de ajuda para a nossa missão e para ajudar os mendigos.

O que o cliente encontra ao chegar ao restaurante?

No restaurante, se revive a espiritualidade de Jesus no poço de Jacó. Jesus espera cada um de nós para oferecer sua misericórdia e seu perdão. Por isso, os clientes e amigos que entram em nossa casa podem sentir um clima familiar e de tranquilidade. As características da casa colonial deixam todos admirados. As irmãs se esforçam para satisfazer os clientes, oferecendo-lhes comida saudável e enriquecida com o amor de Deus.

Como o restaurante está funcionando na pandemia?

No ano passado, o restaurante ficou fechado por quase seis meses. Foi difícil ter autorização para a reabertura. Sempre tivemos cuidado com a higiene e adotamos os protocolos de segurança, mas tivemos que esperar para atender apenas em delivery. Depois, finalmente veio a reabertura. Foi uma alegria poder ver novamente nossos amigos e clientes.

Da mesma forma, na segunda onda da pandemia, o restaurante ficou fechado. Assim, o trabalho junto aos pobre também teve que ser interrompido.

Se vocês tivessem o Papa Francisco como cliente que prato lhe recomendariam?

O Papa Francisco é muito simples e humilde. Recomendaríamos a ele uma sopa de cebola gratinada, um lombo ao reme de roquefort com um bom vinho argentino. Poderíamos oferecer ao Papa uma sobremesa da casa (“Eau Vive”) e, para fazer a digestão, o convidaríamos para uma Ave-Maria, a fim de confiar a missão dele à Maria. É assim que fazemos com todos os nossos clientes.

Fonte: www.aleteia.org