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Artigo N.º 1914 - O INFERNO (parte 3)
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Postado em: 08/07/09 às 16:06:30 por: James
Categoria: Artigos Site Aarão
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Depois de ter observado tudo isto, começamos a descer. Aos pés da margem escarpada, descobrimos enormes cavernas, escavadas entre as rochas. Duas das mais amplas tinham a entrada obstruídas por penhascos, e delas saíam um ruído ensurdecedor, gritos selvagens, uivos bestiais e assobios estridentes. Que agitado era aquele recinto infernal! Aqui e ali, vi espalhados arbustos cobertos de espinhos, de lodo viscoso e tufo negro; também havia alguma árvore sem folhas. Sobre nossas cabeças passavam voando horríveis monstros, que contribuíam a tornar o panorama mais sinistro.

“– Hoje – disse-me o companheiro - Satanás celebra no inferno seu banquete anual. Guarde bem o que você vir”.

E vi como as entradas das cavernas começaram a abrir-se lentamente. Delas surgiam línguas de fogo. Alguns espíritos malignos entraram para tirar aos pecadores mais ferozes, conhecidos em todo o mundo.

“– Por um compreensível desejo de Satanás – explicou-me o companheiro – alguns pecadores esperam séculos e séculos antes de poderem participar nesta festa; outros pelo contrário são admitidos em seguida. Esta festa se celebra uma vez ao ano e precisamente no dia em que o Senhor expulsou os anjos maus. Naquele dia, Satanás, que foi anjo bom até ter a temeridade de rebelar-se contra Deus, volta a sentir com particular agudeza todo o horror de sua queda. Nesse dia, ele busca distrair-se como pode, organizando uma festa em seu tétrico reino. Mas nada pode aliviar seu afã e ele sofre naquele dia por ter recusado as alegrias do Paraíso e por não ter domado seu orgulho ante o Senhor.”

Logo, por uma desconhecida força foi lançada para fora da entrada da caverna uma bela mulher, com os braços estendidos para a frente e seu cabelo em chamas. Em seus olhos, de um azul-escuro, parecidos a safiras, ardia uma maldade inumana; seu cabelo, de um vermelho vivo, estava solto. Toda recolhida feito um novelo sobre si mesma, desenrolou-se como uma serpente e escondeu-se, com a cabeça inclinada, próximo à porta.

Entre as chamas, apareceu então outra mulher (1), de cabelo mais negro do que a noite, como dois enormes carvões brilhavam seus olhos. Lenta e majestosamente, dirigiu-se à outra mulher que, chorando e tremendo, havia se escondido em uma sinuosidade da rocha junto à entrada infernal e, colocando uma mão na cabeça, ficou imóvel naquela postura.

(1) Este mulher pode ser identificada como uma rainha da Rússia, mulher devassa e depravada, verdadeira Messalina, que era capaz de enfileirar 20 soldados por dia, todos os dias, para manter relações com ela. Chegava a fazer isso por até 36 horas ininterruptas, apenas para se considerar com mais furor uterino que as mais terríveis prostitutas dos arredores de Moscou. 

E desde a caverna vizinha saiu um velho alto, todo encurvado com uma grande barba branca e sobrancelhas espesas (2). Caminhava sem pressa, dirigindo-se até a parte oposta onde se encontravam as duas mulheres. Chegando a certo ponto, deteve-se. Sua aparição não despertou surpresa alguma entre os espíritos infernais, mas não se aproximaram dele. E ele, levantando a cabeça, olhou ao redor. Tudo nele mostrava uma forte determinação; seus olhos expressavam uma inteligência incomum, mas ao mesmo tempo uma tristeza resignada em uma profunda pena. Inclinou a cabeça no silêncio e a barba branca cobriu todo o seu peito.

Depois dele, arrastado pelas mãos por uma manada enfurecida de demônios e com sinais de golpes nas costas, apareceu um homem mais velho, de estatura baixa, era robusto, tinha a cabeça calva e grande (3). Os espíritos malignos o golpeavam furiosamente sobre o rosto, gritando-lhe nos ouvidos: “– Você que não acreditava em nada? Você que pensava que a vida só existia na terra e arruinava sua pátria, atormentava e matava seu próximo sem temor de um dia prestar contas disso! Agora verá que não é assim! O próprio Satanás inventará para você os sofrimentos mais atrozes; agora pelo contrário, te levarão a inclinar-se ante ele!”

(2)    Pelas descrições a seguir ele será indicad como o ateu Karl Marx.

(3)    Este é mais facilmente identificado com Lênin.

E ele, todo curvado sobre si mesmo e sem opor resistência alguma, apertava o passo detrás deles. Os demônios não o arrastaram até os pecadores que o haviam precedido, sim em direção à abertura de uma caverna situada em frente às outras. Naquele mesmo instante, do interior da caverna, elevou-se um terrível rumor, um espantoso grito misturado com risos selvagens e assobios estridentes. De vez em quando, entre todo aquele bulício, elevava-se um gemido longo e piedoso.

Eu olhei atentamente naquela direção, também os pecadores tinham o olhar fixo sobre aquela entrada. E dela saiu uma multidão de certos seres horríveis que se contorciam; pouco tinha de aparência humana, acuados pelos golpes. Assim se aproximaram ao pecador calvo e lançaram-no aos pés ao recém-chegado; este se levantou olhando ao seu redor com ar aturdido e sempre tremendo, pôs-se ao lado do homem calvo. Tinha a cara estreita, com cavidades e pômulos salientes, um nariz muito fino, era de estatura um pouco mais alta que a média.

O velho levantou a vista e o olhou com arrepios enquanto os dois pecadores, com indescritível desdém, voltaram-lhes as costas.

Naquele momento, escutei aproximar-se de cada lado um ruído, primeiro apenas perceptível, depois cada vez mais forte. O ruído mudou depois para um bater de asas. Uma multidão de espíritos horríveis voadores se aproximaram lentamente dos pecadores, e diante de mim se formou um emaranhado vivente que se levantou e logo se precipitou vertiginosamente para baixo, desaparecendo entre as trevas.

Diante das cavernas ficou tudo deserto, as horríveis portas estavam fechadas, já nem se via um pecador ou um demônio.

Caminhamos ainda mais, e de repente surgiu ante nós uma coluna alta de fogo, da qual nos aproximamos. Parecia-me que aquela coluna, como um farol luminoso, dissiparia também a lembrança dos horrores vistos, e que encontraríamos lugares mais pacíficos, porém eu esquecia que no inferno não pode haver paz nem tranqüilidade. E, de fato, a coluna de fogo dissipou minhas esperanças, não vimos paz nem felicidade, e sim um espetáculo ainda mais horrendo nos foi apresentado.

Quando estivemos perto, vi que o negro e horrível abismo estava agitado como por um violento temporal, nuvens acesas exalavam vapores de enxofre, e pouco depois nos encontramos entre as chamas de um lago de fogo onde se moviam sombras. Ó que grande era seu desespero, que grande e terrível seu tormento! Os demônios íam aos milhares daqui para lá entre elas, como se chegassem desde longe para contemplar avidamente as linhas sinuosas e retorcidas das imagens incorpóreas entre os rubros da chama púrpura. Mas nós, sem nos determos, passávamos voando mais longe, encontrando sempre novas sombras.

“– Agora – disse-me o companheiro - você deve ficar novamente só. Seja corajosa e não tenha medo ainda que lhe ocorresse algo incomprensible. No mais se qualquer perigo lhe ameaçar, eu virei sempre a tempo.” Dito isto, desapareceu.


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