Postado em: 15/10/10 às 20:45:35 por: James
Categoria: Destaque
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O Pontífice chegou a esta conclusão hoje, ao apresentar na catequese a figura da Beata Angela de Foligno, mística italiana que viveu entre 1248-1309, da Ordem Terceira Franciscana.
O Papa recordou que Angela havia levado uma vida mundana, afastada do pensamento de Deus, até que, em 1285, invocou São Francisco de Assis, quem lhe apareceu em uma visão, e depois ela decidiu confessar-se.
Começou então um rico e tortuoso caminho espiritual. Em primeiro lugar, explicou Bento XVI, ela não tinha a sensação de ser amada por Deus, senão que sentia "vergonha".
Angela, explicou, "sente o dever de ter de dar algo a Deus para reparar seus pecados, mas lentamente compreende que não tem nada para dar-lhe; pelo contrário, é nada diante dEle; compreende que não será sua vontade que dará amor a Deus, porque esta só pode dar-lhe seu nada, o não amor".
Acompanha-a "o pensamento do inferno, porque quanto mais a alma progride no caminho da perfeição cristã, mais se convencerá não somente de ser indigna, mas de merecer o inferno".
O Crucificado que salva da indignidade
"Em seu caminho místico, Angela compreende de maneira profunda a realidade central: o que a salvará da sua indignidade e de merecer o inferno não será sua união com Deus e seu possuir a verdade, mas Jesus crucificado, sua crucifixão por mim, seu amor."
A conversão de Angela, inciada com a confissão de 1285, chegará à maturidade somente quando o perdão de Deus aparecer à sua alma como o dom gratuito de amor do Pai, fonte de amor, reconheceu o Papa.
À luz da vida desta mística, o Papa concluiu deixando uma lição para nossos dias: "Hoje estamos todos em perigo de viver como se Deus não existisse: Ele parece muito longe da vida atual. Mas Deus tem mil maneiras - para cada um a sua - de fazer-se presente na alma, de mostrar que existe, que me conhece e ama. E a Beata Angela quer nos deixar atentos a estes sinais com os quais o Senhor nos toca a alma, atentos à presença de Deus, para aprender, assim, o caminho com Deus e rumo a Deus, na comunhão com Cristo Crucificado. Oremos ao Senhor para que nos torne atentos aos sinais da sua presença, que nos ensine a viver realmente".